domingo, 1 de dezembro de 2019

Terras degradadas

Segundo a UNCCD, Convenção das Nações Unidas de Combate a Desertificação, dois terços da África vive processo de degradação da terra ameaçando a segurança global incluindo desertos e terras secas. Os números indicam que 45 milhões de pessoas no leste e sul da África, estão em insegurança alimentar consequente ao déficit de terras aráveis e pedindo ações fortes para mitigar erosão e desertificação. O Banco Africano de Desenvolvimento afirma que 420 milhões de jovens entre 15 e 35 estão desempregados no continente, desafio afrontado na agro-silvicultura estabelecendo viveiros de árvores, muitas delas frutíferas com venda da colheita, iniciativa que é questão de treinamento e acesso a fundos financeiros. A restauração florestal é mais que plantar árvores exige proteção e desenvolvimento de ecossistemas agroflorestais e de ecologia agrícola.
O embaixador da AFR100, Juventude da Iniciativa e Restauração da Paisagem da Floresta Africana, diz que o projeto tem compromisso de países africanos em restaurar 111 milhões de hectares de terras degradadas até 2030, criando oportunidades de negócios viáveis e ​​impulsionando restauração da terra. O AFR100 se insere na NEPAD, Nova Parceria ao Desenvolvimento da África, plano de ação econômica da União Africana, coordenando atividades de restauração de terras e apoiada pelo Centro Internacional de Pesquisa Florestal, Meio Ambiente da ONU e World Resources Institute, WRI. Como exemplo, o viveiro ecológico Shoots and Roots na África do Sul sem utilizar fertilizantes químicos ou herbicidas, fornece de 150 mil a 200 mil árvores nativas e capacitados à crescer a um milhão de brotos de árvores por vez. Os Township Farmers, agricultores urbanos, educam jovens sobre cultivo vegetal, plantio e cuidados com árvores e vegetação em geral, arrecadou fundos para plantar 2 mil árvores nativas em Kayaltishea um grande assentamento precário dos negros no regime do apartheid na cidade do Cabo ocidental.
Moral da Nota: na África acreditam que sem envolver os jovens nos esforços de recuperação de terras degradadas, a escalabilidade será mais lenta pois 60% da população africana tem menos de 25 anos. Restauração e iniciativas ambientais levam tempo com árvores esperando nos trópicos até 30 anos para amadurecer, enquanto em outras partes do mundo como Escandinávia demora até 90 anos.