segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Evidências

Em participação na Cúpula de Economia Circular e Inovação Tecnológica realizada em Madri, Christopher Pissarides, Nobel de Economia em 2010, afirmou que os empregos que se perdem por conta da Inteligência Artificial envolvem posições de qualificação intermediária, enquanto os de qualificação menor não perceberão tal impacto da I.A. Textualmente diz que "não é pessimista" e "empregos que se perdem com robôs, simplesmente mudam de setor" afirmando que "todo trabalho que destrói a tecnologia gera um novo." Concluiu afirmando que "tecnologia não afeta todos os setores uniformemente" fazendo "mudar os padrões de emprego".
Outro participante da conferência, Barack Obama, disse que "o caminho à sustentabilidade e a luta contra a mudança climática também pode criar mais empregos." Enfatizou que "apesar de todos os problemas que enfrentamos, o mundo nunca foi mais rico, nem mais saudável e melhor educado que hoje."
Moral da Nota: moeda digital ambiental atrelada ao ouro para financiar ações mitigação e resiliência como despoluição de bacias hidrográficas, tratamento resíduos sólidos (lixo) e reciclagem de resíduos orgânicos ou inorgânicos, logística reversa, reflorestamento e recuperação de mananciais ou combate a desertificação, estão perfeitamente em linha com dito acima.
Em tempo: em caso de dificuldade na aceitação destas evidências, a constatação que economias pós modernas estão girando a duas velocidades já é avanço. 

domingo, 12 de agosto de 2018

História e rima

Fervilha o mundo com as barreiras comerciais americanas, por conta de achar que qualquer um poderia desrespeitar o livre comércio jamais os EEUU. Parece consenso entre os mais importantes economistas, pelo menos a história fala dessa maneira, que sempre desconfiaram da imposição de impostos para enfrentar o desequilíbrio no comércio. Advogavam ou advogam que a maneira ótima no enfrentamento do déficit comercial é exportando mais e não reduzindo importações tornando-as mais caras, aí, a porca torce o rabo.
Lá pelos idos de 1846 o Reino Unido rejeitou o uso de tarifas para melhorar sua posição comercial graças a dois importantes economistas, um deles Adam Smith, chamado 'Pai da Economia' e o outro, David Ricardo, este o pai do Comércio Internacional. Voltando a 1846, ano em que os ingleses revogaram a lei dos cereais de cunho protecionista, marcando assim, época de maior abertura para o Reino Unido como nação dominante no comércio exterior, ao passo que Adam Smith, pode colocar em prática suas teorias pois era o Comissário da Alfândega da Escócia. Defendia a eliminação de todas as barreiras comerciais, concebendo apenas as necessárias para aumentar receitas no que considerava ser o propósito de governar, como construir estradas por exemplo. Apoiou a imposição de barreiras sobre importações e exportações em nível moderado, a ponto de evitar que o contrabando se tornasse lucrativo. Com isto evitou a distorção da "mão invisível" do mercado, preconizando direitos iguais a produtores e importadores evitando a vantagem de um país sobre outro. Já David Ricardo, admirador da 'Riqueza das Nações' teorizou a 'Vantagem Comparativa' que para alcançar prosperidade, as nações deveriam se especializar e comercializar depois.
Moral da Nota: talvez seja oportuno o ditado inglês "a história não se repete, apenas rima."

sábado, 11 de agosto de 2018

Tríade perversa

Calor, seca e vento os três cavaleiros do Apocalipse, agravados por alterações climáticas acarretando incêndios florestais incontroláveis. A seca extrema ou repetida ao lado da epidemia de insetos, cria biomassa de árvores e arbustos mortos em pé, quem não conhece este arquétipo? Combustível ideal associado a má gestão florestal, ao lado de construções habitacionais alimentam a intensidade do fenômeno. 45% do carbono armazenado em escala planetária são de origem florestal, ao arderem, as florestas libertam parte deste carbono na atmosfera agravando do aquecimento global.  
Alterações climáticas promovem ar mais seco e quente criando ecosistemas inflamáveis pelas altas taxas de evaporação e frequência de secas. Em paralelo,  desaparecem as espécies de habitat mais úmido em detrimento das que suportam melhor a seca, mais inflamáveis como alecrim e o tomilho por exemplo. Raízes de arbustos e árvores se aprofundam em busca de água diminuindo a umidade mais superficial e favorecendo a disseminação do fogo cuja origem é 95% humana, lembrando que o clima seco favorece relâmpagos e incêndios. 
Moral da nota: O avanço da crise ambiental no Hemisfério Norte mostra que os incêndios se limitavam aos meses de julho e agosto, atualmente tem se prolongado até outubro e na Califórnia, já consideram a ideia de qualquer período do ano. Por outro lado a América do Norte e Eurásia, dependem de ventos de altitude produzidos pela diferença de temperatura entre zonas polares e equatoriais, ao passo que o aumento das temperaturas no Ártico agrava o quadro de eventos extremos. Quanto a nós no Hemisfério Sul, nosso drama pode ser visto do espaço.