Consumidores franceses conhecerão o salmão que compram, se foi cultivado de modo responsável e sustentável ou se provém das águas ao norte do Círculo Polar Ártico. A subsidiária da Mitsubishi Cermaq utiliza blockchain para rastrear o salmão vendido pela empresa de alimentos francesa Labeyrie, permitindo consumidores digitalizar código QR no rótulo. As informações sobre o produto incluem origem, onde e como foi cultivado, tamanho de transferência para a água do mar e onde se localiza a instalação agrícola ou viveiro de criação. A IBM criou a plataforma baseada no Hyperledger usada para rastrear o salmão. O Hyperledger é um programa de software que trabalha em conjunto com mais de 150 organizações diferentes incluindo American Express, Intel, FedEx, JP Morgan e etc.
Já no Chile, a indústria do Salmão incorpora tecnologia Blockchain visando afrontar críticas e buscando transparência. A aquicultura, ou, negócio marinho, emerge como uma das principais soluções alimentares do mundo em 2050. A criação de salmão continua criticada no Chile devido desastres ambientais e de saúde, arranhando imagem da indústria do salmão, fator-chave na economia chilena, mas controversa. O Chile em 2018 exportou 829 mil toneladas de salmão incluindo EUA, Japão e Brasil faturando US$ 515,7 milhões. Emprega 70 mil pessoas em atividades relacionadas em Los Lagos, Aysén e Magallanes com 1358 concessões destinadas à criação de salmão, dados de 2018 da Subsecretaria de Pesca, agência que regula e administra atividade de aquicultura.
Moral da Nota: a indústria chilena do salmão é questionada por danos ambientais e de saúde, danificando recursos marinhos e qualidade de vida dos cidadãos. Em 2007 a superpopulação de salmão em incubatórios causou o surto do vírus ISA deixando 15 mil pessoas desempregadas. Em 2016, outro desastre provocou o descarte de 9 mil toneladas de salmão morto no mar de Chiloé, intensificando maré vermelha e ocasionando mortandade de peixes e grave crise social e econômica. Em 2018, o vazamento de 700 mil salmões das gaiolas de criação, causou dano ambiental até hoje de consequências pouco conhecidas. A indústria do salmão também é criticada pelo uso excessivo de antibióticos, gerando na água condições anaeróbicas decorrente o consumo do oxigênio disponível impedindo vida marinha com danos a biodiversidade.