segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Conhecimento essencial

Pesquisa conduzida pelo Centro de Políticas Públicas Annenberg da Universidade da Pensilvânia descobriu que muitos  adultos norte americanos não têm conhecimento essencial sobre hipertensão arterial em universo de quase metade da população norte americana apresentar hipertensão, fator de risco à doenças cardíacas e derrames, com  Kathleen Hall Jamieson, PhD, diretora do centro, dizendo que “se não sabemos o que significa ter pressão alta, por que ela é um problema ou como pode preveni-la, podemos não perceber que temos um problema que pode ser corrigido”. Participaram da pesquisa de abril de 2025, 1653 adultos sendo que 35% tinham diagnóstico de hipertensão, 10% de pré-hipertensão e 2% de hipertensão gestacional e, dentre aqueles com pressão alta, dois terços relataram um pouco ou muito preocupados com a doença e 5% disseram não estar nem um pouco preocupados, apesar da alta prevalência da condição e  preocupação, apenas 13% dos entrevistados identificaram corretamente a leitura da pressão arterial indicando hipertensão, ou, 130/80 mm Hg ou mais. Um quarto dos entrevistados indicou 140/90 mm Hg como a medida definidora de pressão alta, ponto de corte antes da AHA, American Heart Association e o American College of Cardiology diminuir o valor em 2017, sendo que quase outro quarto relatou que não sabia e os demais participantes escolheram outros pontos de corte incorretos, também não sabiam que a pressão arterial elevada nem sempre causa sintomas perceptíveis, com mais de um terço acreditando erroneamente que a hipertensão quase sempre envolvia sinais como tontura e falta de ar e, 2 em 5 adultos acreditavam que sentir-se calmo e relaxado denotava pressão arterial normal. Apesar de confusão sobre o significado de ter pressão alta, parece haver consciência como o modo de preveni-la quando solicitados identificar quais atividades ajudam reduzir a pressão arterial, 91% selecionaram manter peso saudável, 89% identificaram praticar exercícios regularmente, 89% escolheram consumir alimentos nutritivos e 82% escolheram reduzir ingestão de sal, no entanto, a maioria dos participantes reconheceu afirmações falsas enquanto 3% acreditavam que beber café e 2% acreditavam que beber álcool poderia reduzir a pressão arterial. A pesquisa observou discrepância entre disposição relatada para agir e ação efetiva, embora mais de 4 em 5 pessoas tenham notado que tomariam medidas para controlar a pressão arterial se fossem aconselhadas por um médico, menos pessoas com pressão alta indicaram que seguiam consistentemente essas recomendações, enquanto 61% dos entrevistados com pressão alta praticavam atividade física mais de uma vez por semana e 19% raramente ou nunca se exercitavam enquanto 73% controlavam a alimentação mais de uma vez por semana e 69% davam a mesma importância à limitação do consumo de sal, quer dizer,  o sódio raramente ou nunca foi considerado para 23% das pessoas com hipertensão. A AHA sugere monitoramento regular da pressão arterial em casa, cujos resultados da pesquisa revelaram que, entre os participantes com hipertensão, 22% verificavam a própria pressão arterial mais de uma vez por semana, 10% a verificavam quase diariamente enquanto 13% dos hipertensos nunca haviam medido a pressão arterial, considerando que, a adesão à medicação à pressão arterial entre pessoas com prescrição médica foi alta, quer dizer, 90% relataram tomá-la diariamente ou quase diariamente, sendo que o motivo mais comum para não tomar a medicação diariamente foi achar que não era necessário tomá-la diariamente, ao passo que outros motivos incluíram sentir-se bem sem ela, esquecimento, efeitos adversos e preço acessível. Por fim, 100% da população seria capaz de identificar corretamente os fatos sobre hipertensão, segundo Kathleen Hall Jamieson, no entanto, em universo ideal o objetivo é informar maior número possível de pessoas, uma vez que haja dados destacando lacunas de conhecimento, o foco muda no preencher informações que faltam ao público, sendo que os resultados da pesquisa sugerem que adultos norte americanos podem se beneficiar de melhor compreensão do que significa ter pressão alta e, em áreas onde a conscientização pública é maior, como medidas de redução da pressão arterial, o próximo passo é incentivar comportamentos saudáveis.

