sábado, 27 de julho de 2019

Opiniões e crenças

Estudo de ressonância magnética analisado por mecanismos neurocomputacionais, envolvendo adaptação de nossos pontos de vista relacionados a determinado grupo e feito pelo Instituto Francês de Ciência Cognitiva, revelou que o cérebro pondera a segurança de nossa opinião em relação a credibilidade das ideias alheias. Quer dizer, existem mecanismos cerebrais envolvendo a tomada de decisão coletiva. Vão mais além, identificam duas regiões cerebrais em questão, uma, avaliando a segurança de nossa opinião e outra estimando a credibilidade da opinião dos outros. Surge aí outro problema, o desconhecimento a respeito da adaptação de nossas opiniões quando da evolução dos fatos em si, ou, como o cérebro procede na integração das opiniões e crenças, entendido aqui como informação individual, contrapostos por argumentos e opiniões dos outros, entendido aqui como informação social.
Nesta balada surge o raciocínio Bayesiano estatístico, evidenciando observações utilizadas para atualizar a probabilidade de uma hipótese ser verdadeira. Voltando a ressonância, viram que a atualização dos pontos de vista se faz no córtex anterior enquanto a estimativa da credibilidade e informação social se faz no córtex frontal. Concluíram que a conectividade entre estas regiões reflete na influência sobre a credibilidade da informação social, quer dizer, dar crédito ou não sem importar se verdade ou não.
Tudo isto vai desaguar numa questão bem prática e humana, ou, que nossos preconceitos estão tão arraigados ao nosso ser que nos embota a visão da realidade. A questão dos preconceitos interfere na capacidade de levar em conta a realidade, comprometendo nossa condição em modificar opiniões ou decisões. Avaliam que o preconceito impede uma saída a determinado conflito, por vezes mais forte que nossos pensamentos, obscurecendo nossa capacidade em considerar fatos concretos e reais. Isto se dá pela capacidade humana de ignorar o que por ventura entre em conflito com nossos preconceitos. Outra capacidade humana evidenciada no estudo é a escolha preferencial pela rota mais fácil, sem a percepção das consequências futuras de decisões tomadas. Daí o estudo conclui que a objetividade completa é ilusão, considerando objetividade como qualidade daquilo que é justo ou apartidário.