Buscando transição de baixo carbono urbana os chineses desenvolveram o "Modelo Shenzen", baseado na cidade do mesmo nome que ganhou o título de NEVs, "primeira cidade de 'veículos de nova energia'" da China, promovendo estilo de vida "verde e de baixo carbono" considerando tratar-se de cidade quase 18 milhões de pessoas na fronteira com Hong Kong conhecida por ser pioneira nas reformas econômicas chinesa há 40 anos, neste momento, busca tomar medidas de mitigação de carbono atuando como "piloto" na construção de "cidades de baixo carbono". Trata-se da primeira cidade chinesa substituir todos os ônibus, táxis e carros de transporte por versões elétricas enquanto 77% dos carros novos vendidos em Shenzhen eram NEVs em 2024 acima da taxa nacional de 48%, introduziu limite de emissões de carbono em apoio à mudança do “controle duplo de energia” ao “controle duplo de carbono” antes do anúncio de limite nacional em que o sistema local de comércio de emissões, ETS, de Shenzhen e os “títulos verdes” foram lançados antes do ETS nacional e dos títulos “verdes” nacionais. Apesar de saírem na frente acadêmicos dizem que os esforços de Shenzhen chamado pelo governo local de “modelo de Shenzhen” terão dificuldade em se reproduzir em outras partes da China à transições de baixo carbono em nível urbano, daí o Carbon Brief analisou esforços de transição de baixo carbono de Shenzhen e seu progresso na mitigação de carbono, demonstrando que a transição de baixo carbono de Shenzhen não aconteceu subitamente mas resultando de planejamento antecipado, apoio governamental e soluções orientadas pelo mercado, segundo o diretor de finanças, tributação, comércio e centro de pesquisa de desenvolvimento industrial do Instituto de Desenvolvimento da China, CDI, think tank patrocinado pelo estado com sede em Shenzhen.
O conceito de transformação de baixo carbono urbano começou na década de 2000 quando o número de dias com poluição atmosférica pesada atingiu o pico em Shenzhen, enquanto a BBC News em 2017 esclareceu que após uma década de trabalho Shenzhen "reduziu sua poluição atmosférica média em 50%", quer dizer, a mudança foi em parte resultante da modificação da "base industrial" fazendo de Shenzhen "uma das primeiras levas das 'cidades de baixo carbono'", segundo o artigo da BBC News. Nesse período, autoridades desenvolveram estratégias ao "desenvolvimento de baixo carbono" incluindo fomento ao crescimento de "indústrias emergentes estratégicas" como a de "tecnologia da informação e comunicação" e, em troca, forneceu suporte tecnológico às indústrias de baixo carbono beneficiando o setor de NEVs, com a BYD, fábrica de veículos elétricos, EVs, por exemplo, nascendo em Shenzhen nesse contexto e conforme relatório de trabalho do governo de Shenzhen nas "duas sessões" de 2025, a cidade com população representando 1% do total nacional produziu 22% dos NEVs da China em 2024. Nesse contexto emergiram 100 novos "projetos de investimento e financiamento climático" que serão lançados enquanto outros US$ 24 bilhões em "empréstimos verdes" serão emitidos, com o analista e líder da equipe chinesa no Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, CREA, esclarecendo que o governo local tem histórico de fomento a novas indústrias ao lado de energia eólica e solar além de veículos elétricos constituírem indústrias emergentes que exigiam investimentos e pesquisa tecnológica há 20 anos com alto risco de fracasso inseridas em políticas inovadoras de apoio. O crescimento das empresas de veículos elétricos não motorizados, NEVs, levou a participação no mercado local de veículos e, além dos subsídios, o governo local forneceu suporte à produção e compra dos NEVs, já que em 2024 representaram 77% das vendas de carros novos em Shenzhen, maior que a participação nacional de 48%, vale dizer que a cidade substituiu todos os ônibus, táxis e carros de transporte por versões elétricas tornando-se a primeira cidade a fazer isso na China e, com o professor de economia e finanças de infraestrutura sustentável na University College London, UCL, afirmando que a "frota de transporte mais verde" acelera a transição de Shenzhen à economia de baixo carbono pois a transição de uma cidade à economia de baixo carbono requer 2 focos, ou, a "transição do transporte" e "descarbonização da indústria". Vale considerar que a China utiliza a intensidade energética e a intensidade de carbono, uso de energia e emissões por unidade do produto interno bruto, PIB, como métricas-chave nas políticas climáticas, além de sistema de “duplo controle de energia” que regula intensidade energética e consumo de energia desde 2016, no entanto, anunciou planos de mudar ao “duplo controle de carbono” em 2024 colocando limite vinculativo às emissões totais de CO2 como principal meta pós 2030, enquanto a intensidade de carbono, principal meta antes de 2030 será gradualmente reduzida para ser meta secundária.
