quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Criptoenergia

A cadeia de blocos ou contabilidade distribuída, encontra espaço nas atividades de distribuição de energia, combate à corrupção, rastreamento de diamantes, tráfego de espécies ameaçadas e consumo de água. A proliferação da tecnologia ajuda expandir a energia renovável, contribuindo assim, ao alcance de sete dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 para o Desenvolvimento. No relatório preparado pelo Centro para a Quarta Revolução Industrial do Fórum Econômico Mundial (WEF), pela consultoria transnacional PwC e pelo Woods Institute for the Environment da University of Stanford, "Cadeias de blocos de construção para um planeta melhor" foram identificadas mais de 60 aplicações blockchain. No primeiro trimestre de 2018, 412 projetos de contabilidade distribuída atraíram cerca de 3.3 bilhões de dólares e apenas 100 milhões de dólares ou 3% do total são usados ​​para financiar projetos de energia.
Um desses projetos é o SolarCoin (SC) baseado na cadeia de blocos, promovendo energia solar com 4.500 usuários em todo o mundo. O gerador solar registra seus dados de produção na Fundação SolarCoin, que aprova o pedido enquanto os usuários recebem um SC por megawatt/hora causado, que podem usar no mercado digital ou trocar por moedas fiduciárias como dólar ou euro. As transações são coletadas, verificadas e resumidas em blocos criando a cadeia SolarCoin distribuída. A Contabilidade distribuída resulta em um registro descentralizado, incorruptível e auditável da energia solar produzida. A organização mantém um livro de contabilidade pública que registra cada criptomoeda entregue aos geradores. O projeto representa 6% da geração solar mundial, promove em 68 países energia fotovoltaica em 2.100 gigawatts/hora. Na América Latina, o Chile gerou 59.965 SCs, o Brasil 12.848 SCs e o México 1.068 SCs. Circulam no mundo 47,75 milhões de SolarCoin (SC), cuja unidade está cotada a 0,05 centavos. O projeto possui empresas afiliadas no Brasil, Colômbia e Costa Rica, pretendendo cobrir 10% da geração solar em 2019 e adicionar mais 200.000 membros. Por fim, analisa o lançamento de um cartão de débito que operaria com SC e moedas com o qual o usuário pagaria por bens e serviços.
Moral da Nota: o relatório do WEF, da PwC e do Woods Institute, encontra obstáculos na adoção da tecnologia, barreiras computacionais, riscos de segurança, desafios legais, regulatórios e de consumo de energia, argumentando que devem ser abordados visando ganhos de escala.