domingo, 27 de outubro de 2024

Propelentes

Inaladores dosimetrados prescritos para asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, DPOC, contêm propelentes de hidrofluorocarbono, potentes gases efeito estufa que retêm calor na atmosfera de modo mais poderoso que o CO2, na Inglaterra, tais inaladores contribuem com estimativa de 0,8 milhões de toneladas métricas, MMT, de emissões anuais de CO2 equivalente ao uso anual de eletricidade de 157 885 lares nos EUA, em resposta, o NHS, Serviço Nacional de Saúde, incentivou trocar inaladores dosimetrados contendo propelente por alternativas sem propelente como inaladores de pó seco e névoa suave. Já, a Universidade de Leeds, apresentou imagens que revelam tendências da qualidade do ar cujas concentrações globais de um dos principais poluentes atmosféricos conhecidos por afetar a saúde humana foram ilustradas graficamente pelos cientistas em que Faixas de Qualidade do Ar criadas pela Universidade de Leeds, Universidade de Edimburgo, Met Office do Reino Unido e Universidade Estadual da Carolina do Norte, contrastam melhorias significativas na qualidade do ar em grande parte da Europa com deterioração alarmante em partes da África e Ásia Central. As descobertas do projeto mostram sucessos e desafios no combate à poluição do ar no mundo com a, Dra. Kirsty Pringle, do EPCC da Universidade de Edimburgo e codiretora do projeto, dizendo que, "poluição do ar é chamada de 'assassina invisível', mas essas imagens tornam o invisível visível mostrando mudanças na poluição por partículas ao longo das décadas" enquanto o, Dr. Jim McQuaid, professor de composição atmosférica na Escola de Terra e Meio Ambiente de Leeds, mostrando que "a poluição do ar é um dos principais fatores de risco de morte no mundo acreditando-se que contribua para 1 em cada 10 mortes no mundo, com os pesquisadores criando ilustração para traçar tendências de mudança nas concentrações externas do que é conhecido como poluição do ar por material particulado, mistura de partículas líquidas ou sólidas, poeira, sujeira, fuligem ou fumaça, vistas na atmosfera. O cientista sênior do Met Office do Reino Unido que forneceu dados ao projeto Air Quality Stripes, demonstrou que "apresentar dados científicos como faixas de qualidade do ar destaca o forte contraste nas tendências de qualidade do ar e a exposição à baixa qualidade do ar, dependendo de onde vivem", com 2 cidades adicionais para China, Índia e EUA, além de Leeds, Exeter e Edimburgo.

Com faixas atendendo Diretrizes de Qualidade do Ar da OMS, introduzidas em 2021, com todas as outras excedendo valores das diretrizes cujos Dados de simulações de computador e observações de satélite combinados para estimar mudanças nas concentrações de material particulado desde o início da revolução industrial, concluíram que ganhos na Qualidade do Ar da Europa cujas imagens mostram reduções nos níveis de material particulado na maior parte do continente, principalmente Europa Ocidental, em que regulamentações mais rigorosas de qualidade do ar e avanços tecnológicos reduziram com sucesso concentrações de material particulado na maioria das cidades europeias como Londres, Bruxelas, Berlim. Piora das Condições na Ásia Central e partes da África com visualizações mostrando aumento preocupante na poluição por material particulado em cidades na Ásia Central e África, por exemplo, Islamabad, Delhi, Nairóbi, consequente rápida urbanização, crescimento industrial e estruturas regulatórias limitadas que contribuem à tendência preocupante que representa riscos à saúde das populações locais, além de disparidades no progresso da qualidade do ar entre regiões enfatizando necessidade de esforços à abordar crescente crise de poluição do ar nas áreas mais afetadas, daí, influência de fontes naturais particularmente notável em alguns locais, entre elas, poeira do deserto e incêndios florestais, sendo que na proximidade da costa foi perceptível em locais como Jacarta apresentando níveis mais baixos que o esperado. Matéria particulada, ou, PM 2,5, tem diâmetro menor que um 30º da largura de um fio de cabelo humano penetrando facilmente nos pulmões, sendo que as menores partículas cruzam a corrente sanguínea afetando a saúde enquanto algumas foram detectadas no sangue de crianças não nascidas, podem vir de fontes naturais, como vulcões e desertos, mas produzidos por atividades humanas, como indústria, automóveis, agricultura, queimadas domésticas e incêndios decorrentes mudanças climáticas, com o PM 2,5 associado a ampla gama de problemas de saúde, respiratórios, como asma, a redução da saúde pulmonar e maior probabilidade de desenvolver câncer ou doenças cardíacas com risco de desenvolver diabetes, Alzheimer e Parkinson. A OMS recomenda que a concentração média anual PM 2,5 não exceda concentração de 5 microgramas por metro cúbico de ar, 5 ug/m 3, uma concentração geralmente classificada como qualidade do ar muito boa, importando lembrar que não há nível seguro de PM 2,5 reconhecido pela ciência médica e atualmente, 99% da população mundial vive com concentrações acima desse valor, com os maiores níveis de PM 2,5 encontrados em países de baixa e média renda, sendo que faixas usam média anual para levar em conta altos e baixos devido mudanças nos padrões climáticos ao longo do ano e comparação entre os locais mais simples, no entanto, pesquisadores apontam que mesmo a exposição de curto prazo a níveis muito altos pode ter efeitos agudos na saúde, exigindo tratamento médico.

