Em crise constante, o Haiti abre espaço a projeto bitcoin buscando transformar a economia e oferecer esperança, um aliado na luta por um Haiti melhor, o projeto Yes, Bitcoin Haiti cria nova cidadela, provando que pode impulsionar a transformação em país vulnerável a desastres naturais, na rota dos furacões no Atlântico, razão pela qual é vítima das piores consequências destes desastres naturais. Cidadãos da comuna de Saint Michel de l'Atalaye, se uniram para desenvolver projeto de economia circular em bitcoin, chamado Yes, Bitcoin Haiti, iniciativa, visando transformar a economia local através da educação e adoção bitcoin em fundamentos da moeda fiduciária, da inflação, dos bancos centrais e potencial libertador da moeda criada por Satoshi Nakamoto. Para incentivar a economia circular do bitcoin a equipe da Yes, Bitcoin Haiti, adquiriu uma antena Starlink para fornecer Internet aos que desejam aprender sobre o Bitcoin, além de financiamento da HFR, Fundação dos Direitos Humanos cujos recursos são destinados ao pagamento de salários dos líderes dos projetos, à compra de equipamentos e à produção de materiais didáticos. No outro lado do mundo, o Butão gera receita de US$ 750 milhões com mineração Bitcoin e estabelece modelo à países em desenvolvimento, localizado no Himalaia Oriental, com a plataforma de análises onchain Arkham Intelligence afirmando detectar e identificar o primeiro endereço Bitcoin, BTC, do braço de investimentos do Butão, Druk Holding and Investments e, conforme a Arkham, o DHI possui 13.029 BTC, 656 Ether, ETH, alguns BNB, BNB, e Polygon, POL, totalizando US$ 780 milhões em criptoativos, sendo que as participações em Bitcoin estão rotuladas no Arkham oriundas de operações de mineração realizadas pelo braço de investimentos do Reino do Butão, Druk Holdings, significando que as reservas cripto do país representam mais de 26,9% de PIB de 2023, estimado em US$ 2,9 bilhões, dados do Banco Mundial.
Com RNB, renda nacional bruta, per capita abaixo de US$ 14.005, a maioria dos países nessa categoria poderiam seguir o exemplo do Butão para enfrentar a dívida nacional, aí, incluem Paraguai, Venezuela, El Salvador, Argentina e Quênia, com o Paraguai dando passos em 2024 na direção à regulamentação da mineração Bitcoin, devido recursos e baixos custos de energia hidrelétrica além do clima favorável o tornaram destino atraente à mineradores de criptomoedas. O cofundador do Bitcoin Paraguay, disse que o país “tem posição única no mundo porque 99% da energia é hidrelétrica” e que a baixa demanda de energia não consegue absorvê-la com o excedente exportada à Argentina e Brasil a “preços baixos” concluindo que “não é absurdo pensar que o governo paraguaio poderia parar de vender o excedente e usá-lo à minerar Bitcoin, assim como fez o Butão”, no entanto, embora seja o maior exportador de energia da América do Sul e esteja entre os 10 maiores do mundo, a política e a regulamentação impediram o país de usar energia excedente à mineração cripto. Em 2022, o Paraguai aprovou projeto de lei que regulamenta mineração cripto e estabelece quadro legal à indústria exigindo que os mineradores se registrassem junto às autoridades governamentais e seguissem padrões específicos de consumo de energia, garantindo conformidade enquanto promovia crescimento das atividades relacionadas a criptomoedas no país, no entanto, o ex-presidente Mario Abdo Benítez vetou o projeto, citando preocupações sobre o consumo de energia e benefícios econômicos mínimos, com alguns legisladores pressionando o governo considerar benefícios de vender energia excedente à mineradores cripto locais em vez de exportá-la à Argentina e Brasil e, apesar da fricção entre legisladores, operações de mineração continuaram crescer embora em zona cinzenta regulatória. A Venezuela, rica em petróleo e gás, fonte de energia barata e abundante à geração de eletricidade, fator à proliferação da mineração Bitcoin, com o CEO da empresa de autocustódia de criptoativos BTC Techno, dizendo que, se a Venezuela usasse corretamente as riquezas naturais, poderia trazer "a nação à ciclo de lucratividade financeira e sustentabilidade operacional" no setor de mineração de Bitcoin, no entanto, devido à infraestrutura negligenciada, o país sofre apagões e escassez de eletricidade dificultando funcionamento dos mineradores, além da proibição da mineração de criptomoedas para proteger a frágil rede elétrica, fechando e confiscando instalações de mineração. El Salvador fez história como o primeiro país tornar o Bitcoin moeda de curso legal em 2021, com o presidente salvadorenho, defensor aberto cripto ocupado com o projeto futurista do país, a Bitcoin