Estudo conduzido entre floristas belgas voluntários para avaliar exposição total medindo concentrações de pesticidas, compostos originais e metabólitos na urina e em 42 amostras, urina de 24 horas, coletadas de floristas em atividades profissionais, nos 3 períodos comerciais mais importantes, as concentrações de resíduos de pesticidas e metabólitos em urina analisadas com espectrometria de massa e cromatografia líquida multirresíduo, pós extração com acetato de etila. Um total de 70 resíduos, 56 pesticidas e 14 metabólitos foram identificados, com média de 8 resíduos de pesticidas e metabólitos por amostra de urina do florista e concentração total média por amostra de 4,3 µg/g de creatinina, de 0,2 a 67 µg/g de creatinina, resultados que demonstram serem os floristas belgas expostos diariamente a resíduos de pesticidas com efeito potencial na saúde. Investigação do Le Monde e Franceinfo revelou que agrotóxicos proibidos na França foram encontrados em crianças La Rochelle, costa oeste do país, com moléculas tóxicas de pesticidas proibidos descobertas em análises de 70 crianças da região agrícola de Aunis, onde o número de casos de câncer infantil se multiplica. Reportam que 14 moléculas diferentes foram encontradas na urina e 45 no cabelo, de cada criança testada, com a fitalimida, por exemplo, detectada na urina de mais de 15% das crianças cuja molécula é produto da decomposição do folpel, fungicida carcinogênico, mutagênico e possivelmente reprotóxico, segundo a Agência Europeia de Produtos Químicos, enquanto o acetamipride e seu metabólito da decomposição no corpo foram detectados na urina de 12 crianças,17%. Na planície de Aunis, área agrícola e de cultivo de cereais perto de La Rochelle, risco de cânceres pediátricos foi identificado em estudo realizado pelo Registro Geral de Câncer de Poitou-Charentes, laboratório do Inserm no Hospital Universitário de Poitiers, conforme o Le Monde e, desde 2018, a Liga contra o câncer da França financia estudo conduzido pelo Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica, Inserm, e pelo Registro de Câncer de Poitou-Charentes sobre cânceres nas municipalidades da região, com o número de casos aumentando de 6 no 1º período estudado, 2008-2015, para 10 entre 2008 e 2020. Uma ex-florista pediu ao Tribunal de Apelação de Rennes, noroeste, que reconhecesse a morte de sua filha Emmy Marivain que morreu de leucemia em 12 de março de 2022 aos 11 anos de idade decorrente exposição a pesticidas na gravidez, com o Fundo de Indenização às Vítimas de Pesticidas, FIVP, reconhecendo “nexo causalidade entre a patologia de Emmy” e “a exposição a pesticidas no período pré-natal”, no entanto, ao pagar a indenização aos pais, o FIVP não levou “em consideração danos sofridos por Emmy”, reclamou o advogado da família, François Lafforgue, com a mãe de Emmy, Laure Marivain, exposta desde os 20 anos de idade a inúmeros herbicidas no trabalho, ao limpar “manchas azuis e amarelas” das plantas cobertas de pesticidas que recebia em grandes quantidades, conforme o relatório anual, a FIVP reconheceu vínculo causal entre doenças de 4 outras crianças e a exposição pré-natal a pesticidas.
Moral da Nota: pesquisa conduzida pela Unesp, Instituto de Geociências da Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, SP, aponta que a reposição do Aquífero Guarani está abaixo à garantir manutenção da quantidade disponível no reservatório, do Sul e Sudeste do país, Paraguai, Uruguai e Argentina, com o reservatório atendendo 90 milhões de pessoas, respondendo pelo nível de rios e lagos no interior paulista no período de seca. A pesquisa busca entender importância da chuva na entrada de águas novas no aquífero, afloramento, superfície, e confirmação desse papel apontando que efeitos de superexploração do reservatório são constantes, contínuos, piorando com a mudança de distribuição das chuvas na área de afloramento que alimenta o aquífero. O rebaixamento dos níveis chega, em determinados pontos a 100 metros, considerável às dimensões com níveis com 450 metros de espessura do reservatório, chegando a 1 km de profundidade sendo que a maior parte do consumo do Guarani é para abastecimento urbano, enquanto 80% se concentra no estado de São Paulo. A Agência de Águas do Estado de São Paulo, SP Águas, diz que monitora estudos relacionados à recarga do Aquífero Guarani e dos demais corpos d’água do estado, segundo o órgão, “a gestão do aquífero é realizada de modo integrado com outros recursos hídricos visando garantir equilíbrio entre demandas e preservação ambiental”, com a maior parte da captação de água no estado de São Paulo se concentrando em fontes superficiais, rios e lagos, sendo a captação em poços profundos que acessam o Aquífero Guarani, menor parcela do total dos recursos hídricos considerando que “toda captação de água no estado está sujeita à outorga, concedida pós criteriosa análise técnica”. O Aquífero Guarani é um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo com área estimada de 1,2 milhão de km² e capacidade de armazenamento em 37 mil km³ de água que poderia abastecer a população mundial por centenas de anos, dependendo do uso.