terça-feira, 14 de novembro de 2017

Nota boliviana

O economista boliviano José Perez Cajias avisa que houve mudança na liderança produtiva  do país de La Paz e Cochabamamba para Santa Cruz, via impulso dado pelo agronegócio e  perda de dinamismo da capital. Fala que a industrialização iniciada em 1920 ganhou força pelo Plano Bohan nos anos 60, mas que a partir de 1988, a coisa começou a mudar. Oruro, area mineradora, não alterou suas atividades com tendência de queda.
O mapa é o seguinte: a indústria contribui com 18% da produção, Petróleo 7% e Mineração 5%. Manufatura representa 14/16% do PIB.
Moral dessa história: nas últimas décadas, conflitos sociais afetaram a competitividade industrial, como em 2003 pela chamada guerra do gás, com saques de empresas e intimidação, forçando a migração ao leste. Comparando o período de 1993 a 2016, o peso de produtos alimentares e refino de óleo, o segundo passou a 50% do PIB.
Conclusão: não se fala da participação dos cocaleros na obtenção de lucros mais fáceis, na ideologização do país, com velhas disputas minando avanços na América Latina.
Em tempo: Evo, esquenta não, essa de empresa migrar por conta de instabilidade política, não é só no caso bolivariano, nem uma perseguição americana capitalista. Olha o caso da Catalunha. Entrega tudo aos companheiros chino.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Nota moçambicana

Falam estar caminhando em Moçambique revoltas lideradas por grupos de oportunidade atingindo populações rurais, via manipulação interna e externa, sendo estas as maiores ameaças ao país.
O historiador Yussuf Adam, trabalhando na província de Cabo Delgado, fala em cenário de crise social envolvendo populações rurais, que se sentem desamparados pelo estado, permitindo no caso moçambicano, ocupação de espaços por radicais oriundos da Somália com ligações de terror.
Já Chapane Mutiua do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane em Maputo, diz que a população encontra-se vulnerável a pensamentos políticos radicalizados, por conta do desamparo ou da incapacidade em sair da pobreza, enquanto vêem outros, alguns do exterior, em grande prosperidade. Avisa que tumultos na província de Campo Delgado são liderados por imigrantes somalianos oriundos do Al-Shabaab, que lá foram trabalhar em projetos de gás.
OBS: isto lá em Moçambique, verdade que não temos aqui grupos islâmicos radicais que todos conhecem, porque somos de maioria cristã. Ilusão pensar que a preferência governamental pelo agronegócio torna o campo imune a conflitos, muitas vezes associados a cartéis armados, que não levantam suspeitas. A vida como ela é!

domingo, 12 de novembro de 2017

Plasticidade cerebral e meditação

Pesquisa desenvolvida pelo Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas do Cérebro de Leipzig, avisa que a meditação muda a arquitetura de zonas cerebrais melhorando habilidades sociais e reduzindo os níveis de ansiedade.
A pesquisa conclui que a meditação modifica as zonas do cérebro vinculadas a atenção, competências sócio-afetivas e sócio-cognitivas.
OBS: esta é a primeira vez que se determina que tipo de prática mental produz que efeito e quais são os processos cerebrais implicados em cada técnica.

sábado, 11 de novembro de 2017

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Otimização fiscal

Notícia publicada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) portuguesa, informa que 8,6 bilhões de euros foram transferidos em 2016 a paraísos fiscais (offshore), por 5700 agentes realizando quase 57 mil transferẽncias.
Tais transferẽncias foram feitas por empresas (3520) prioritariamente a Suíça (3,6 bilhões de euros) seguidos pelo Panamá (685 milhões), Uruguai (662 milhões) e Ilha de Man (625 milhões)
OBS: são agentes passivos não residentes em Portugal recebendo rendimentos por lá, sujeitos a retenção na fonte. São contribuintes com números de identificação fiscal 45 (particulares) e 71 (coletivos) representando o valor de 6,2 bilhões de euros, enquanto os contribuintes residentes no país somam 2,4 bilhões de euros.
Em tempo: esta informação é da receita portuguesa porque nossa receita, ao que parece, não publica este tipo de informação.,

