sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Olhar geral

Em crise constante, o Haiti abre espaço a projeto bitcoin buscando transformar a economia e oferecer esperança, um aliado na luta por um Haiti melhor, o projeto Yes, Bitcoin Haiti cria nova cidadela, provando que pode impulsionar a transformação em país vulnerável a desastres naturais, na rota dos furacões no Atlântico, razão pela qual é vítima das piores consequências destes desastres naturais. Cidadãos da comuna de Saint Michel de l'Atalaye, se uniram para desenvolver projeto de economia circular em bitcoin, chamado Yes, Bitcoin Haiti, iniciativa, visando transformar a economia local através da educação e adoção bitcoin em fundamentos da moeda fiduciária, da inflação, dos bancos centrais e potencial libertador da moeda criada por Satoshi Nakamoto. Para incentivar a economia circular do bitcoin a equipe da Yes, Bitcoin Haiti, adquiriu uma antena Starlink para fornecer Internet aos que desejam aprender sobre o Bitcoin, além de financiamento da HFR, Fundação dos Direitos Humanos cujos recursos são destinados ao pagamento de salários dos líderes dos projetos, à compra de equipamentos e à produção de materiais didáticos. No outro lado do mundo, o Butão gera receita de US$ 750 milhões com mineração Bitcoin e estabelece modelo à países em desenvolvimento, localizado no Himalaia Oriental, com a plataforma de análises onchain Arkham Intelligence afirmando detectar e identificar o primeiro endereço Bitcoin, BTC, do braço de investimentos do Butão, Druk Holding and Investments e, conforme a Arkham, o DHI possui 13.029 BTC, 656 Ether, ETH, alguns BNB, BNB, e Polygon, POL, totalizando US$ 780 milhões em criptoativos, sendo que as participações em Bitcoin estão rotuladas no Arkham oriundas de operações de mineração realizadas pelo braço de investimentos do Reino do Butão, Druk Holdings, significando que as reservas cripto do país representam mais de 26,9% de PIB de 2023, estimado em US$ 2,9 bilhões, dados do Banco Mundial.

