domingo, 20 de outubro de 2019

Ilhas de Calor

A Espanha, signatária do acordo de Paris, comprometeu reduzir em 40% em relação a 1990 as emissões de CO2. Em 2017, a média em emissões de gases automotivos cresceram 1 grama em relação a 2016. Carros a diesel perderam no mercado espanhol participação de 68,9% em 2012 à 48,3% em 2018 e a gasolina atingiram 35% do mercado. Na Europa, vendas a diesel aumentaram e no Japão reduziram, pois na década de 90, o Japão fez campanha contra o diesel passando de 20% do tráfego a 1% em 2015. Em consequência, o país exportou carros a diesel ao mercado europeu e posteriormente mudaram aos híbridos conforme tendência. Hoje, a Europa descarta o diesel em veículos de passeio e o Japão aposta nestes motores decorrente as últimas gerações não utilizarem enxofre, portanto, menos poluentes que carros a gasolina. O detalhe em relação ao díesel são motores de última geração dispensando enxofre, demonizado pela liberação de óxido nitroso altamente cancerígeno entre outras coisas. Para evoluir neste conceito, haveria necessidade de substituição de toda frota antiga de motores a díesel.
Conforme reanálise do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), 2018 foi para os europeus o ano mais quente desde 1900. Mais de 200 cidades registraram temperaturas recordes, do sul da França ao nordeste da Polônia. Ao longo do Danúbio, no Mar Adriático e Itália central, também 2018 foi o ano mais quente. Em março desse ano o enfraquecimento do vórtice polar, área de baixa pressão sobre o Ártico, provocou instabilidade na Europa e em janeiro de 2019 nos EUA, com temperaturas urbanas mais altas em relação a 1970 até 2000. Varsóvia, Cluj e Tallinn ficaram 2,5°C mais quentes em 2019 que no mesmo período do século XX. Helsinke, Cracóvia e Malmo passaram de 2°C, Bilbao e Palma de Mallorca ficaram menos de 0,5°C mais quentes em 2019 comparadas ao século XX.
Moral da Nota: estudo no Lancet de 2017 avaliou que entre 10 mil e 60 mil europeus morrem de calor a cada ano, conclusão baseada em tendências climáticas e dados anteriores a 2010. As temperaturas quentes da primavera e verão 2018, combinadas a falta de chuva, levaram a quebra de colheitas na Alemanha e Polônia a custo de 3,5 bilhões de euros. Em Elfstedentocht, Holanda, a “corrida de onze cidades” competição de patinação no gelo desde o século XVIII, não aconteceu por falta de gelo e no mar Báltico, pelo rápido aquecimento, arenques tornaram-se raros. Em Baden-Wurttemberg, região alemã de 11 milhões de pessoas, mortes pelo calor chegam a mais de mil/ano e 2 mil quando ondas de calor são agudas. Na vanguarda do desarranjo climático áreas urbanas abrigam três em cada quatro europeus, com concreto e asfalto armazenando calor de dia e liberando à noite em fenômeno conhecido como “ilhas de calor”, tornando as cidades alguns graus mais quentes que o entorno. Por fim, Munster cidade de 300 mil habitantes no oeste da Alemanha, seguindo Bristol, declarou emergência climática em maio de 2019 e como fizeram Londres, Constance e outros no outono de 2018.