segunda-feira, 30 de abril de 2018

Fogo de Deus

Afinal se encontraram o bem intencionado Presidente francês e o mandatário americano, sem que se soubesse o que cochicharam em particular, mas o que foi dito em público tinha sabor de limão galego misturado com água e açúcar.
Falaram em alargar as discussões do Oriente Médio abrangendo Síria e Iêmen, sem evidentemente perguntar a sírios, sauditas, iranianos, libaneses, iraquianos, judeus, palestinos e iemenitas se queriam falar de paz. Falaram da parceira sírio/iraniana sem perguntar ao premier israelense, caso prevaleça o atual 'status quo' como legado futuro às gerações de judeus moradores em Israel e por tabela problemão aos judeus não moradores no país, se a parceria com os sauditas valia em caso de guerra de atrito com sírios e colegas, se eles, sauditas, estavam dentro?
Bom lembrar aos vitoriosos aliados da segunda guerra que a vitória tem nome e lugar, chama-se Stalingrado e como tal, hoje a vantagem militar está com os russos. Vale a guerra de atrito, o Armageddon aéreo entre russos e americanos se restringiu a derrubada de um caça israelense, nada mais. A guerra total de mísseis com precisão milimétrica terminou com a interceptação de 70% dos artefatos lançados, ambos os casos, provando ser tecnologia militar velha e ultrapassada; faltou a guerra de atrito, ao que parece temida.
Ficou uma dúvida a todos pela iniciativa francesa em alargar os termos do acordo com o Irã. Visando clarear uma questão perigosa, cabe pergunta que não cala ao mandatário francês. Tal qual De Gaule acendeu fogo como falava Zarathustra, 'fogo de Deus que tira o pecado do mundo', numa noite até aqui interminável; tem certeza que pode apagá-lo?
Em tempo: Nixon dizia nos momentos mais dífícieis do exercício de sua autoridade que o inimigo são os professores. Falava isto porque eles ensinavam que antigamente a maior potência militar do universo conhecido, estacionava navios, submarimos e porta aviões no mar em frente a vítima a ser abatida e de lá, com precisão milimétrica, lançava seus mortais artefatos. Viveram esta alegria por 27 anos, até que uma noite dormiram como Deus da guerra e acordaram com um monte de ferro velho nas mãos. Por falar em professores, eles ensinam que a tradução do coreano para o português da palavra Kim é João sem braço.

domingo, 29 de abril de 2018

Tecnologia inovadora

Todo mundo ouviu em dezembro o presidente do banco central advertir sobre riscos das criptomoedas desaconselhando investimentos neste tipo de ativo, inclusive com forte advertência a respeito afirmando que "é a bolha típica, pirâmide típica." Agora retorna a FEBRABAN avisando que o bitcoin é ativo de risco com tecnologia inovadora, flexibilizando a posição como presidente do banco central que pode influenciar em relação aos bens virtuais. Goldfajn como bom Goldfajn falou bem de FinTech, atribuindo-lhe papel importante na mudança que ocorre e que o BC incentiva tais iniciativas.
Falando de criptomoeda, dúvidas sobre o Petro qualificado como farsa, devido a falhas como ausência de repositório de código. Mesmo assim o presidente da Venezuela avisou que recolheu 3.38 bilhões de dólares em "dinheiro vivo" para alavancar a economia, sem meios de verificação pela ausência token de contrato inteligente, gerando dúvidas sobre a auditoria dos fundos recebidos e possível destino. Não é certo que foram cumpridas identificações políticas de conformidade do cliente (KYC) e menos ainda o  combate à lavagem de dinheiro (AML) considerados de fraco desempenho na pré venda do Petro. Supondo-se que o preço do Petro seja o de um barril de petróleo, acrescente-se a isso um sistema elétrico e internet precários, surgem incertezas.
Há forte discussão quanto a emissão de criptomoedas governamentais pela falha credibilidade de governos, que no caso da iniciativa privada todos sabem o que ocorre, vide nosso Eike e outros. O fato do presidente do Banco Central, flexibilizar posição anterior mesmo pela pressão de setores financeiros privados visualizando nichos de negócios, todos cedo ou tarde, se renderão a novidade do blockchaim e suas várias facetas. Aceitemos que o monopólio político da moeda abre espaço a segmentos limitados de atividade das moedas. Haverá um dia que governos por conta do tamanho das economias, segmentarão suas moedas buscando alavancar setores estagnados.
Nesta ideia, não da criptomoeda venezuelana, mas na ideia do gigantesco passivo ambiental nacional, ao lado da gigantesca mão de obra ociosa que envelhece, deve ser inserida uma moeda virtual governamental, não especulativa, estável, nos moldes pré década de 70, para responder ao já bastante discutido aquecimento da terra. Sem grana não vai, lento e quase parando, passaremos fácil dos dois graus.