quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Agrotóxicos

O Brasil foi em 2022 o país que mais consumiu agrotóxicos,  dados da FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, além disso,  adquiriu fama  por ser o principal importador de pesticidas proibidos na UE com especialistas dizendo porque pesticidas lá proibidos são vendidos à América Latina, quais riscos isso acarreta e como o Governo busca resolver a questão, com estudo da Pesticides Action Network, PAN-Europe, coalizão de organizações da sociedade civil de países europeus, intitulado “Pesticidas da UE, proibições de exportação, quais seriam as consequências?”, sendo o Brasil apontado como o principal importador entre os países em desenvolvimento em 2018, de pesticidas banidos na Europa. Importamos 10.080.462 kgs de agrotóxicos proibidos na UE, equivalente a 36%, e dentre os 18 países que mais realizaram transações desse tipo, 6 são sul-americanos, além do Brasil, estão Chile, Peru, Argentina, Colômbia e Equador,  com a professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, USP, pesquisadora do Cessma, Centro de Estudos da América, Ásia e África da Universidade de Paris e autora de “Agroquímicos e colonialismo químico” avisando que "a Europa está ficando mais rica às custas dos países sul-americanos, nos últimos 10 anos o uso de agroquímicos na UE diminuiu 3% e, no Brasil , no mesmo período, aumentou 78%" destacando a América Latina  como local onde mais cresce o uso de agrotóxicos e “nos últimos 20 anos, o uso de agrotóxicos na América Latina aumentou 143%”. Acrescenta que em nenhum outro lugar do mundo a utilização de  agroquímicos aumentou tanto, desse forma, o relatório PAN-Europa mostra que a UE foi o maior exportador de pesticidas em 2022 totalizando 714 mil toneladas de pesticidas, em valor estimado de  6,6 bilhões de euros e, desse total, 81.615 toneladas de 41 agrotóxicos proibidos foram exportados à uso agrícola em outros países.

Em fins de 2023, o presidente do Brasil vetou a Lei 14.785, conhecida como Nova Lei dos Agrotóxicos, oriunda no Projeto de Lei 1.459/2022, proposto em 1999, em maio de 2024 , o Congresso derrubou parte dos vetos e a lei entrou em vigor colocando a questão dos agrotóxicos ligada à reforma tributária, não incluídos no Imposto Seletivo pelo Governo federal e Câmara dos Deputados, demonstrando que a reforma prevê que os agroquímicos recebam desconto de 60% no Imposto sobre o Valor Acrescentado. O Sindiveg, Sindicato Nacional da Indústria de Produtos Fitossanitários, considera que a lei  “foi amplamente debatida com a sociedade civil organizada”, dizendo que, “o texto aprovado reflete o desejo do setor por  regulamentação mais moderna, sem prejuízo do rigor técnico e segurança aos trabalhadores rurais, à população e ao meio ambiente, com o uso de agrotóxicos e o sistema regulatório brasileiro rígidos seguindo normas dos organismos internacionais” com opiniões que o projeto de lei, apelidado de Lei do Veneno, “destrói o princípio da precaução que existia na Lei dos Agrotóxicos de 1989”. Embora a Lei de 1989 diga que se "uma substância tem evidências que pode ser cancerígena, isso pode ter efeitos sobre a formação dos fetos, que pode causar problemas hormonais, que essa substância pode ser revista e pode ser banida”, com a nova Lei dos Agrotóxicos, fica estabelecido que,  “se determinada substância acarreta um risco inaceitável de câncer” abrindo precedentes ao que pode ou não ser considerado aceitável, além disso, foi destacada outra modificação, se antes, ministérios da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente tinham equivalência para decidir se aprovavam ou não o uso de determinada substância no Brasil,  com a nova lei, a competência dos registros dos agrotóxicos caberá exclusivamente ao Ministério da Agricultura e Pecuária o que, segundo os críticos, “coloca em risco, obviamente, que substâncias nocivas ao meio ambiente e à saúde humana possam ser aprovadas”.