City, atualmente possui 5.750 BTC, comprados com fundos do tesouro, além de minerar Bitcoin usando energia geotérmica natural proveniente de atividade vulcânica, que representa pequena parte do estoque total de BTC além de projetos de energia hidrelétrica. A Argentina tem alta taxa de adoção cripto com Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum, afirmando que a "comunidade cripto argentina é uma das maiores no mundo", além do presidente argentino elogiar o Bitcoin como meio de devolver o poder monetário às pessoas declarando que, na Argentina, "haverá livre concorrência de moedas" ao permitir uso cripto como meio de pagamento em contratos, mas não tomou medidas regulatórias como permitir pagamento de impostos com criptomoedas embora Mendoza tenha implementado a opção localmente que ainda não foi adotada em âmbito nacional. Em 27 de maio de 2024 a Comissão Nacional de Valores da Argentina e a Comissão Nacional de Ativos Digitais de El Salvador realizaram reunião para discutir adoção e regulamentação de criptomoedas nos dois países, sendo que a Argentina é atraente à mineradores cripto devido aos subsídios de energia que tornam a eletricidade barata, além de ser rico em recursos energéticos, particularmente petróleo e gás natural possuindo fontes de energia renovável, como hidrelétrica, solar e eólica. O Ministério de Energia e Petróleo do Quênia anunciou parceria com a gigante da mineração Bitcoin Marathon Digital para trocar conhecimento técnico e pesquisa, ideias de políticas e estratégias de investimento no desenvolvimento de infraestrutura energética, no entanto, em 2016, o Banco Central do Quênia proibiu uso de criptomoedas em transações financeiras mas relaxou sua posição e, em 2022, implementou a Lei de Mercados de Capitais que regulamenta ativos digitais com abordagem cautelosa, não abertamente hostil.
Moral da Nota: o fundador e presidente da MicroStrategy, empresa de software e proxy Bitcoin, explicou na conferência Bitcoin 2024 em Nashville, Tennessee, como nações especialmente aquelas com dívidas significativas, poderiam usar Bitcoin para mitigar problemas econômicos propondo estratégia na qual países endividados realocariam reservas do tesouro de ativos como ouro e títulos ao Bitcoin, ativo digital de longo prazo e, ao fazer isso, aproveitariam o potencial de crescimento Bitcoin à quitar dívidas e, possivelmente, alcançar prosperidade econômica. A Tether lançou em 2023 iniciativa de mineração no Uruguai, afirmando que o país pode gerar 94% da eletricidade a partir de fontes renováveis, incluindo eólica e solar, valendo dizer que aprovou a Lei nº 20.345 que regulamenta ativos virtuais e amplia supervisão do Banco Central sobre prestadores de serviços financeiros, projeto que estabelece enquadramento à ativos virtuais, marcando passo na formalização e supervisão de entidades que operam na área de ativos virtuais incluindo prestadores de serviços que sejam considerados “financeiros” conforme regulamentação do Banco Central do Uruguai, BCU. A nova lei apresenta modificações à Lei nº 16.696, de 30 de março de 1995, visando atualizar regulamentação e supervisão de entidades do sistema financeiro, incluindo supervisão de ativos virtuais, agora, o Banco tem responsabilidade de regular e fiscalizar não só instituições tradicionais do sistema financeiro mas as que operam com ativos virtuais incluindo casas de câmbio, gestoras de fundos de investimento, seguradoras e resseguradoras, bem como entidades que realizam aplicações e investimentos financeiros com recursos próprios ou créditos de terceiros. Redefine o papel da Superintendência de Serviços Financeiros, estabelecendo competências para garantir estabilidade e transparência do sistema financeiro, proteção do consumidor e prevenção da lavagem de dinheiro clarificando categorias de entidades supervisionadas e definindo requisitos à autorização e funcionamento, estabelecendo que entidades que desenvolvam atividades de crédito possam atuar como contraparte em operações definidas pela legislação em vigor, contemplando regulamentação de entidades não incluídas na lista inicial das que realizam serviços de transferência de fundos ou compra e venda de ativos virtuais. Com a aprovação da lei, espera-se que o Banco Central do Uruguai emita regulamentação para completar quadro jurídico à ativos virtuais permitindo supervisão e proteção mais eficaz, bem como prevenção de lavagem de capitais e financiamento do terrorismo, vale dizer que a implementação da legislação provocou alterações na definição dos valores escriturais incorporando aspectos de registros centralizados e descentralizados utilizando tecnologias modernas.