domingo, 28 de julho de 2019

Fogo e desmatamento

Ondas de calor associadas a incêndios florestais na Sibéria, Europa e EUA parecem rotina. Alguns pesquisadores associam a gravidade dos eventos a testes nucleares no deserto americano e ao desastre de Tchernobyl tornando as florestas mais secas decorente aos ventos radioativos, tudo, devidamente agravado pelo desmatamento. Artigo publicado na revista 'Global Change Biology' pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres, Cemaden e Universidade de Estocolmo, através de técnicas de modelagem, concluiu que a construção de estradas via desmatamento, reduzem eficácia de áreas protegidas aumentando o risco de incêndios florestais. Combinando dados com cenário de mudanças climáticas CMIP5 do IPCC que projeta aumento nas emissões no século 21, a probabilidade de incêndios florestais aumenta 110% e até o final do século 70%. A solução sugerida por pesquisa da Universidade de Exeter, Inglaterra, estaria em esforços na melhoria do manejo sustentável da terra fornecendo metodologia de defesa contra o fogo.
Já estudos publicados na 'Nature' e 'Nature Geoscience' da Universidade de Múrcia, avaliando padrões globais de clima em 700 registros de temperatura, anéis de árvores ou crescimento de corais, mostram que o aumento das temperaturas decorrente ação humana desde o século XIX até agora, é global, ao contrário de eventos climáticos passados. Nenhum período pré-industrial experimentou calor consistente a longo prazo e o período mais quente na era comum ocorreu nas últimas décadas em 98% do planeta. Análises revelam que as taxas de aquecimento em períodos de pelo menos 20 anos, foram maiores durante o século XX e flutuações pré-industriais foram impulsionadas por atividade vulcânica.
Moral da Nota: o Deter/Inpe avisa que entre 07/2018 e 07/2019, 5.364 Kms² foram desmatados na Amazônia, área equivalente a ilha de Trinidad, e 4.405Kms² sofreram incêndios florestais. A eliminção da cobertura florestal promove degradação das florestas remanescentes, desestabilizando reservas de carbono. A redução do desmatamento e emissões reduzem a probabilidade de incêndios florestais na região, mesmo com intensificação das secas até o final do século.