Moral da Nota:  o cientista político e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, Paulo Roberto Figueira Leal esclarece que o lobby é “tema de debate parlamentar há muitos anos”, em  2022, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei para regulamentar atividades de lobby, mas a proposta ficou paralisada no Senado, sendo que o projeto, segundo o cientista político, prevê obrigações como registrar em agenda reuniões com agentes públicos e identificar a quem representam lobistas,  no entanto, a proposta gerou descontentamento em parte do segmento, ressaltando que, “algumas instituições são a favor, outras contra, mas o que interessa à sociedade brasileira são as obrigações de aumentar a transparência desses instrumentos de pressão sobre o Parlamento, que obviamente acarretam riscos”. Dados do MAPA, Ministério da Agricultura e Pecuária mostram aumento na aprovação de agrotóxicos no Brasil desde 2000,  em 2017,  primeira vez que o país registrou mais de 400 substâncias autorizadas, entre 2021 e 2023, foram autorizados 1.769 produtos, com o representante do Sindiveg, destacando que “todo produto utilizado no Brasil foi avaliado pelas autoridades reguladoras nacionais e atende às exigências legais vigentes, que são tão rigorosas quanto as de qualquer outro grande país agrícola do mundo”, ou,  quando avaliados e colocados à venda, passam por estudos, como “análises toxicológicas e ecotoxicológicas realizadas sob boas práticas laboratoriais e avaliadas pelos órgãos reguladores, conforme critérios na legislação”. Por fim, “o glifosato, considerado potencialmente cancerígeno à humanos em 2015 pela OMS, teve autorizado um resíduo dessa substância 5 mil vezes maior na água, na água potável do Brasil, do que na União Europeia” e, quando a Lei dos Agrotóxicos foi aprovada pelo Senado e enviada ao presidente para aprovação, o INCA, Instituto Nacional do Câncer, publicou comunicado contrário ao projeto alegando que o Senado havia ignorado consulta pública em que 80% dos entrevistados votaram contra o projeto, enfatizando que, “os impactos nocivos à saúde humana e ambiental decorrentes exposição a esse contaminante químico”, ao afirmar que, “de 80% a 85% dos casos de câncer são consequência da exposição a substâncias químicas, físicas ou biológicas”, ou,  agentes presentes no ambiente”.

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Soluções de Interoperabilidade

Dentre as interações entre cadeias populares que envolvem negociação de um token na cadeia de origem e, em seguida, o recebimento de um token separado na cadeia de destino faz com que as trocas de token entre cadeias sejam feitas através de protocolos de troca atômica e/ou criadores de mercado automatizados, AMMs, entre cadeias, colocando diferentes pools de liquidez em cada blockchain para alimentar a troca, sendo que pontes de token compreendem bloqueio ou queima de tokens através de contrato inteligente na cadeia de origem e, em seguida, cunhagem ou desbloqueio de tokens via contrato inteligente separado na cadeia de destino, daí, pontes de token permitem que ativos se movam entre redes blockchain aumentando como resultado a utilidade do token. Quanto aos pagamentos nativos, envolvem aplicativos na cadeia de origem acionando pagamento na cadeia de destino no ativo de origem em que pagamentos entre cadeias podem ser feitos na cadeia de origem em seu ativo nativo com base nos dados de rede de blockchain separada enquanto chamadas de contrato, um contrato inteligente presente em uma cadeia de origem chama uma função de contrato inteligente implantada na cadeia de destino, potencialmente com base em dados originados na cadeia de origem em que chamadas de contrato podem ser mescladas para moldar aplicativo complexo entre cadeias podendo envolver pontes de token e trocas. As interações entre cadeias são alimentadas por soluções de interoperabilidade validando o estado da blockchain de origem e retransmitindo  transações resultantes ao blockchain de destino, ambas as funções, verificação de estado e retransmissão, desempenham papel fundamental na conclusão das interações entre cadeias em que validação Web2 acontece quando um serviço Web2 é usado para executar transação cross-chain, por exemplo, usuários alavancando exchanges centralizadas para trocar ou fazer pontes entre tokens depositando seus ativos em endereço de cadeia de origem sob o controle da exchange e retirando os mesmos tokens ou tokens diferentes via troca à endereço de cadeia de destino controlado por eles. Por fim, a necessidade de redes blockchain em silos se comunicarem sem esforço na ausência de camada de abstração blockchain se insere na dependência de dApps em integrações internas separadas à cada interação entre cadeias, processo conhecido por ser intensivo em recursos, demorado e complexo, sendo que a interoperabilidade blockchain funciona usando protocolos padronizados, pontes e mecanismos de comunicação entre cadeias permitindo diferentes blockchains trocarem informações e ativos, tecnologias que permitem blockchains entenderem e validarem dados de outras redes, facilitando interação perfeita, daí, contratos inteligentes, trocas atômicas e plataformas de interoperabilidade como Polkadot e Cosmos são ferramentas que alcançam essa conectividade garantindo que transações e transferências de dados sejam seguras e eficientes em diversas redes blockchain. A abordagem da interoperabilidade aumenta eficiência de negócios ao permitir compartilhamento de dados e transações sem interrupções em diferentes plataformas blockchain eliminando necessidade de intermediários, reduzindo custos operacionais e acelerando processos em que empresas aproveitam blockchains interoperáveis ​​para otimizar cadeias de suprimentos, aumentar transparência e melhorar colaboração com parceiros usando tecnologias blockchain diferentes, daí, a abordagem interconectada permite operações comerciais mais eficientes e seguras promovendo inovação e escalabilidade em vários setores.