Com RNB, renda nacional bruta, per capita abaixo de US$ 14.005, a maioria dos países nessa categoria poderiam seguir o exemplo do Butão para enfrentar a dívida nacional, aí, incluem Paraguai, Venezuela, El Salvador, Argentina e Quênia, com o Paraguai dando passos em 2024 na direção à regulamentação da mineração Bitcoin, devido recursos e baixos custos de energia hidrelétrica além do clima favorável o tornaram destino atraente à mineradores de criptomoedas. O cofundador do Bitcoin Paraguay, disse que o país “tem posição única no mundo porque 99% da energia é hidrelétrica” e que a baixa demanda de energia não consegue absorvê-la com o excedente exportada à Argentina e Brasil a “preços baixos” concluindo que “não é absurdo pensar que o governo paraguaio poderia parar de vender o excedente e usá-lo à minerar Bitcoin, assim como fez o Butão”, no entanto, embora seja o maior exportador de energia da América do Sul e esteja entre os 10 maiores do mundo, a política e a regulamentação impediram o país de usar energia excedente à mineração cripto. Em 2022, o Paraguai aprovou projeto de lei que regulamenta mineração cripto e estabelece quadro legal à indústria exigindo que os mineradores se registrassem junto às autoridades governamentais e seguissem padrões específicos de consumo de energia, garantindo conformidade enquanto promovia crescimento das atividades relacionadas a criptomoedas no país, no entanto, o ex-presidente Mario Abdo Benítez vetou o projeto, citando preocupações sobre o consumo de energia e benefícios econômicos mínimos, com alguns legisladores pressionando o governo considerar benefícios de vender energia excedente à mineradores cripto locais em vez de exportá-la à Argentina e Brasil e, apesar da fricção entre legisladores, operações de mineração continuaram crescer embora em zona cinzenta regulatória. A Venezuela, rica em petróleo e gás, fonte de energia barata e abundante à geração de eletricidade, fator à proliferação da mineração Bitcoin, com o CEO da empresa de autocustódia de criptoativos BTC Techno, dizendo que, se a Venezuela usasse corretamente as riquezas naturais, poderia trazer "a nação à ciclo de lucratividade financeira e sustentabilidade operacional" no setor de mineração de Bitcoin, no entanto, devido à infraestrutura negligenciada, o país sofre apagões e escassez de eletricidade dificultando funcionamento dos mineradores, além da proibição da mineração de criptomoedas para proteger a frágil rede elétrica, fechando e confiscando instalações de mineração. El Salvador fez história como o primeiro país tornar o Bitcoin moeda de curso legal em 2021, com o presidente salvadorenho, defensor aberto cripto ocupado com o projeto futurista do país, a Bitcoin City, atualmente possui 5.750 BTC, comprados com fundos do tesouro, além de minerar Bitcoin usando energia geotérmica natural proveniente de atividade vulcânica, que representa pequena parte do estoque total de BTC além de projetos de energia hidrelétrica. A Argentina tem alta taxa de adoção cripto com Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum, afirmando que a "comunidade cripto argentina é uma das maiores no mundo", além do presidente argentino elogiar o Bitcoin como meio de devolver o poder monetário às pessoas declarando que, na Argentina, "haverá livre concorrência de moedas" ao permitir uso cripto como meio de pagamento em contratos, mas não tomou medidas regulatórias como permitir pagamento de impostos com criptomoedas embora Mendoza tenha implementado a opção localmente que ainda não foi adotada em âmbito nacional. Em 27 de maio de 2024 a Comissão Nacional de Valores da Argentina e a Comissão Nacional de Ativos Digitais de El Salvador realizaram reunião para discutir adoção e regulamentação de criptomoedas nos dois países, sendo que a Argentina é atraente à mineradores cripto devido aos subsídios de energia que tornam a eletricidade barata, além de ser rico em recursos energéticos, particularmente petróleo e gás natural possuindo fontes de energia renovável, como hidrelétrica, solar e eólica. O Ministério de Energia e Petróleo do Quênia anunciou parceria com a gigante da mineração Bitcoin Marathon Digital para trocar conhecimento técnico e pesquisa, ideias de políticas e estratégias de investimento no desenvolvimento de infraestrutura energética, no entanto, em 2016, o Banco Central do Quênia proibiu uso de criptomoedas em transações financeiras mas relaxou sua posição e, em 2022, implementou a Lei de Mercados de Capitais que regulamenta ativos digitais com abordagem cautelosa, não abertamente hostil.

Moral da Nota: o fundador e presidente da MicroStrategy, empresa de software e proxy Bitcoin, explicou na conferência Bitcoin 2024 em Nashville, Tennessee, como nações especialmente aquelas com dívidas significativas, poderiam usar Bitcoin para mitigar problemas econômicos propondo estratégia na qual países endividados realocariam reservas do tesouro de ativos como ouro e títulos ao Bitcoin, ativo digital de longo prazo e, ao fazer isso, aproveitariam o potencial de crescimento Bitcoin à quitar dívidas e, possivelmente, alcançar prosperidade econômica. A Tether lançou em 2023 iniciativa de mineração no Uruguai, afirmando que o país pode gerar 94% da eletricidade a partir de fontes renováveis, incluindo eólica e solar, valendo dizer que aprovou a Lei nº 20.345 que regulamenta ativos virtuais e amplia supervisão do Banco Central sobre prestadores de serviços financeiros, projeto que estabelece enquadramento à ativos virtuais, marcando passo na formalização e supervisão de entidades que operam na área de ativos virtuais incluindo prestadores de serviços que sejam considerados “financeiros” conforme regulamentação do Banco Central do Uruguai, BCU. A nova lei apresenta modificações à Lei nº 16.696, de 30 de março de 1995, visando atualizar regulamentação e supervisão de entidades do sistema financeiro, incluindo supervisão de ativos virtuais, agora, o Banco tem responsabilidade de regular e fiscalizar não só instituições tradicionais do sistema financeiro mas as que operam com ativos virtuais incluindo casas de câmbio, gestoras de fundos de investimento, seguradoras e resseguradoras, bem como entidades que realizam aplicações e investimentos financeiros com recursos próprios ou créditos de terceiros. Redefine o papel da Superintendência de Serviços Financeiros, estabelecendo competências para garantir estabilidade e transparência do sistema financeiro, proteção do consumidor e prevenção da lavagem de dinheiro clarificando categorias de entidades supervisionadas e definindo requisitos à autorização e funcionamento, estabelecendo que entidades que desenvolvam atividades de crédito possam atuar como contraparte em operações definidas pela legislação em vigor, contemplando regulamentação de entidades não incluídas na lista inicial das que realizam serviços de transferência de fundos ou compra e venda de ativos virtuais. Com a aprovação da lei, espera-se que o Banco Central do Uruguai emita regulamentação para completar quadro jurídico à ativos virtuais permitindo supervisão e proteção mais eficaz, bem como prevenção de lavagem de capitais e financiamento do terrorismo, vale dizer que a implementação da legislação provocou alterações na definição dos valores escriturais incorporando aspectos de registros centralizados e descentralizados utilizando tecnologias modernas.


quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Em pauta, o Drex

O Banco Central escolheu Visa, Santander e mais 11 empresas à fase seguinte do projeto moeda digital, Real Digital, inserido em medidas de conformidade tributária para monitorar transações decorrente ao fato que carteiras digitais crescem no Brasil, enquanto fintechs como Binance e Mercado Bitcoin expandem serviços. Em conjunto com a CVM, divulgou os nomes dos projetos e empresas nesta fase de testes e, das 42 propostas de casos de uso enviadas, 13 foram escolhidas visando testar infraestrutura de como os serviços financeiros funcionarão na plataforma Drex Pilot implementados por contratos inteligentes gerenciados por terceiros. O desenvolvimento dos projetos começa com os participantes se reunindo para descobrir melhores modos de governar, implementar e testar soluções de privacidade nos serviços em que o Drex Pilot, agora com 16 empresas trabalhando no desenvolvimento e teste da plataforma, posteriormente virão o Brazilian Credit Bank, Banco Inter, Unibanco, Itaú e Bradesco além de Microsoft e Google. Temas da fase incluem crédito garantido em CDBs, Certificados de Depósitos Bancários, otimização do mercado de câmbio e financiamento de operações de comércio internacional, com o Banco Inter por exemplo, assumindo o trade finance, enquanto XP e Visa focam otimização do mercado de câmbio com transações de agronegócio e negócios imobiliários colocados à prova nesta fase. A regulamentação cripto no Brasil tem se mantido estável considerando que em junho de 2023 o governo publicou lei de Marco Legal dos Ativos Virtuais, determinando o Banco Central responder por garantir que empresas de criptomoedas a sigam além de manter olhar sobre conformidade fiscal, que em junho, a autoridade fiscal do Brasil pediu que exchanges cripto estrangeiras esclarecessem operações no país considerando que os brasileiros possuíam mais de US$ 246 bilhões em criptoativos em 2023, aumento acentuado em relação a 2022 e até mesmo ao otimista ano de 2021. Carteiras digitais estão se tornando mais populares e relatórios mostram que metade dos consumidores brasileiros usam carteiras digitais nas transações, tendência surpreendente entre gerações mais velhas em que 31% dos baby boomers relataram usá-las para compras online superando gerações mais jovens em alguns casos com Binance e Mercado Bitcoin expandindo graças à demanda por soluções de pagamento relacionadas a criptomoedas.