Moral da Nota: artigo no JAMA mostra que mudanças climáticas globais e perturbações ecológicas forçam profissionais e sistemas de saúde enfrentar impactos na saúde de pacientes individuais e comunidades, incluindo doenças causadas pelo calor, efeitos da poluição do ar na função respiratória, toxicidade química, insegurança alimentar e disseminação de infecções transmitidas por vetores e zoonóticas e ecoansiedade, com médicos expressando alarme pela falta de preparação para cuidar e aconselhar pacientes que sofrem tais impactos afetando desproporcionalmente populações socialmente vulneráveis. daí, a convergência acelerada de vulnerabilidade social e exposições ambientais requer reexame do papel da história social e ambiental na avaliação clínica de pacientes. Declara razões dos riscos nos ambientes e pacientes, com condições médicas subjacentes exigindo ajustes nos regimes de medicação ou estratégias terapêuticas nos períodos de estresse ambiental, por exemplo, diabetes em risco de hipoglicemia relacionada à doença do calor pode precisar ajustar dosagem de insulina em emergência de calor, enquante paciente com doença pulmonar crônica, DPOC, pode precisar aumentar a dosagem do inalador em alerta de qualidade do ar, enquanto pacientes idosos e imunocomprometidos, trabalhadores ao ar livre, podem estar em maior risco de infecções sensíveis ao clima como doença do vírus do Nilo Ocidental e, nos desastres ambientais, pacientes provavelmente terão falta de acesso a alimentos e água limpa resultando em deficiências nutricionais, toxicidade química e infecções. Por fim, declara que entender vulnerabilidades fisiológicas à riscos ambientais específicos ajuda profissionais de saúde avaliar risco de exposição em pacientes individuais e personalizar esforços para reduzi-los, por exemplo, equipes podem garantir acesso do paciente a centros de resfriamento em emergência de calor e fornecer educação sobre uso de filtros de ar e equipamentos de proteção individual como máscaras N95 e purificadores de ar em período de má qualidade do ar, esforços que devem considerar determinantes sociais como falta de recursos financeiros para comprar ar condicionado ou purificador ou falta de transporte para recurso como um centro de resfriamento. Para concluir, um currículo de faculdade de medicina desenvolvido recentemente sobre mudanças climáticas, meio ambiente e saúde lista como competências-chave a capacidade de obter um histórico clínico de riscos de exposição ambiental e, ser capaz de desenvolver planos de prevenção e tratamento à calor extremo, poluição do ar e doenças psiquiátricas relacionadas a desastres ambientais à pacientes em risco devido fatores sociais ou comorbidades médicas, sendo desafiador recomendar responsabilidade clínica adicional à coleta de histórico ou aconselhamento preventivo que possa adicionar tempo e esforço ao encontro com o paciente.


