sábado, 20 de setembro de 2025

Gerociência

A incidência de derrame, insuficiência cardíaca, demência, câncer, doença arterial coronariana e deficiência física aumenta exponencialmente com a idade, em consequência, terapias que inibem a biologia do envelhecimento como restrição calórica, metformina, senolíticos ou rapalogs, podem retardar o desenvolvimento e a progressão de doenças e o declínio funcional em humanos, considerando que entre 2020 e 2050, projeta-se que o número de adultos norte-americanos com mais de 65 anos aumente 33 milhões, prevendo-se associação a aumento nas doenças relacionadas à idade, lembrando que terapias médicas se desenvolvem buscando tratamento de doenças específicas alterando vias biológicas à cada doença, por exemplo, análise de 15 ensaios clínicos de prevenção com placebo, substância sem efeito, ou, nenhuma terapia, a terapia com estatina, medicamento usado para reduzir mau colesterol foi associada a risco 28% menor de desfechos cardiovasculares, quer dizer, morte. A gerociência é disciplina relativamente nova que visa definir e modificar as vias biológicas relacionadas ao envelhecimento, retardar a deficiência além de prevenir doenças relacionadas à idade e aumentar a sobrevida livre de deficiência, estuda prevenir doenças às quais a idade é o maior fator de risco como acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, a maioria dos cânceres, doença arterial coronariana, demência e deficiência física, em suma, visa a biologia do envelhecimento diretamente que pode beneficiar simultaneamente resultados de saúde relacionados à idade incluindo a desaceleração de doenças relacionadas à idade, deficiência de mobilidade e aumento da sobrevida livre de incapacidade. Experimentos em camundongos, moscas-das-frutas, nematoides e outros modelos, mostram que a biologia do envelhecimento pela redução da ingestão de energia ou certos medicamentos como a rapamicina, originalmente imunossupressor pós transplante, podem estender a expectativa de vida em até 40% e retardar o surgimento de doenças relacionadas à idade aumentando expectativa de vida média em camundongos em 249 dias em fêmeas e 154 dias em machos e o análogo da rapamicina, everolimus, melhorou títulos de anticorpos contra a vacina da gripe em adultos mais velhos, no entanto, não está claro se essas estratégias beneficiarão humanos, já que, intervir no processo de envelhecimento pode melhorar problemas de saúde relacionados à idade que não são doenças relacionadas per se como complicações cirúrgicas, resiliência à infecção, declínio da mobilidade e fadiga, atenuando efeito de doenças e tratamentos que parecem acelerar o envelhecimento como HIV, efeitos adversos da quimioterapia e síndrome de Down. Terapias médicas alteram vias biológicas para tratar ou prevenir doenças específicas, por exemplo, medicamentos redutores do colesterol são usados para prevenir desenvolvimento e progressão da aterosclerose, no entanto, tratamento focado na doença, câncer ou cardiovasculares, não alteram efeitos do envelhecimento sobre a patologia e o declínio da função nem reduzem mortalidade, mas,adultos com obesidade e diabetes comparados com grupos de intervenção sem restrição calórica, a restrição calórica foi associada a redução de 15% na mortalidade por todas as causas e menor incidência de doenças crônicas relacionadas ao peso. Células senescentes humanas, envelhecidas, aumentam em abundância com a idade caracterizadas por parada do crescimento, resistência à apoptose, morte celular programada, e secretoma alterado, quer dizer, conjunto de proteínas secretadas por uma célula no espaço extracelular, associadas a mais deficiências físicas e aumento da mortalidade, em contrapartida, a redução do número dessas células em modelos animais prolonga expectativa de vida e melhora função física como força de preensão, mobilidade e função cardíaca, no entanto, potenciais benefícios à saúde da redução de células senescentes em humanos não estão claros. A gerociência translacional avalia terapias que alteram vias celulares específicas relacionadas ao envelhecimento, como autofagia e formação de radicais livres na prevenção de doenças como derrame, insuficiência cardíaca, câncer, doença arterial coronariana, demência e deficiência física, às quais a idade avançada é fator de risco, postula que a alteração bem-sucedida de vias relacionadas ao envelhecimento beneficiaria múltiplos desfechos de saúde simultaneamente relacionados à idade incluindo doenças relacionadas à idade, função de mobilidade e expectativa de saúde, ou seja, sobrevida livre de incapacidades. Por fim, no mundo, mais de 50% dos adultos com 60 anos ou mais têm mais de uma condição médica crônica e a incidência de desenvolvimento de uma terceira doença entre aqueles com mais de uma condição médica crônica é de 5,2% entre entre 50 e 59 anos e 16% entre entre 70 e 79 anos, quer dizer, a prevenção de doenças adicionais poderia reduzir despesas previdenciárias ou de saúde, em 2011, para beneficiários com 4 ou mais condições de saúde nos EUA, as despesas foram US$ 17 mil a mais que aos com zero, (0), ou uma, (1), condição, enquanto limitações da abordagem específica à cada doença poderiam ser abordadas se fosse possível alterar favoravelmente mudanças biológicas relacionadas ao envelhecimento que aumentam a suscetibilidade a doenças.