Considerando inovação, a Tether adquiriu 10% do capital da argentina AdecoAgro além de investir na Satellogic, outra empresa argentina, sendo que teria comprado 10,048 milhões de ações a preços entre US$ 9,45 e US$ 11,66 por ação, equivalendo a mais de US$ 100 milhões considerando que a AdecoAgro tem valor de mercado superior a US$ 1,1 bilhão, devido portfólio de ativos como terras agrícolas e instalações industriais. O emissor da USDT, principal stablecoin do mundo, ao anunciar a aquisição dos 10% do capital da empresa argentina que está por trás de marcas como Las Tres Niñas, Molinos Alfa, Apóstoles, Angelitas, Monte Happy e Rice 54, além de investimentos de US$ 630 mil na plataforma IA aplicada ao setor agrícola, DeepAgro, e na startup agro web 3.0, Agrotoken, além dos 10% da AdecoAgro. Segundo a Bloomberg Online, o Tether expandiu-se à setores fora do ecossistema cripto sem perder foco na blockchain, entretanto, a AdecoAgro publicou lucros 140 milhões de dólares no 2º trimestre de 2024 com perspectivas optimistas no 2º semestre de 2024 e aumento homólogo de 3%, por sua vez, investiu US$ 30 milhões na Satellogic, outra empresa portenha. A AdecoAgro possui valor de mercado superior a US$ 1,1 bilhão, devido portfólio de ativos incluindo terras e instalações industriais onde produz 2,5 milhões de toneladas de açúcar, arroz, leite, milho, trigo, girassol, soja, bioeletricidade, entre outros, considerando que, em 2024, confirmou acordo de colaboração com o Banco Galicia ao incluir desenvolvimento de produtos financeiros e estratégias comerciais para oferecer opções de crédito a produtores argentinos, além disso, afirmou que a ideia é utilizar ativos agrícolas como garantia digital em processo simples, transparente e sem atritos. Já a mexicana Bitso, diz que a Argentina prefere stablecoins, o Brasil combina Bitcoin e altcoins discriminado no relatório “Panorama Cripto na América Latina” correspondente ao 1º semestre de 2024, no qual mostra que stablecoins na Argentina são 2ª criptomoeda com maior presença nas carteiras, enquanto no Brasil altcoins superam presença de Ethereum, segundo o relatório. Considerando que tendência na Argentina é influenciada pelas condições macroeconômicas caracterizadas por inflação elevada e desvalorização persistente do peso argentino que reflete adaptação da inclinação histórica no refugio ao dólar norte-americano como mecanismo de proteção contra desvalorização da moeda local, transferiu essa prática ao campo cripto considerando que 2% das participações locais são denominadas em pesos argentinos, sublinhando perda de confiança na moeda nacional. Dados indicam que na Argentina o mapa de compra cripto começa com o USDT com 31%, seguido pelo USDC com 30% e o 3º lugar o Bitcoin com 12%, segue em 4º lugar PEPE com 7%, XRP com 3% e o token ETH com o mesmo percentual, enquanto o Brasil se destaca pela composição particular de portfólios de criptomoedas marcados pela presença Bitcoin e interesse altcoin com o Bitcoin no último semestre representando 60% da carteira média dos usuários e crescimento de 2% em relação ao semestre anterior.

Moral da Nota: pesquisa concentrada em proteger máquinas contra ataques físicos e cibernéticos e mantendo capacidades de aprendizado descentralizado, pode ter resolvido um dos maiores desafios no campo IA ​​usando método de treinamento descentralizado em blockchain, embora em estágios iniciais, as implicações podem variar de revolucionar exploração do espaço sideral a representar ameaça existencial à humanidade. Em ambiente simulado, pesquisadores belgas desenvolveram modo de coordenar aprendizado entre agentes IA individuais e autônomos através da blockchain para facilitar e proteger comunicações dos agentes, criando "enxame" descentralizado de modelos de aprendizado cujos resultados do treinamento individual para cada agente no enxame foram usados ​​para desenvolver modelo IA maior e, como os dados foram manipulados via blockchain, o sistema se beneficiou da inteligência coletiva do enxame sem acessar dados dos agentes individuais. Aprendizado de máquina, ML, conceito relacionado à IA, vem em modos diversos como chatbot típico, ChatGPT da OpenAI ou o Claude da Anthropic, por exemplo, é desenvolvido em técnicas e pré-treinado usando paradigma denominado "aprendizado não supervisionado" e ajustado com outro chamado "aprendizado por reforço a partir do feedback humano", o desafio na abordagem é que, normalmente, requer que dados de treinamento do sistema sejam isolados em banco centralizado tornando impraticável à aplicativos que exigem aprendizado autônomo contínuo ou onde privacidade é importante, sendo que a pesquisa usou paradigma de aprendizado chamado "aprendizado federado descentralizado" e, ao fazer isso, descobriram que podiam coordenar modelos com sucesso, mantendo a descentralização dos dados. A pesquisa permanece experimental e foi conduzida apenas através de simulações, podendo chegar em breve momento em que enxames de robôs podem ser coordenados de modo descentralizado, podendo um dia permitir que equipes de agentes IA de diferentes empresas ou países trabalhem juntos para treinar um agente maior sem sacrificar privacidade de dados.