sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O dinheiro

Entre os poderes bancários estão o quanto dinheiro devem criar e como esse dinheiro seria gasto. O Banco da Inglaterra criado em 1694, levou mais de 300 anos para que os bancos criassem o primeiro trilhão de libras. Levou apenas 8 anos para criarem o segundo trilhão. Hoje representa apenas 3% do total do dinheiro na economia, sendo que o criado pelos bancos responde pelos 97% .
Nos últimos 15 anos, os bancos usaram seu poder de criar dinheiro para injetar centenas de bilhões de libras no mercado imobiliário, empurrando o preço da habitação para fora do alcance das pessoas. Os empréstimos ao setor financeiro aumentaram exponencialmente nos últimos 15 anos, incluindo empresas que participaram em grande parte da especulação que contribuiu para a crise.
O Banco de Compensações Internacionais (BIS), levanta a possibilidade de autoridades monetárias emitirem moedas digitais, incluindo quem deve ter acesso a elas. Os especialistas dizem que seria o banco central o emissor da criptomoeda que depois circularia entre bancos, corporações não financeiras e consumidores, sem a intervenção do banco central. Seria baseada em um registro distribuído com permissões e o banco central se encarregaria de finalizar atuando como nó confiável.
Moral da Nota: “O dinheiro é uma invenção social, de fato, entre as mais importantes de todas as invenções sociais. Atualmente, o direito de criar dinheiro foi entregue às empresas privadas que chamamos de bancos. Mas esta não é a única maneira pela qual podemos criar dinheiro e, como a experiência recente sugere, pode estar longe de ser a melhor.” (Martin Wolf, do Financial Times).

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Licitação e blockchain

O blockchain se faz presente nas áreas jurídica, médica e farmacêutica inclusive. Por conta, será realizado no México em agosto/2018 a primeira licitação com esta tecnologia. Em paralelo, será apresentado o modelo de governança regente da rede visando garantir transparência nos contratos públicos. A rede gerará um sistema de contratação de produtos e serviços baseado no blockchain e no Open Adjudication Standard do Governo Federal, utilizando o Ethereum como base e servindo para gerir as licitações através dos contratos inteligentes.
The Economist avisa que o modelo de governança da rede Blockchain para compras públicas foi desenvolvido entre a Coordenação Nacional de Estratégia, a Unidade de Governo Digital e um Conselho Consultivo composto por especialista em governo eletrônico do Banco Interamericano de Desenvolvimento, pelo diretor da Cívica Digital e pelo Professor pesquisador do Centro de Pesquisas em Computação do Instituto Politécnico Nacional. Sua estrutura será horizontal em que as agências governamentais administrarão a admissão de novos nós à rede, ao passo que organizações da sociedade civil poderão validar as transações de informações e gerar novos blocos. 
Moral da nota: a rede será composta por cinco contratos inteligentes em que o primeiro atua como registro da "Unidade do Comprador" ou, cada órgão público busca adquirir um produto ou serviço. O segundo contrato inteligente registra os dados dos participantes, o terceiro verifica seu histórico de reputação com base em leilões anteriores, o quarto armazena as informações sobre todos os projetos desde o registro até a aquisição e finalmente o quinto avalia respostas dos registrantes visando garantir que atendam os requisitos e informa ao vencedor que ganhou.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Banco Central da Espanha

Estudo do Banco da Espanha aponta na direção que moedas digitais estatais podem melhorar as políticas monetárias e sistemas de pagamentos. A emissão pelos bancos Centrais de CBDC ou moedas digitais, poderia segundo a pesquisa, ter mais controle sobre os retornos, tanto poupadores quanto provedores de serviços. Sobre a política monetária avalia como melhoria no controle dos retornos do mercado aos quais poupadores e mutuários se defrontam, além da eliminação das restrições à nível zero da taxa de juros em que "seria aquela que marcava o solo da mesma," dito pelo Banco da Espanha.
Segundo eles, a emissão de ativos digitais não se trata de substituir dinheiro fiduciário por pagamento digital, pois tem efeitos sobre o lucro bancário na emissão de bilhetes, podendo gerar neste quesito, queda de rendimento no setor público ou aumento de impostos, além da redução de custo público. Pode ajudar a combater a exclusão financeira, a fraude fiscal e lavagem de dinheiro nos casos em que o anonimato seja suspenso, segundo o comunicado do Banco de Espanha. Fala em colateralidades por conta da perda da rentabilidade do setor bancário e fuga de fundos por parte dos depositantes.
Moral da nota: O FMI sugere aos bancos centrais emitir sua moeda digital e continuar tornando seu dinheiro atraente como veículo de liquidação. Sua utilização complementaria o caixa físico e as reservas bancárias, permitindo gestão desses ativos sem ficar de fora da tecnologia. A moeda digital seria trocada entre pares de forma descentralizada, baseada em um registro distribuído, com permissões onde o banco central seria responsável por determinar quem atuaria. Uma política monetária moderna, na sabedoria coletiva e conhecimento dos membros do comitê, apoiada pela independência do banco central e as autoridades monetárias poderiam melhorar suas previsões econômicas usando big data, inteligência artificial e aprendizado de máquina.
Concluindo: ficaria faltando o Ministério do Meio Ambiente fazer sua parte nas plataformas digitais de mitigação e resiliência, como tratamento de resíduos sólidos, despoluição de bacias hidrográficas, tratamento de águas residuais e reuso, logística reversa, reflorestamento, regeneração de mananciais, combate a desertificação e ao desperdício. Aí, 3 milhões de empregos.