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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Um Olhar

Mudanças climáticas cada vez mais levam a violações do direito à vida e à saúde, na verdade, chamadas de “a maior ameaça global à saúde que o mundo enfrenta no século XXI ”,  inseridos em eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor, inundações, secas, incêndios florestais e ciclones tropicais, cada vez mais prováveis ​​e severos decorrente mudanças induzidas pelo homem representam ameaça ao direito das pessoas à saúde mental e física, não apenas pessoas feridas e mortas nesses eventos, mas instalações de saúde pública danificadas ou destruídas e doenças se espalhando entre deslocados. O aumento do calor extremo nas regiões resulta em mortes e doenças, maior ocorrência de doenças e mais migração de pessoas, esperando-se que o número de mortes por mudanças climáticas seja significativo e, um número maior de pessoas desenvolvendo deficiências e problemas de saúde, o Fórum Econômico Mundial estima que, até 2050, mudanças climáticas resultarão em 14,5 milhões de mortes no mundo, considerando que a queima de combustíveis fósseis, carvão, petróleo e gás, é impulsionador das mudanças, além disso, extração, processamento, transporte e queima de combustíveis fósseis deterioram saúde comunitária  próximas dessas operações. A queima de combustíveis fósseis é uma das principais causas da poluição do ar,  fator de problemas de saúde em que poluição se associa a doenças cardíacas, derrames, câncer de pulmão, asma e outras doenças crônicas, com estudo estimando que mais de 5 milhões de pessoas morrem a cada ano decorrente poluição do ar causada pelo uso de combustíveis fósseis, por essas razões, a Anistia Internacional endossou proposta de Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis visando acelerar transição à energias renováveis. 

Redes de cientistas como a World Weather Attribution e a Climate Central realizam estudos de atribuição rápida para entender o papel da mudança climática em inundações, secas, furacões, incêndios florestais e eventos extremos individuais, por exemplo, em 2024, países do continente asiático, incluindo Israel, Palestina, Líbano, Síria, Mianmar, Tailândia, Vietnã e Filipinas, tiveram temperaturas acima de 40 °C por muitos dias, exacerbando riscos à saúde dos que vivem em campos de refugiados e zonas de conflito, incluindo 1,7 milhão de pessoas deslocadas em Gaza com a World Weather Attribution descobrindo que as ondas de calor estavam se tornando mais frequentes e mais extremas devido mudanças climáticas. Os impactos no direito à saúde são sentidos nos continentes, no entanto, comunidades na linha de frente estão entre as mais afetadas, com ampla gama de fatores socioeconômicos afetando se as pessoas podem levar vidas saudáveis incluindo acesso a alimentos, moradia, água, cuidados de saúde, extensão que enfrentam marginalização decorrente racismo, xenofobia, homofobia e sexismo e se vivem em ambiente saudável, significando que estão entre as com maior risco de danos à saúde relacionados ao clima, ou, vivendo na pobreza, mulheres e meninas, povos indígenas, enfrentando discriminação racial, em situação de rua e em assentamentos informais. A maioria dos estados ao redor do mundo concordou se vincular a instrumentos internacionais de direitos humanos que exigem e respeitem, protejam e cumpram direitos, incluindo direito ao mais alto padrão possível de saúde física e mental em que mudança climática necessita ser vista como questão de injustiça, semelhante como pensamos sobre outras violações de direitos humanos.  A Anistia Internacional destaca impactos das mudanças climáticas nos direitos humanos e propõe medidas para prevenir e recuperar danos, incluindo fazer campanha pelo fim do uso de combustíveis fósseis e por maior financiamento climático dos países mais responsáveis ​​pelas mudanças climáticas, promovendo justiça climática nos países menos responsáveis. Pesquisa da Anistia expôs como governos falham em proteger direitos processuais das comunidades que vivem perto de operações de combustíveis fósseis, incluindo direitos de acesso à informação, participação pública, justiça, recursos efetivos e, no caso dos povos indígenas, direito ao consentimento livre, prévio e informado, também a Human Rights Watch por exemplo, publicou estudos sobre danos à saúde causados ​​pelas mudanças climáticas em povos das Primeiras Nações no Canadá, pessoas com deficiência e idosos na Colúmbia Britânica, grávidas negras e pardas de baixa renda nos EUA e com deficiência na Espanha.  

Moral da Nota: estudo publicado Proceedings of the National Academy of Sciences, avalia que o clima extremo influencia migração não autorizada e de retorno entre EUA e México e que o clima extremo contribui à migração ilegal e de retorno sugerindo que mais migrantes podem arriscar as vidas para cruzar a fronteira já que as mudanças provocam mais secas, tempestades e outras condições em que pessoas em áreas agrícolas do México tinham maior probabilidade de cruzar a fronteira sem autorização pós secas e menor probabilidade de retornar às comunidades originais caso o clima extremo continuasse. No mundo, mudanças causadas pela queima de combustíveis fósseis como carvão e gás natural agravam condições climáticas extremas, com secas mais longas, calor mais mortal e tempestades se intensificando rapidamente e despejando chuvas recordes, enquanto no México, país de 130 milhões de habitantes, a seca esgotou reservatórios, criou escassez de água e reduziu a produção de milho, ameaçando meios de subsistência. O México é país de destaque no estudo das ligações entre migração, retorno e estressores climáticos com previsão que a temperatura média anual aumente em até 3 º C até 2060, probabilidade que condições climáticas extremas devastem economicamente comunidades rurais que dependem da agricultura de sequeiro, além disso,  EUA e México têm o maior fluxo migratório internacional do mundo. Cientistas preveem que a migração aumentará à medida que o planeta se aquece e, nos próximos 30 anos, 143 milhões de pessoas no mundo serão deslocadas pela elevação do nível do mar, secas, temperaturas e outras catástrofes climáticas, conforme relatório do  IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. O repórter do Los Angeles Times Soudi Jimenez no seu livro 'Ecos migrantes' lança luz sobre as contribuições dos latinos nos EUA analisando 84 comunidades agrícolas no México onde o cultivo de milho dependia do clima e estabelece correlação na decisão de uma pessoa migrar e retornar com mudanças anormais de temperatura e precipitação nas comunidades na estação de cultivo de milho, de maio a agosto. Descobriu que comunidades que enfrentavam seca tinham taxas de migração mais altas comparadas a comunidades com chuvas normais enquanto as pessoas tinham menos probabilidade de retornar dos EUA ao México se suas comunidades estivessem anormalmente secas ou úmidas, decorrente fatores sociais e econômicos influenciando migração com descobertas do estudo ressaltando desigualdades da adaptação climática em que eventos climáticos extremos, nem sempre respondem da mesma forma, “e as vantagens ou desvantagens sociais e econômicas típicas moldam o modo como as pessoas vivenciam os eventos”.