Paga-se preço pelos combustíveis fósseis, não por aqueles que os queimam, o mundo em dados mostra pesquisas para emergir progresso contra os maiores problemas do presente. Mesmo se não pagarmos preço monetário pelas emissões de carbono, pagamos as consequências das mudanças climáticas, sendo erro, crer que não pagamos pela emissão de gases efeito estufa. Impactos econômicos negativos da mudança climática via efeitos sobre subsistência e danos à infraestrutura pela elevação do nível do mar, degelo do permafrost e eventos climáticos extremos, ameaçam a vida animal e ecossistemas incluindo destruição de recifes de coral, incêndios florestais, perda de escudos de gelo e expansão de desertos. O aumento nos eventos climáticos extremos com ondas de calor, secas, inundações e tempestades ameaçam os mais pobres aumentando risco de fome e insegurança alimentar. A mudança climática não é a única consequência negativa da queima de combustíveis fósseis, a poluição do ar mata 3,6 milhões de pessoas no mundo/ano ou 6 vezes o número anual de mortes de todos os assassinatos, mortes em combates militares e ataques terroristas combinados. Este é o preço que já pagamos pela queima de combustíveis fósseis. Sem um preço monetário do carbono, os que têm menores emissões sofrem os maiores custos com as mudanças climáticas, daí, um preço de carbono significa que aqueles que causam emissões também pagam por elas. Precificar emissões de carbono através de imposto de carbono ou de limite e-system é eficaz e aumentar a compreensão que a precificação do carbono funciona, corrigindo equívocos e mostrando o caminho a seguir são passos na luta bem-sucedida contra mudanças climáticas.
O Fundo Monetário Internacional estima a soma de custos em estudo de atualização regular intitulado, ‘Quão grandes são os subsídios globais aos combustíveis fósseis?’ Na última edição, pesquisadores avaliam o custo em US$ 5,2 trilhões ou 6,5% do PIB global, com o FMI enxergando a soma dos danos causados pelos combustíveis fósseis como subsídio, algo que faz sentido. Um bem é subsidiado quando consumidores e produtores não têm que pagar o custo total por ele podendo o subsídio ser explícito, por exemplo, quando governos pagam pela educação escolar dos filhos do país, ou, subsídio implícito, quando produtores e consumidores causam danos mas não têm que pagar um preço monetário por isso. Combustíveis fósseis são subsidiados em ambas as formas, explicitamente subsidiados em muitos lugares e implicitamente subsidiados em todos os lugares, já que consumidores e produtores de combustíveis fósseis não precisam pagar o custo monetário pelos danos que causam, daí, acabar com subsídios ao combustível fóssil significa colocar preço monetário sobre ele correspondente aos danos que causa. O estudo do FMI aponta que acabar com esses subsídios e colocá-los no custo que produtores e consumidores têm a pagar pelos combustíveis fósseis, diminuiria substancialmente as emissões do carbono global salvando vida de pessoas que, de outra forma, morreriam pela poluição do ar.
Moral da Nota: o mundo já precifica o carbono, com 78 jurisdições diferentes implementando preço de carbono e, em 2021, um preço será pago por 22% das emissões de carbono do mundo, considerando que há 17 anos atrás, um preço foi pago por muito menos de 1% de todas as emissões. No entanto, o preço do carbono é baixo em muitos lugares e os números citados significam que não há preço monetário para três quartos das emissões. Em 1991, a Suécia foi um dos primeiros países do mundo implementar imposto sobre o carbono e com o tempo, o imposto sobre o carbono foi gradualmente aumentado, mas afeta principalmente o setor de transporte, 90% das receitas do imposto sobre o carbono vêm do consumo de gasolina e diesel. O pesquisador Julius Andersson em pesquisa se o preço do carbono funcionou conforme o esperado e o impacto nas emissões do setor de transporte, concluiu que “as emissões de CO2 do transporte caíram quase 11% em um ano médio, com 6% apenas do imposto sobre o carbono”. O caso da Alemanha é emblemático pois reduziu as emissões e enriqueceu, visto na pesquisa de Petrick e Wagner de 2014 mostrando como os preços do carbono na UE contribuíram para essa conquista, sendo que outra pesquisa da Bayer e Akin, mostrou que o sistema de precificação de carbono é eficaz na redução de emissões com países da UE estabelecendo sistema de limite e comércio denominado EU Emission Trading Scheme, EU ETS. Para concluir, o Reino Unido já fazia parte do EU ETS indo mais longe em 2013, quando implementou o ‘piso do preço do carbono’, imposto complementar sobre o carbono ao sistema europeu, sendo que na década anterior à introdução do imposto, um terço da eletricidade no Reino Unido vinha do carvão a pior das fontes de energia, desde então, o imposto sobre o carbono “levou a redução sem precedentes na geração de carvão”, conforme pesquisa de Castagneto et al de 2019, sendo que nos anos subsequentes à mudança de política, a parcela da eletricidade gerada a partir do carvão caiu para 2%. À medida que diminuiu a participação da eletricidade nas fontes de combustível fóssil, as emissões de carbono da geração de energia caíram no Reino Unido em dois terços, inseridas na Lei da Demanda, se o preço de algo sobe o consumo desce, vale neste caso. Locais que implementaram preço substancial de carbono alcançaram o efeito pretendido, o consumo de produtos intensivos em carbono e as emissões diminuem.