Moral da Nota: relatório de 2021 avisa que a "maior fonte de energia local" de Shenzhen é a usina nuclear de Daya Bay com capacidade instalada total de 6,1 gigawatts, GW, responsável por 35% da geração total de energia da cidade naquele ano, além de impulsionar o uso de energia de baixo carbono de Shenzhen em que 47% do consumo primário da energia local em 2024 foi de energia limpa já que a energia nuclear ofusca outras fontes de energia limpa que alimentam a rede da cidade, com o relatório de trabalho do governo de 2025 da autoridade local de Shenzhen dizendo que a capacidade atual de energia solar é de 1 GW e não menciona capacidade eólica. O "14º plano quinquenal para resposta às mudanças climáticas" informa que a capacidade de energia renovável de Shenzhen tem "pouco espaço" de crescimento futuro devido recursos energéticos "escassos" e terras "limitadas" à energia eólica e solar, enquanto isso, Shenzhen depende de eletricidade importada que representa 70% do consumo total de eletricidade da cidade, dependência que limita o controle da cidade sobre emissões do setor desafiando a capacidade da rede local de gerenciar demanda nos horários de pico de uso. A China aprovou em 2024 a construção de mais reatores nucleares na cidade vizinha de Huizhou, daí, a pretensão do governo de Shenzhen "aumentar a participação combinada de gás natural, energia nuclear e renovável à 90% em 2025 acima do número atual de 77%, visivelmente à frente do número nacional de 52%", conforme artigo de pesquisa de 2022, com a ressalva que Shenzhen utiliza "forças de mercado" e "alcançou equilíbrio entre o apoio do governo e soluções orientadas pelo mercado", daí, a cidade tornar-se uma das primeiras 7 cidades e províncias chinesas estabelecer o SCE, Sistema de Emissões de Carbono, "piloto" local em 2013 antes da implementação nacional em 2021. O SCE local emite permissões de emissão às empresas comercializarem no mercado com base na intensidade de suas emissões por unidade de produção, em vez das emissões absolutas com o SCE local de Shenzhen cobrindo 38% das emissões de carbono da cidade no momento do lançamento subindo à 50% em 2020, segundo o relatório do fórum de negociação International Carbon Action Partnership, ICPA, com mudança à "teto absoluto" de emissões de carbono anunciada para aplicar a partir de 2027. Avaliação da legislação pelo Instituto Internacional de Finanças Verdes diz que em 2021, Shenzhen emitiu as primeiras vendas internacionais de "títulos governamentais verdes" da China em Hong Kong, com a primeira "legislação financeira verde" local da China que fornece "garantia institucional sólida" para regular o "mercado verde", em contraste, os títulos soberanos nacionais da China só estavam disponíveis à compradores internacionais a partir de abril de 2025. Por fim, há um papel importante aos "instrumentos financeiros" no apoio à transição à economia de baixo carbono, quer dizer, "as indústrias de baixo carbono geralmente têm custos mais altos que as indústrias baseadas em combustíveis fósseis e, com apoio de políticas e instrumentos financeiros, os custos podem ser reduzidos permitindo que essas indústrias cresçam."