domingo, 20 de janeiro de 2019

Saara 2050

Pesquisa da Universidade de Maryland e publicada no Journal of Climate concluiu que o Saara, maior clima temperado do mundo, aumentou a área em 10% desde 1920. Estudando dados pluviométricos em toda a África entre 1920 e 2013, descobriram que a maior expansão se faz no verão, chegando nesta época a 16% na média. O efeito combinado das alterações climáticas e ciclos naturais fazem com que a extensão seja feita para o norte mesmo no caso do Saara com latitude superior. Utilizando métodos para eliminar efeitos dos ciclos naturais, os cientistas avisam que representam dois terços da expansão e o efeito estufa um terço.
As causas do evento envolvem ciclos climáticos próprios, nos quais a expansão no inverno seco se neutraliza no verão mais úmido. Por conta de verões cada vez mais quentes chegaram as conclusões propostas. Variadas condições ocorreram de acordo com épocas específicas sendo que as diferenças mais perceptíveis nos ciclos climáticos ocorreram ao norte, por conta da ampliação da circulação de ar global nas latitudes equatoriais e tropicais. A ampliação na circulação do ar, se associa ao AMO ou Oscilação Multidecadal do Atlântico e as Flutuações do Pacífico. O AMO insere na variação de temperatura superficial do mar expandindo ao longo de décadas e observada inicialmente no Atlântico Norte. Na ampliação da circulação aérea no AMO a pesquisa atribui a Oscilação decenal do Pacífico, padrão de temperatura no Oceano, alternando fases de esfriamento e aquecimento como fatores a serem considerados.
Em paralelo a este acontecimento com o Saara, a população africana passará dos atuais 1,250 bilhão de habitantes a 2,5 bilhões em 2050, considerado continente extremamente vulnerável ao efeito estufa e efeitos econômicos importantes sobre as populações. Há no continente junção de fatores induzidos pela ação humana e natural à biodiversidade de plantas, peixes, aves e mamíferos principalmente os chamados grandes mamíferos. A tendência, segundo projeções, será em 2100 metade das espécies de aves e mamíferos continental se perder, ao lado de uma redução de 20% a 30% da produtividade dos lagos africanos e perda da vegetação. Há ao que parece, um conjunto negativo de eventos em processo evolutivo acarretando mais de 500 mil quilômetros de terras degradadas por ação predatória de recursos naturais associados a forte erosão, salinização do solo e poluição acarretando perdas às populações.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Mimblewimble

Privacidade e escalabilidade são problemas no blockchain original do Bitcoin, pois cada bloco de sua blockchain é de 1MB processando uma média de 7 transações/segundo, se comparados a Visa suportando 56 mil transações/segundo. O Mimblewimble um protocolo nascido em 2016 e apresentado de modo anônimo, busca resolver falhas de escalabilidade e privacidade no Bitcoin. Projetado para “manter o blockchain pequeno” tem confidencialidade de transações embutida desde o início e não ofusca informações.
A privacidade se baseia no CoinJoin e Blinding Factors. A primeira cria uma transação com múltiplas entradas e múltiplas saídas a diferentes usuários dificultando o rastreamento. A segunda usa fator aleatório para 'cegar' as saídas das transações sem a interação do usuário. Já na escalabilidade a verificação das transações se faz sem ter que consultar todos os blocos do histórico que atualmente ocupa 100 GB de espaço em cada nó. É escolhida a informação mais importante descartando o restante economizando tempo e espaço. A validação de toda a cadeia se dá na entrada do dinheiro no sistema e no último movimento de entrada para um endereço, descartando o restante. Deste modo o valor de validação de determinada transação se reduz de vários gigabites para menos de um megabite.
Moral da Nota: o Mimblewimble sacrifica a funcionalidade no blockchain, as trocas entre cadeias de blocos e o canal de micropagamento, exceto conhecimento zero. Surge a Beam ou criptomoeda da Mimblewimble, segundo idealizadores, com maior escalabilidade e proteção de privacidade.
Em tempo: a Beam conceitua privacidade como “a liberdade de decidir quando, onde e para quem você gostaria de divulgar informações.” Daí a criação de recurso opcional de auditoria permitindo que indivíduos e empresas usem a Beam e também auditem suas transações.
OBS: a 'prova de conhecimento zero' torna as transações privadas, trata-se de tecnologia complexa apelidada 'matemática da lua', quando ativada, ofusca endereços e valores de transações que seriam transparentes.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Token fiduciário

O Reserve Bank of India ou RBI considera a criação da moeda digital fiduciária, apesar de posição contrária as criptomoedas. O Relatório do RBI intitulado "Criptomoedas: Desafios na evolução" ratifica a política regulatória contra as criptomoedas, justificando que não representem riscos sistêmicos mas sua crescente popularidade, poderia levar a bolhas de preços com preocupações na área de proteção do consumidor e do investidor, bem como integridade do mercado. O Comitê Interministerial (CIM) composto pelo RBI, MTI e CVM  estuda o lançamento de "tokens criptográficos" para transações financeiras incluindo regulamentações e roteiro de uso. Os "tokens criptográficos" seriam representação da moeda fiduciária adquirida e usada para pagamentos selecionados.
Por sua vez surge a DX Exchange, plataforma estoniana de criptomoedas regulada pela UE, apresentada como primeira bolsa de valores regulamentada do mundo digital, promete tokenizar ações da Apple, Facebook e Alphabet disponíveis para compra e venda no novo modelo de negociação. Oferecerá ‘ações tokenizadas’, permitindo usuários investir em ações reais e não em Contratos por Diferença (CFD), um contrato que estipula o quanto o vendedor pagará ao comprador, a diferença em relação ao valor atual de um ativo e seu valor no momento da contratação.
Moral da Nota: mudanças no setor de pagamentos e o surgimento de tokens digitais privados ao lado do aumento dos custos de gerenciamento da moeda fiduciária, levaram Bancos Centrais examinar a opção de moedas fiduciárias digitais. Os Tokens serão montados na relação 1:1 por ações reais emitidas pela MPS Marketplace Securities LTD, parceira da DX, cujos portadores terão ações emitidas por contratos inteligentes. O termo “ações reais” indica que os ativos serão de empresas listadas nas bolsas de valores como NASDAQ, NYSE, Hong Kong e Tóquio.