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Paradigmas

Todos sabemos que o comunismo como ideologia de estado aguarda recauchutagem, banho de loja, que certamente não será através do companheiro motorista venezuelano Maduro. Karl Marx, advogado judeu alemão pobre, escreveu o Manifesto Comunista com o amigo rico filósofo Friedrich Engels, cuja obra mais emblemática, O Capital, mostra alguns paradigmas  talvez vivos na sociedade pós moderna, globalizada e líquida do também judeu polonês, ex-agente da KGB, Zygmunt Bauman. Morreu em 1883, enterrado no cemitério de Highgate (Londres) onde se lê o epitáfio: 'Trabalhadores do mundo unam-se'.
Sugestões marxistas vivas na globalização: através do ativismo político, no Manifesto Comunista Marx e Hengels falam da luta de classes antagônicas, influenciando a sociedade na literatura, educação e até a arte. Falou da internacionalização dos mercados, alertando sobre o risco da crescente desigualdade.
Outra sugestão de Karl, trata da recorrência de crises econômicas, hoje chamadas de recessões, errando quando afirmou emergir pela indústria pesada e vieram pelos mercados de capitais. Tal ciclo se iniciou na crise de 1929 com auge na crise de 2008 e graças a Karl, as turbulências são vistas hoje com mais atenção.
Outra sugestão marxista, trata dos lucros excessivos e do monopólio, inseridos na mais valia, em que o trabalhador gera um valor muito acima do valor de sua força de trabalho. A maximização do lucro, a concentração e centralização do capital levam ao desemprego e depreciação salarial. O The Economist fala em estagnação salarial vista nos EEUU e na explosão salarial nos altos excutivos. Hoje, salta aos olhos o acúmulo visto nas grandes empresas formando monopólios. Marx falou disso ou é inverdade?
Por fim, no Manifesto Comunista, Marx fala da disseminação global capitalista gerando instabilidade internacional, pela constante expansão via colocação dos produtos da classe burguesa (classe social detentora de capitais com visão materialista do mundo, para o marxista, classe social detentora dos meios de produção, preocupada com valor da propriedade e preservação do capital visando garantir supremacia econômica na sociedade).
Em tempo: não se trata aqui de apologia ao marxismo, mas tentativa de reflexão se tais paradigmas são reais, atuais, consistentes ou simplesmente ilusão de ótica.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Consciência

Não vai longe quando o mundo surpreendido pela epidemia de AIDS, atingindo em cheio a comunidade gay, foi alvo de busca por justificativas ou tentativas em adiar a tomada de consciência relacionada a questão. Inseridos na comunidade, estavam grupos culturais e literários não demorando justificativas relacionadas a teorias da conspiração, afirmativas que grupos ativistas conservadores, tentavam combater a liberdade conquistada a duras penas através do estigma do virus.
Isto é lembrado, pois a história parece se repetir, agora por conta do clima, quando avança com força tentativas de justificação, capitaneadas por grupos de poder, alegando defesa do desenvolvimentismo, segundo seus concordantes, comprometido, a medida que a questão toma espaço nas consciências. Certamente o mesmo acontecido com a Aids, queiramos ou não, acontecerá com o clima, ou, os fatos como as pedras, falarão mais alto, não ensurdecento interlocutores, dando-lhes consciência que todos estamos com problemas e a ação se faz urgente.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Aos fatos


Relatório de 24 Organizações de pesquisa internacionais mais a OMS e a OMM, publicado na revista The Lancet, informa que são bastante evidentes os sintomas causados pelos aumentos de temperatura e a multiplicação dos eventos climáticos extremos, cujo impacto na saúde, parece mais grave que o previsto.
De 2000 a 2016 o número de pessoas afetadas pelas ondas de calor aumentou em 125 milhões de pessoas, cujo recorde foi em 2015 com 175 milhões. Os sintomas principais são stress por calor, piora da inssuficiência cardíaca ou renal pela desidratação, acrescente-se a isso,  queda de 5,3% na produtividade de trabalho nas zonas rurais. Aumentou a capacidade de transmissão do mosquito da dengue em 9,4% desde 1954, dobrando em uma década o número de infectados. De 2000 a 2016 o número de desastres do clima (furacões, inundações etc) aumentou 46%.
Moral dessa história: os fatos dizem que houve e haverá um aumento da frequência de gravidade relacionada aos desastres naturais, dito, pela OMS e OMM e tantos outros.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Analectos

Para quem não se lembra, analectos são máximas ou textos escolhidos de determinados autores. O mais conhecido de todos, sem dúvidas, são Os Diálogos de Confúncio ou Analectos de Confúncio, formando o livro de doutrina confuncionista, derivado de Confúncio, ou, o nome ocidental dado a Kung-Fu-Tzu pelos Jesuítas no século XVI, significando mestre Kong.
O grande mestre chinês do século VI e V a.c. é para os ocidentais, a chave de compreensão da cultura e vida chinesa, pois a filosofia de Kong centra-se na moral pessoal e social, apregoando virtudes que foram consideradas universais, humanista, centrada no ser humano e não na metafísica. A marca da filosofia confuncionista está na frugalidade (prudência), modéstia, trabalho, contenção, auxílio ao próximo e ao estudo ou busca do conhecimento.
Aforismos: disse o mestre: o homem nobre ao se alimentar não procura saciar-se, não exige conforto ao morar, é laborioso no trabalho e se expressa com cuidado. Aproxima-se dos homens que seguem o caminho para correção dos próprios defeitos.
           dissse o mestre: para governar um país deve-se usar a virtude, comparado a Estrela do Norte que ocupa seu lugar, enquanto as outras giram a seu redor. 
Moral dessa história: para compreender os movimentos da China Contemporânea, alguns ocidentais pensam que Xi Jinping remete a Mao e ambos, remetem a Confúncio.

domingo, 5 de novembro de 2017

Teorias de conspiração

Estudo publicado no European Journal of Social Psychology e posteriormente confirmado por outro publicado no British Psychological Society, avisa que as pessoas mais receptivas a teorias de conspiração, apresentam padrões cognitivos mais sensíveis à percepção de padrões ilusórios.
Em resumo: o estudo conclui que tais crenças surgem de falsa percepção de padrões cognitivos.