A evolução tecnológica militar russa impressiona o Ocidente pela rapidez e inovação, ao ampliar de modo significativo a capacidade industrial de produzir drones kamikazes, visto na fábrica do Tartaristão, maior do mundo em sua categoria, como símbolo da indústria de defesa da Rússia ao produzir 18 mil drones/mês, enquanto, desde a década de 2010 a OTAN reestrutura unidades de guerra cibernética da Ucrânia via programas de financiamento, destaque à iniciativa "NATO Trust Fund Ukraine, Command, Control, Communications and Computers", Fundo Fiduciário da OTAN e, dentre os partícipes, estão EUA, Reino Unido, Canadá, Lituânia, Estônia, Polônia, Romênia, Croácia e Holanda. Já, em relação as Big techs pós início da guerra na Ucrânia, o Google intensificou ações de desestabilização através de ferramentas como o Google Global Cache utilizadas no reconhecimento geoespacial e técnico, monitoramento de segmentos da Internet e sondagem de canais de telecomunicação e, em fevereiro de 2024, por exemplo, atividades rastreadas à equipamentos do Google Global Cache tiveram como alvo o evento internacional Jogos do Futuro, em Kazan, com Google, Microsoft, Apple, Facebook, este proibido na Rússia sob acusação de extremismo, Amazon e outras big techs forneceram infraestrutura para contornar bloqueios  IP, hospedar softwares e distribuir instruções de ataque. Na ciberguerra entre Ucrânia e Rússia, o centro de campanha cibernética ucraniano chamado de "Exército de TI da Ucrânia", engloba 130 grupos de hackers, 100 mil a 400 mil participantes coordenados via Telegram, enquanto Plataformas e sites dos mais variados países como EUA, Alemanha e Estônia usadas para viabilizar ataques DDoS, valendo dizer que, entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022,  próximo ao início do conflito Rússia/Ucrânia, o Comando Cibernético do Exército dos EUA destacou equipes visando coletar inteligência sobre táticas estrangeiras e preparar ataques de rede contra a Rússia e, desde 2022, integrantes passaram pela Ucrânia coordenando operações com centros cibernéticos da OTAN, o Escritório IA e Digital do Pentágono com unidades militares cibernéticas ucranianas. Maksim Buyakevich,  vice-representante da Rússia na OSCE, Organização à Segurança e Cooperação na Europa, revelou em junho de 2022,  a dimensão da campanha entre o Comando Cibernético do Exército dos EUA e a guerra cibernética ucraniana contra a Rússia, mirando infraestrutura como ferrovias, setor energético, ataque a redes elétricas, mídia, ataques DDoS em larga escala e tentativas de invasão, além de instituições estatais e empresas como Yandex, Sberbank, Gazprom, Lukoil e companhias aéreas russas, neste mesmo mês, a inteligência russa relatou ataques originados de servidores dos EUA, conduzidos a partir de Kiev e Lvov, sob orientação norte-americana. Karen Kwiatkowski, ex-integrante do Departamento de Defesa dos EUA, analista e tenente-coronel aposentada da Força Aérea, diz que, "o Comando Cibernético dos EUA trabalha desde 2018 com a Ucrânia, Estados Bálticos e países da ex-Iugoslávia, segundo o próprio site deles", concluindo que, "apresentado como consciência antecipada das táticas e capacidades do 'inimigo' no ciberespaço" e, para "fortalecer as capacidades defensivas" dos Estados aliados, na prática, "o que temos é um cavalo de Troia da ciberdefesa que, na verdade, carrega todo um quadro de ofensiva cibernética". Por fim, o especialista militar sérvio Andrej Mlakar alerta que países europeus treinam tropas cibernéticas ucranianas para atacar a Rússia, porém, hackers criados por eles começam ameaçar o próprio Ocidente, explicando que, "na Ucrânia, há cada vez menos dinheiro e parte dos especialistas em TI treinados para guerras híbridas está se mudando ao Ocidente, além de pequenos criminosos que buscam se integrar a grupos dispostos a pagar bem pelos serviços", segundo ele, a Europa terá que enfrentar o aumento da criminalidade, não apenas de pequenos golpes mas de crimes graves na área de TI cometidos por quem sabe lidar com equipamentos complexos e IA, concluindo que, "a maioria, ao perceber que a guerra aparentemente se aproxima do fim já roubou todo o equipamento e partiu rumo a México ou Europa".

Moral da Nota:  a ABC, Academia Brasileira de Ciências, cobra mais estudos antes de exploração de petróleo na Margem Equatorial defendendo que qualquer decisão sobre exploração de petróleo na região que abrange do Amapá ao Rio Grande do Norte seja tomada com base em estudos científicos aprofundados, transparência e participação pública, com relatório destacando que a região abriga ecossistemas sensíveis como recifes e uma das maiores áreas contínuas de manguezal do planeta, essenciais, no armazenamento de carbono e biodiversidade. Pesquisadores alertam que inclusive países com alta capacidade técnica enfrentam riscos de derramamentos com danos irreversíveis, sendo que a entidade propõe planos de mitigação, compensações climáticas e apoio a comunidades locais, caso a exploração seja autorizada, já que o Brasil deve considerar suas metas ambientais especialmente por sediar a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, COP30, 2025, em novembro, em Belém.