Ao mover-se com usuários tendo controle sobre suas experiências digitais com Web3 , nova geração internet alavanca blockchain para criar web centrada no usuário e descentralizada, em que interoperabilidade é conceito crucial que define o potencial da web3 em induzir mudanças transformadoras sendo que a importância da interoperabilidade na web3 torna-se evidente a partir de problemas causados ​​pela falta da interoperabilidade na web2. Um requisito essencial para garantir que diferentes sistemas troquem informações com ajuda de estrutura comum em que Web2 cria limitações à interoperabilidade com bancos de dados isolados à cada aplicativo, daí, a interoperabilidade mudar coisas na Web3 permitindo comunicação entre dApps e protocolos Web3 conceitualmente apontando à flexibilidade na comunicação entre diferentes redes, ou, capacidade das redes blockchain trocar informações entre si ajudando quebrar precedentes convencionais que envolvem redes blockchain trabalhando isoladamente com coleção única de contratos inteligentes, regras e protocolos. A ausência de interoperabilidade serve como barreira à movimentação de ativos e dados entre diferentes redes blockchain para expandir capacidades de aplicativos descentralizados e soluções web3, em que o conceito de interoperabilidade se assemelha ao uso de vale-presente da Amazon por exemplo para pagar uma xícara de café oferecendo vantagens críticas via flexibilidade para transferir diferentes tipos de ativos digitais entre dApps no mesmo blockchain ou entre blockchains diferentes. A interoperabilidade é um dos fatores que melhora utilidade e valor dos ativos digitais na web3, por exemplo, no DeFi pode ajudar no staking de tokens usando-os como garantia e trocando-os por outros ativos digitais, além disso, a interoperabilidade entre programas NFT melhora os NFTs das marcas com utilidade multiplataforma no conceito de interoperabilidade web3  promissor com suas vantagens como comunicação e troca de ativos entre protocolos blockchain, dApps e soluções web3  abrindo portas à novas oportunidades, no entanto, a interoperabilidade ainda é realidade distante à web3 devido desafios como problemas de escalabilidade decorrente crescimento nos volumes de transações e aumento do congestionamento das redes interrompendo transferência de dados e ativos entre redes blockchain. Outro desafio está na falta de clareza em relação a incentivos criando limitações à adoção de padrões de interoperabilidade, portanto, importa estabelecer estruturas que ofereçam recompensas no compartilhamento de dados e colaboração além da falta de padronização nos protocolos em redes blockchain, portanto, soluções web3 não têm linguagem de comunicação universal com redes blockchain inseridas em recursos exclusivos, linguagens de contrato inteligente e mecanismos de consenso que criam barreiras à interoperabilidade. A necessidade de interoperabilidade web3 está mais evidente com soluções web3 como NFTs e projetos metaverso ganhando atenção do público, no entanto, o potencial web3 se restringe devido silos em que diferentes soluções web3 operam importando entender o conceito de interoperabilidade e os desafios para alcançá-la na web3 buscando padronização levando a soluções e melhorias além do uso efetivo de diferentes soluções como protocolos de comunicação entre cadeias e protocolos de interoperabilidade. 

Moral da Nota: blockchain oferece abordagem transparente, segura e descentralizada para armazenar e trocar dados, transformando pontos de vista convencionais sobre tecnologia com ferramentas de interoperabilidade permitindo usuários capitalizarem funcionalidades de diferentes blockchains de uma plataforma em redes blockchain com protocolos de consenso exclusivos, linguagens de programação e outras características diferentes criando silos isolados. Daí, emergem ferramentas como a Axelar na comunicação entre cadeias que incentiva interoperabilidade com recursos exclusivos sendo adição confiável entre as principais ferramentas de interoperabilidade blockchain para comunicação segura entre cadeias podendo ajudar usuários de dApps se comunicar, usar diferentes aplicativos e trocar ativos entre diferentes blockchains superando limitações de redes blockchain individuais para explorar o potencial de diferentes dApps e ativos, oferecendo API amigável garantindo fluxos de trabalho mais simples à desenvolvedores e usando consenso de Proof of Stake e rede sem permissão para atingir segurança de rede e transferência eficiente de ativos e informações entre blockchains. Outra ferramenta é o Holograph próxima adição popular em lista de ferramentas de interoperabilidade blockchain eficaz que pode transformar cenário web3 com coleção de ferramentas em que o conjunto 'Multichain Tools' no Holograph permite desenvolvedores criarem soluções web3 em plataforma inovadora ajudando criar aplicativos que suportem transferência de ativos digitais entre diferentes redes blockchain, além de alavancar processo exclusivo conhecido como beaming visando interoperabilidade com potencial de transformar o ecossistema web3 com perspectiva que permitem movimentação de ativos digitais entre diferentes blockchains, oferecendo garantia de integridade dos dados melhorando liquidez ao mesmo tempo que preenche lacunas no cenário web3. A interoperabilidade catalisa crescimento blockchain quebrando barreiras de ecossistemas  capacitando usuários com ampla gama de vantagens em que ferramentas de interoperabilidade blockchain introduziram recursos e abordagens ao desenvolvimento da tecnologia, além de trazer benefícios aos usuários na forma de liquidez melhorada e movimentação contínua entre diferentes blockchains.