sábado, 26 de outubro de 2024

Brasil blockchain

Atos notariais em formato online tornaram-se rotina na população brasileira representando mais de 40% do total de atos realizados nos Cartórios de Notas do país respondendo por registrar 40% de todas as notas cartoriais, dados compartilhados dizendo que até agosto de 2024 foram realizados mais de 1.7 milhão de atos pela plataforma eletrônica e-Notariado, utilizando blockchain, via Hyperledger e, possibilitando que escrituras de compra e venda, doação, inventários, divórcios, testamentos, procurações, reconhecimento de firmas, entre outros, possam ser remotos. O lançamento da plataforma nacional unificada de atos eletrônicos em 2020, o Colégio Notarial do Brasil, Conselho Federal, CNB/CF, contabilizou 4.5 milhões de atos remotos nos 8.344 Tabelionatos do país, sendo que no ano de lançamento, atos digitais representaram 1% do total de procedimentos realizados, em 2021, passaram à 4%, em 2022 à 11%, em 2023 à 27%, até chegar aos atuais 42% dos serviços notariais com a plataforma e-Notariado inicialmente com módulos voltados a atos de escrituras públicas, compra e venda, doação, permuta, inventário, partilha, divórcio, separação e, posteriormente, ganhou módulos até possibilitar atos como reconhecimentos de firmas, autenticação de documentos, autorização eletrônica de viagem de menores, AEV, apostilamento de documentos e, recentemente, autorização eletrônica de doação de órgãos, AEDO. Neste ecossistema, o Banco Central, BNDES e Serpro tornaram-se membros fundadores rede global ao desenvolvimento blockchain, grupo de organizações globais que apoiam como membros fundadores a Linux Foundation Decentralized Trust, sendo que esta divisão da organização sem fins lucrativos Linux Foundation, LF, foi criada buscando promover inovação e colaboração naimplementação de tecnologias e sistemas descentralizados como, blockchain, livros razão, identidade e criptografia. Destacam-se como membros fundadores instituições nacionais como o Bacen, BNDES, CPQD, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações e, internacionais como American Express, Citi, Deutsche Telecom, Fujitsu, Hitachi, Huawei, IBM, NEC, Oracle, Polygon, Siemens, Walmart e Visa, com a LF Decentralized Trust já nascendo com 17 projetos, incluindo o Hyperledger Fabric, utilizado nas soluções da Receita Federal operadas pelo Serpro, bConnect, bCadastro e bCompartilha, esta última aplicada na CIN, Carteira de Identidade Nacional, além de projetos da parceria como o Hyperledger Besu, base da Rede Blockchain Brasil, RBB, com a participação do Serpro e, o DREX, CBDC do Banco Central do Brasil, em fase de testes.

A nível estadual, o Governo de Minas deu passo na modernização do SUS, Sistema Único de Saúde, lançando prontuário unificado blockchain, primeiro do Brasil, em projeto denominado RDS-MG, Rede Mineira de Dados em Saúde e oficialmente apresentado no Fórum de Cidades Digitais e Inteligentes do Sul de Minas, iniciativa que visa centralizar e rastrear histórico de atendimento dos pacientes no SUS de modo seguro e acessível. O governo mineiro declarou que "blockchain, conhecida pela imutabilidade e capacidade de registrar informações em tempo real, oferece camada extra de proteção contra fraudes e violações de dados, além disso, prontuário digital unificado permite médicos e profissionais de saúde acessem integralmente informações de saúde dos pacientes melhorando continuidade do atendimento no estado". O diferencial do projeto RDS-MG está na combinação blockchain com IA, integração que permite criação de dashboards de monitoramento que analisam dados dos pacientes em tempo real, segundo o Subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Minas Gerais, IA será ferramenta para detectar riscos precoces, especialmente em pacientes com doenças crônicas, possibilitando ações preventivas e assertivas, destacando que a tecnologia "melhora eficiência do sistema, reduz erros e facilita continuidade dos cuidados", prometendo revolucionar acesso a serviços públicos de saúde, posicionando Minas como pioneira na adoção de soluções tecnológicas inovadoras no SUS colocando o estado na vanguarda da transformação digital na área da saúde. O Ministério da Saúde conta atualmente com rede própria construída em blockchain chamada Rede Nacional de Dados de Saúde, RNDS, construída com o Hyperledger Fabric, atualmente registrando dados dos pacientes brasileiros em blockchain, entre eles, testes de Covid-19, exames diversos e vacinação contra coronavírus, utilizando não apenas blockchain, com a proposta de expandir o 'big data' com todas informações médicas dos usuários do SUS, 100% blockchain, permitindo compartilhamento dos dados por sistema de APIs, sendo o objetivo principal do uso blockchain garantir integridade dos dados e habilitar o SUS nas regras da Lei Geral de Proteção de Dados, LGPD. Em 2017, segundo Informações do Ministério da Saúde, 29% das unidades de saúde no Brasil que usavam Internet, tinham política de segurança da informação estabelecida, enquanto 36% delas, fornecedores de assistência médica particular e 20% pública, além da segurança das informações, o Ministério da Saúde busca governança dos dados avaliando que deve ser intensificada à todo o sistema de saúde, inclusive o ramo privado.

