A desertificação impacta 500 milhões de pessoas mais vulneráveis a mudanças climáticas e eventos extremos como secas com escassez de água em regiões áridas, ondas de calor com incêndios, tempestades de poeira e etc para um aquecimento em torno de 1,5º C. No entanto, um aquecimento de 2ºC eleva os riscos de degradação da permafrost que são terras árticas eternamente geladas se liquefazendo ao lado de grande liberação de metano, a passos largos com a liquefação ártica durante o ano inteiro; este quadro leva a instabilidade dos sistemas alimentares.
Os pilares da segurança alimentar são 4 envolvendo a disponibilidade, o acesso, a utilização e a estabilidade, com consequências no rendimento, na produção e no preço, além da capacidade de obtenção de alimentos envolvendo nutrição e preparo apontando à questões de disponibilidade. As mudanças climáticas afetam segurança alimentar reduzindo safras tropicais e em consequência preços maiores, queda na qualidade de nutrientes e rupturas na cadeia de produção. Por uma questão geográfica, trópicos, os impactos mais drásticos estão em países de renda baixa na África, Ásia, América Latina e Caribe. Outra questão relacionada a segurança alimentar está na produção do alimento, pois um terço se perde ou é desperdiçada por causas variadas de acordo com o país, desde os desenvolvidos até emergentes envolvendo questões regionais. Daí o IPCC defender que a redução da perda e do desperdício, diminuiria emissões de gases efeito estufa melhorando a segurança alimentar.
Moral da Nota: o IPCC mostra como a gestão sustentável dos recursos do solo, agricultura e silvicultura enfrentam mudanças climáticas. O solo em uso, alimentaria o mundo num clima de mudanças fornecendo biomassa à energia renovável. O solo produtivo sustenta a segurança alimentar em paralelo ao aumento de população e impactos negativos sobre a vegetação. A gestão sustentável da floresta, conservação dos ecossistemas e restauro dos solos, reduzindo o desmatamento, impacta no desperdício alimentar. Limitar o plantio de culturas energéticas ou cultivadas à produção de energia em prol de florestas leva tempo para que árvores e solos armazenem carbono de modo efetivo. O IPCC conclui que a bioenergia precisa ser gerida, evitando riscos à segurança alimentar e à biodiversidade relacionados a degradação do solo.