sábado, 11 de agosto de 2018

Tríade perversa

Calor, seca e vento os três cavaleiros do Apocalipse, agravados por alterações climáticas acarretando incêndios florestais incontroláveis. A seca extrema ou repetida ao lado da epidemia de insetos, cria biomassa de árvores e arbustos mortos em pé, quem não conhece este arquétipo? Combustível ideal associado a má gestão florestal, ao lado de construções habitacionais alimentam a intensidade do fenômeno. 45% do carbono armazenado em escala planetária são de origem florestal, ao arderem, as florestas libertam parte deste carbono na atmosfera agravando do aquecimento global.  
Alterações climáticas promovem ar mais seco e quente criando ecosistemas inflamáveis pelas altas taxas de evaporação e frequência de secas. Em paralelo,  desaparecem as espécies de habitat mais úmido em detrimento das que suportam melhor a seca, mais inflamáveis como alecrim e o tomilho por exemplo. Raízes de arbustos e árvores se aprofundam em busca de água diminuindo a umidade mais superficial e favorecendo a disseminação do fogo cuja origem é 95% humana, lembrando que o clima seco favorece relâmpagos e incêndios. 
Moral da nota: O avanço da crise ambiental no Hemisfério Norte mostra que os incêndios se limitavam aos meses de julho e agosto, atualmente tem se prolongado até outubro e na Califórnia, já consideram a ideia de qualquer período do ano. Por outro lado a América do Norte e Eurásia, dependem de ventos de altitude produzidos pela diferença de temperatura entre zonas polares e equatoriais, ao passo que o aumento das temperaturas no Ártico agrava o quadro de eventos extremos. Quanto a nós no Hemisfério Sul, nosso drama pode ser visto do espaço.