A febre oropouche antes encontrada exclusivamente na Amazônia, avança no Brasil em 2024 confirmados em 18 estados como Distrito Federal e Espírito Santo quase 3 mil km distantes da Amazônia, liderando notificações, com 6.318 registros, com o chefe do Laboratório de Arbovírus e Hemorrágicos do IOC/Fiocruz, esclarecendo que análises genéticas apontam que casos recentes foram provocados por nova linhagem do vírus, variação que surgiu no Amazonas, circulado pela Região Norte e, posteriormente, espalhando pelo país. De janeiro a julho foram reportados 11.888 notificações no Brasil e, em 2024, a doença afetou 11 nações e um território causando quatro mortes cujos sintomas são, febre alta, dor de cabeça, dor muscular e articular, com a OPAS divulgando atualização epidemiológica sobre febre Oropouche, doença viral que ressurgiu nas Américas desde o final de 2023, reportando 12.786 casos confirmados em 11 países, 7 nações com transmissão local e 4 concentrando casos importados, quer dizer, os números foram coletados entre 1º de janeiro e 27 de julho de 2025. A disseminação do vírus transmitido pelo mosquito Culicoides paraenses, aumenta nas Américas e, em todo o ano de 2024, houveram 16.239 casos em 11 países e um território, com o Brasil com mais de 9 em cada 10 notificações às autoridades de saúde, seguido por Panamá com 501, Peru com 330, Cuba com 28 e Colômbia com 26, casos importados foram notificados no Uruguai, Chile, Canadá e EUA reportando a doença no Brasil o Espírito Santo e Rio de Janeiro e,  em 2024, cinco pessoas morreram no Brasil com a febre além de casos de complicações neurológicas e óbitos fetais sob investigação. A maioria dos pacientes se recupera em 2 a 3 semanas embora 60% possam apresentar recaídas, sendo que a doença, ainda que raramente, pode levar à meningite ou encefalite e, em gestantes, há preocupações sobre potenciais riscos ao feto cuja disseminação à áreas não endêmicas como regiões urbanas em Cuba é impulsionada por fatores como mudanças climáticas, desmatamento e urbanização de áreas florestais que aumentam a população de mosquitos. A Opas recomenda vigilância epidemiológica e controle de vetores rigorosos para conter a doença que atualmente não possui vacina ou tratamento antiviral específico, recomendando Vigilância para detectar introdução do vírus em novas áreas, monitorar disseminação em áreas com transmissão local e caracterizar cenário epidemiológico, controle de vetores buscando eliminar criadouros de mosquitos, limpando vegetação e promovendo práticas agrícolas sustentáveis, além de proteção individual que  previna picadas usando mosquiteiros, roupas de proteção e repelentes contendo DEET, IR3535 ou icaridina, especialmente gestantes e trabalhadores rurais, por fim, manejo clínico que fortaleça o diagnóstico clínico precoce e diagnóstico diferencial, principalmente com dengue enquanto o tratamento se concentra no alívio da dor e da febre, hidratação e controle do vômito, além do monitoramento de complicações ou problemas neurológicos em gestantes. A Organização Pan-Americana da Saúde lembra que a colaboração nacional e regional é essencial para monitorar e controlar a disseminação do vírus, especialmente quanto a circulação de outros arbovírus, como a dengue, apóia países com orientações técnicas sobre diagnóstico, manejo clínico, prevenção e controle de vetores incentivando notificação imediata de eventos incomuns como mortes ou casos de transmissão vertical.

Moral da Nota: 5 lotes de fentanil contaminado por Klebsiella pneumoniae e Ralstonia pickettii foram administrados a pacientes na Argentina distribuídos em 8 hospitais e centros de saúde do país, antes de uma inspeção do governo, em fevereiro 2025, na qual a Anmat, equivalente à Anvisa, fechou o laboratório e, diante a polêmica gerada pelo aumento do número de mortos, o governo argentino publicou nota afirmando que fechou o laboratório “3 meses antes da 1ª morte causada pelo fentanil contaminado”. O governo argentino elevou para 100 os mortos pelo fentanil contaminado, apontou laboratório local como responsável, em meio a polêmica devido lentidão da resposta à crise sanitária e, em ato político em La Plata, ano eleitoral por lá, o presidente  acusou apoiadores da antecessora de acobertarem o dono do laboratório, desde maio, denúncias foram registradas na autoridade de medicamentos e alimentos, Anmat, da Argentina, por mortes suspeitas pós uso do fármaco em hospitais de 4 províncias, além da capital, Buenos Aires e, em comunicado a presidência argentina apontou Ariel Garcia Furfaro, dono do laboratório HLB Pharma Group S.A., como fabricante do lote contaminado "responsável pela morte de mais de 100 pessoas", segundo a imprensa local, 24 pessoas são investigadas no caso. O jornal Clarín nos esclarece que "política se alimenta de simbolismos” enquanto famílias de pacientes falecidos protestaram em frente ao Hospital Italiano de La Plata, 60 km ao sul de Buenos Aires, exigindo “justiça às vítimas do fentanil”, considerando que é 50 a 100 vezes mais potente que a morfina, dados da OMS e, nos EUA, causa estragos estimando-se que em 2024 mais de 80 mil pessoas morreram por overdose de opioides,das quais, 48.422 foram por fentanil.