Moral da Nota: alunos mineiros receberão em aula treinamento sobre Blockchain e criptomoedas sendo que durante o projeto de expansão, o time da ICP Brasil, HUB brasileiro da Internet Computer, responderá pela formação e capacitação dos alunos, professores e colaboradores da Universidade, que recentemente firmou parceria com a Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri, UFVJM, para apoiar o Projeto de Extensão, Capacitação e Desenvolvimento em Blockchain e Cripto Ativos, como ação para promover a tecnologia brasileira buscando aproximá-la de mais pessoas, desenvolver e capacitar profissionais e incentivar talentos emergentes. A parceria com a Universidade foi através do professor da UFVJM, Erinaldo Barbosa da Silva, válida por todo o semestre letivo, e, com a atuação educacional, o objetivo é fornecer formação aos docentes e alunos para que sejam multiplicadores no ensino básico através do projeto do curso de extensão, focado na educação como pilar para instruir e construir cultura blockchain, caminho para catalisar desenvolvimento de soluções e profissionais e inserir o Brasil na vitrine da tecnologia global que ainda é ecossistema concentrado.

Em tempo: o diretor de Produtos e Vendas Corporativas do Itaú Unibanco, no seminário "Plano Real, A moeda que mudou o Brasil", realizado em agosto 2024, em São Paulo, no painel "Um panorama sobre o Real e o futuro digital" enumera razões à adoção de moeda digital de banco central, CBDC, no Brasil, assumindo que os recursos de programabilidade do Drex poderão ser usados para controlar modos como os usuários do sistema poderão gastar o próprio dinheiro, disse, "no futuro, você pode pensar num pagamento de Bolsa Família, por exemplo, que só permite a compra de comida, ou se a gente tivesse o Drex na pandemia, você só poderia fazer compras em um raio de 5 kms da sua casa." Afirma que a rastreabilidade do Drex pode ajudar o governo combater evasão fiscal, por exemplo, ao obrigar que lojistas recebam pagamentos com a CBDC brasileira, disse, "se você usa um dinheiro programável como no caso do Bolsa Família, quem faz compras naquela lojinha que só aceita dinheiro e, provavelmente está praticando evasão fiscal, vai ter que aceitar o Drex", avalia que, a principal inovação do Drex diz respeito à programabilidade do dinheiro introduzida pelos contratos inteligentes, pois o Brasil já possui sistema de pagamentos instantâneos operacional com o Pix e a infraestrutura à pagamentos transfronteiriços depende de ampla adoção global de CBDCs, em especial os EUA. Por conta disso, levantou discussões que o Drex pode expandir controle estatal sobre uso do dinheiro, com a programabilidade do Drex ganhando atenção nas redes sociais por demonstrar que a CBDC brasileira pode ser programada para limitar o uso do dinheiro em circunstâncias específicas, podendo expandir controle estatal sobre o uso do dinheiro, quer dizer, em futuro não muito distante, o Drex poderá ser utilizado como ferramenta de controle governamental, restringindo liberdade financeira do cidadão. É o que ficou subentendido na declaração do diretor.