O dinheiro surgiu na Lídia no século VII a.C, no entanto, sua história iniciou antes, pois no decorrer do tempo, foram utilizados como valor monetário à realização de transações, daí, compreensão na necessidade de modernizar o sistema, passando do sal como principal moeda de troca, ao cobre, tabaco e outros itens. Neste espaço surgem moedas e cédulas, revolucionando as relações comerciais, diante a necessidade de posses e oferecimento em troca do objeto desejado, nascendo aí, negociações e, para chamarmos algo de dinheiro, espera-se que obedeça princípios como grau de raridade e ser necessário. No estabelecimento da civilização a comida era a que mais atendia aos critérios para tornar-se moeda de troca, afinal, estávamos longe das sofisticações modernas e dos alimentos produzidos em grande escala facilmente encontrados e preservados. Conseguir comida era desafio à caça e colheita, recursos que escasseavam em determinada região, obrigando mudanças, por isso, é fácil entender porque os alimentos eram moeda principal e porque se manteve por longo tempo, no entanto, variações climáticas e desaparecimento de espécies levaram à períodos de escassez, originando a agricultura a partir daí.
A agricultura permite liberação no enfrentamento dos perigos da caça e escassez de comida, permitindo que a energia e criatividade dessem luz em outras áreas. A criação de animais garante salto de qualidade ao promover cruzamento entre os de grande porte, e consequente nascimentos cada vez maiores, fundamentais, para alimentar número maior de pessoas. Entre 10 mil a.C e 9 mil a.C ganhou força elevando a desigualdade e criando proprietários da produção do que consumiam e consequente troca do excedente pelo que se desejasse, ao passo que os que não eram donos de terras se viram obrigados trabalhar para aqueles que eram proprietários como escravos ou em péssimas condições e pagamento na moeda da época, ou, comida. O desenvolvimento agrícola fez emergir trabalhos especializados como construção ou fazer pães e desenvolver atividades com pagamentos com quantidade mais generosa de alimentos e excedentes como moeda de troca, diverso da caça, possblitando acumular riqueza. Os babilônios foram precursores das moedas que conhecemos e dos bancos, com desenvolvimento de silos em que se depositavam sacos de alimentos e, em troca, recebiam placas de argila escrita a quantidade depositada, aí, as primeiras cédulas monetárias, possíveis para negociações. A utilização do sistema para empréstimos, apesar do impedimento do uso por tempo prolongado, pois os grãos guardados se estragariam fazendo com que as placas de argila perdessem valor. A partir daí, emerge o sal preenchendo critérios acima cuja raridade se devia ao fato de ser difícil a extração, necessário para dar gosto ao alimento e conservá-los, sendo mais fácil de transportar que os grãos, aí, o surgimento do termo salário. O cobre foi usado na fabricação de armas e utensílios e como moeda de troca à qualquer item desejado com vantagem sobre os outros tipos de dinheiro pois era durável. O tabaco teve importância nesse sentido e o uso perdurou além dessa época, quando no estado americano da Virgínia, foi a principal moeda corrente por 200 anos, desde a fundação da colônia em 1607. Com o surgimento das moedas decorrente utilização por metais preciosos abrindo portas ao modelo de moedas que conhecemos hoje, cujo valor é dado pelo número impresso e não pelo material que é feito, ao passo que na idade média iniciou o costume de guardá-las com ourives, em troca, ganhava recibo em processo similar ao depósito bancário de surgimento posterior sendo que esses recibos começaram a ser usados em compras originando moedas de papel.
Moral da Nota: no século XVII, a Holanda era potência comercial e naval em expansão pela Ásia, África e América e para financiar aventuras coloniais, os holandeses criaram uma organização empresarial, ou,: a sociedade anônima, figura jurídica que permitia contribuição com capital à empresa e recebesse ações que representavam parte proporcional dos benefícios, além disso, os acionistas arriscaram apenas o dinheiro que haviam investido, sem comprometer o resto do patrimônio diversificando riscos e atraindo investidores. A Bolsa de Valores de Amsterdã foi palco de dinâmicas financeiras que marcaram o destino de investidores, alguns ficaram ricos, outros faliram na criação de mercado competitivo que lançou bases ao desenvolvimento do capitalismo moderno, primeiro mercado de ações do mundo, com negociação de ações de empresas como a Companhia Holandesa das Índias Orientais, a mais lucrativa de sua época. Desenvolveu o conceito de oferta e demanda em que muitos compradores interessados no estoque, vende-se por preço alto, poucos compradores ou muitos vendedores, abaixa o preço. A Bolsa de Valores de Amsterdã foi local onde tal atividade se concentrou, tornando-se centro financeiro da Europa se encontrando todos os tipos de especuladores, de comerciantes e banqueiros a nobres e clérigos, no entanto, o mercado de ações tinha volatilidade e turbulência e, ao longo do século XVII, várias bolhas e crises afetaram a economia holandesa sendo uma das mais famosas a chamada mania das tulipas, que consistia em febre especulativa pelos bulbos das tulipas, flor exótica e cobiçada que atingiu preços astronômicos. Saltando de Amsterdã ao mercado cripto observa-se versão mais intensa e selvagem do que Wall Street atual, onde são negociados ativos digitais que independem de governo ou banco central, mas da tecnologia e confiança dos usuários, tratando-se de mercado volátil e arriscado, mas atraente e lucrativo.