Dois terços da energia produzida no mundo é consumida nas cidades gerando mais de 70% das emissões de CO2. Os centros urbanos contribuem com 80% do PIB global, parte em centros de educação e empreendedorismo. Mais da metade da população do planeta é urbana e até 2050 serão dois terços da população mundial. O foco urbano é oportunidade ao desenvolvimento implementando soluções à crise climática, abrindo caminho ao desenvolvimento sustentável. Inovações no transporte público elétrico, energia renovável e melhor gerenciamento de resíduos, geram novo patamar de consumo de energia, uso da água ou espaços de convivência, desafios ao enfrentamento da questão.
Em discussão na UNESCO em Paris sobre sustentabilidade e ação contra as mudanças climáticas, planejamento urbano, inclusão social e inovações tecnológicas, especialistas e formuladores de políticas pensam modos de superar desafios urbanos com abordagens inovadoras. Nesta ideia surge o conceito de Cidades Criativas da UNESCO colocando cultura no centro de sua estratégia de desenvolvimento e compartilhando melhores práticas. O cuidado e a preservação dos centros urbanos com políticas e comunicação adequada, andam juntos no desenvolvimento sustentável. A UNESCO adicionou 66 cidades à Rede de Cidades Criativas, agora com 246. A Rede urbana criativa é baseada no desenvolvimento e criatividade pela música, artesanato, design, cinema, artes folclóricas, literatura, artes digitais ou gastronomia. Entre os participantes, Mérida capital de Yucatan no México, inscrita na categoria gastronomia com mais oito cidades incluindo Puebla. Na América Latina e Caribe destacam Arequipa no Peru, Havana e Trinidad em Cuba, San José na Costa Rica, Cali e Valledupar na Colômbia, Santo Domingo na República Dominicana e Valparaíso no Chile além de Valladolid na Espanha.
Moral da Nota: a discussão climática entre brasileiros está potencializando agronegócio, mineração, conflitos armados e etc, colocando em pólos opostos a emergência ambiental e o desenvolvimento. Devemos focar na questão urbana e envelhecimento da população; simples assim, mais de 70% da população mundial é urbana, litorânea e envelhece em espiral progressiva. Isto impacta na reposta ao clima, pois uma população mais velha desacelera consumo e em consequência o rítmo da economia. Grandes desafios ou problemas grandiosos são urbanos, já que a crise ambiental no campo gera migração, enquanto a crise ambiental urbana gera mobilização da população diante o problema. A vida tem mostrado dessa forma.