O Federal Reserve dos Estados Unidos imprimiu em um mês mais dinheiro novo que todo o valor de mercado do bitcoin de US$ 148 bilhões. Desde o começo de setembro, injetou US$ 210 bilhões na economia com balanço se aproximando de US$ 4 trilhões. A QE, flexibilização quantitativa, se refere a compra de títulos do governo para fornecer estímulo econômico, fazendo o balanço saltar de US$ 3,77 trilhões para US$ 3,97 trilhões em um mês, projetando balanço patrimonial de US$ 4,7 trilhões até 2025. O ouro e o Bitcoin como são ativos que não tem seu suprimento inflado, fazendo portanto frente a impressão de dinheiro dependende da moeda fiduciária. A ideia de práticas econômicas intervencionistas por parte de governos e bancos centrais, levam à destruição financeira, um dos princípios básicos do livro de Saifedean Ammous 'The Bitcoin Standard' lançado em 2018, concentrando-se no Bitcoin comparando-o à moeda fiduciária e commodities como ouro. Aos dez anos de idade o Bitcoin chega a 40% da vida útil média da moeda fiduciária.
O Guardian nos informa que o ex-presidente do Banco da Inglaterra, disse no FMI que o mundo estava "sonâmbulo" à uma crise financeira pior que a de 2008. Segundo o ex-presidente do banco central inglês, acidentes anteriores geraram novos pensamentos e reformas, mas nada mudou desde 2008. O mundo caminha à nova crise econômica e financeira de consequências devastadoras ao sistema democrático de mercado, avisa Lord King, sendo que a resistência ao novo pensamento significava repetição do caos do período 2008-09. King disse que não havia questionamentos fundamentais das idéias que levaram à crise de uma década atrás, explicando "outra crise econômica e financeira seria devastadora à legitimidade de um sistema de mercado democrático", "o apego à nova ortodoxia da política monetária e ao fingir que tornamos o sistema bancário seguro estamos sonambulando em direção a essa crise". Os EUA, segundo o banqueiro inglês, sofreria um 'armageddon financeiro' se seu banco central, o FED, não tivesse o poder de fogo necessário para combater outro episódio semelhante à liquidação hipotecária subprime, “estamos vivendo um período de turbulência política e não houve questionamento comparável das idéias básicas subjacentes à política econômica".
Moral da Nota: após a Grande Depressão de 1930, novos pensamentos e mudanças intelectuais houveram. A guerra comercial EUA-China, distúrbios em Hong Kong, problemas nos países emergentes como Argentina e Turquia, crescentes tensões entre a França e Alemanha, direção do euro e conflito político amargo nos EUA, no momento que a vontade americana de agir como policial do mundo desaparece. Disse que a economia mundial estava presa na armadilha de baixo crescimento e a recuperação da queda de 2008-09 foi mais fraca que após a Grande Depressão. Segundo King é hora do Federal Reserve e demais bancos centrais iniciar conversas com políticos, conscientizando legisladores sobre a vulnerabilidade que teriam no caso de outra crise e complementa; "o Congresso americano será confrontado com uma escolha entre o armageddon financeiro e a suspensão de algumas das regras que foram introduzidas após a última crise para limitar a capacidade do Fed de emprestar". Assim pensa o Lord inglês.