O maior lago de água salgada da Europa é o Mar Menor, situado ao largo do mar Mediterrâneo na região de Múrcia na Espanha. As suas características ecológicas e naturais fazem dele um local natural de valor único. Em formato semi circulo, separado do Mediterrâneo por faixa de 22 km de comprimento entre 100 e 1200 mts de largura, designada pela ONU como Zona Protegida de Importância Mediterrânea.
Consequente a degradação pelo excesso de nutrientes de origem agrícola, houve importante mortandade de peixes e de outras espécies agravada pelas redes de arrasto. Pesquisadores de seis entidades prepararam documento que descreve como a entrada e o acúmulo de nutrientes de fertilizantes agrícolas ao longo de décadas, transformou em 2016 as águas transparentes do Mar Menor em caldo verde fenômeno determinante da destruição de 85% das pastagens do fundo e da fauna que os acompanha. Nutrientes orgânicos em grande quantidade esgotam o oxigênio em segundo plano, parte das águas profundas, ao lado de sulfetos tóxicos à fauna causando o episódio de mortalidade em massa. Entre 1988 e 2009, dobrou a área de irrigação intensiva de 25 mil hectares à mais de 55 mil, multiplicando a entrada de fertilizantes agrícolas.
Moral da Nota: o relatório indica que a recuperação do Mar Menor é complexa de longo prazo. Exige soluções baseadas na natureza e estratégias de recuperação das áreas úmidas capazes de reter e eliminar poluição agrícola por conta de chuvas volumosas. Bom lembrar que chamamos de eutrofização quando resíduos orgânicos se acumulam na costa marinha, lagos ou lagoas e com super abundância de nutrientes, proliferam algas e microorganismos de modo que o oxigênio no ecossistema é consumido rapidamente causando morte de grande número de espécies podendo se tornar irreversível.