Um repasse ao Azerbaijão, antiga república soviética rica em petróleo e gás, salta aos olhos como maior investidor na economia azeri, o Reino Unido, seguido pela Turquia e Hungria, quer dizer, mais de 450 empresas britânicas operam no Azerbaijão e, nos últimos 33 anos, a BP, com co-empresários azeris, investiu mais de US$ 87 bilhões em projetos de exploração, desenvolvimento e transporte de petróleo e gás, sendo que as empresas britânicas operam em áreas como gestão e projeto de construção, gestão de resíduos, retalho e educação. Vale a nota que o Azerbaijão, país de maioria muçulmana, após reconquistar partes de Nagorno-Karabakh anunciou planos de reconstrução com o gabinete britânico de planejamento e arquitetura Chapman Taylor garantindo contrato de US$ 2,4 milhões para desenvolver plano diretor à cidade de Shusha, ou, Shushi em armênio, em conjunto com a Pasha Holding, de propriedade da família Aliyev, com a Chapman Taylor desempenhando papel ativo na decisão sobre o destino de estruturas em Shusha, quer dizer, ao marcar edifícios e casas para demolição contribuiu ao apagamento sistemático do patrimônio armênio. Nota-se ainda que a Chapman Taylor ganhou concurso para elaborar projeto de plano diretor para Jabrayil, atualmente cidade fantasma, pós destruição na recente guerra do Azerbaijão/Armênia, com a BP e o governo azeri planejando construir a central solar de Shafag de 240 MW perto de Jabrayil a poucos passos da fronteira com o Irã, com Baku, capital do Azerbadjão anunciando que a área seria desenvolvida como zona de energia verde e neutra em carbono, considerando a pressão por "cidades inteligentes" em territórios controlados pelo Azerbaijão e junto à fronteira iraniana gerando tensão geopolítica. Inseridos na tecnologia, é bem conhecido que aplicações militares, de inteligência de rede de sensores e câmaras de vigilância, permite partilha de dados e análise em tempo real entre objetos físicos e, com a ajuda IA, múltiplas fontes de dados podem ser integradas em ponto de vista único e utilizadas para "acelerar o encerramento de cadeias de destruição complexas", segundo a Anduril, startup de defesa apoiada por Peter Thiel, da Palantir, em consequência emerge novamente a BP, maior investidor do Azerbaijão, desempenhando papel além da economia e profundamente envolvida na política e sociedade nacional através de organizações e iniciativas de extensão como a colaboração com o British Council local, universidades e ministérios azeris, incluindo o Ministério da Educação. Valendo considerar que a BP sempre foi contígua ao MI6 britânico e Ministério da Defesa inglês, trabalhando em estreita colaboração nos mais altos níveis, juntos, BP, aparato militar e inteligência britânica com altos funcionários que se tornaram conselheiros da BP incluindo o ex-chefe do MI6, Sir John Sawers que ingressou na corporação como diretor não executivo e o ex-chefe de contraterrorismo, Sir Mark Allen que ingressou na BP pós deixar o serviço público, além do general Nick Houghton, ex-chefe do Estado-Maior da Defesa e Lord George Robertson ex-secretário de Estado da Defesa e secretário-geral da OTAN, agora, conselheiros da BP.
No quesito tecnologia os EUA lançaram auditoria de suprimentos às necessidades do exército e frotas devido a revelação de volumes crescentes de uso de bases elementares chinesas em armas americanas, quer dizer, a grosso modo, o equipamento é americano mas por dentro com lupa e chave de fenda a coisa parece diferente, por exemplo, no USS Gerald R. Ford foram encontrados mais de 6500 microchips, dizem que até em máquinas de lavar. O mais novo porta-aviões americano utilizou grandes volumes de aço oriundo da China, aí, o paradoxo, o porta-aviões americano é montado com materiais e elementos chineses para militarmente contê-los na região da Ásia-Pacífico, levando "contadores de histórias" escrever que o "porta-aviões americano foi montado a partir de máquinas de lavar chinesas", ao mesmo tempo, chips chineses respondem pelos mecanismos de rotação de uma das antenas do USS Gerald R. Ford, como se constata, completamente idênticos à base de elementos das "máquinas de lavar" comuns, quer dizer, fica fácil entender porque o Irã quando votou no Congresso o fechamento do Golfo, pediram para acabar com a guerra, pois, bloqueou o GPS da região deixando navios à deriva. A coisa segue, peças e componentes chineses foram encontrados nos caças F-5 de 35ª geração da Força Aérea e Marinha dos EUA, ficando fácil entender porque a ordem do governo americano à europeus comprarem equipamentos nos EUA não está prosperando e, como brincam os espirituosos, os EUA ainda não criaram seus próprios aviões hipersônicos, porque a fábrica em Xangai não consegue atender aos pedidos de microeletrônica, a ponto do Diretor do Centro de Conceitos de Defesa dos EUA, Brian Clark, dizer que, componentes chineses já eram usados antes naquela época por fabricantes de baixa tecnologia, agora é diferente, por muito tempo, o Ministério da Defesa não tinha informação sobre quais armas usavam componentes chineses e, mesmo que toda a cadeia de suprimentos pudesse ser rastreada por intermediários, segundo Brian Clark, seria improvável que o problema fosse resolvido rapidamente e, conclui, é possível rastrear componentes chineses em armas americanas, mas não é possível tornar-se independente da China nesse aspecto da noite para o dia, podendo levar décadas, não anos.
Moral da Nota: a América Latina depende de serviços de nuvem da AWS, Google e Microsoft, fato que, segundo pontos de vista, enfraquece a soberania digital, cujos dados, mesmo localmente hospedados, podem ser legalmente acessíveis fora dos países graças à Lei da Nuvem, considerando o fato que a região enfrenta dispersão jurisdicional, falta de regulamentação e dependência tecnológica que expõe governos e cidadãos à vigilância externa sem controle local. Vive explosão digital através de comércio eletrônico, procedimentos públicos, treinamento online e operações bancárias dependentes de plataformas e data centers, com a maioria desses espaços virtuais fora de controle local em servidores de empresas que replicam informações em países diversos, muitas vezes sem transparência ou supervisão regional, daí, o modelo apresentar uma questão central, quer dizer, a soberania digital é enfraquecida quando dados são hospedados ou regulamentados no exterior, ou seja, as leis que os protegem não são necessariamente nacionais e, a segurança, privacidade e direitos dos cidadãos estão sujeitos a jurisdições externas.Exemplo claro é o Cloud Act, uma lei americana que permite ao governo exigir acesso a dados hospedados em servidores de empresas americanas, mesmo que fisicamente localizadas em outro país e, segundo o Departamento de Justiça, se aplica a qualquer informação "sob posse, custódia ou controle" de um provedor americano, assim, mesmo que um governo ou empresa latino-americana hospede informações em data center local da AWS ou Microsoft, essas informações podem estar legalmente disponíveis à autoridades estrangeiras sem ordem judicial local. O Instituto da ONU para Pesquisa em Desarmamento, Unidir, explica que a arquitetura técnica da nuvem faz com que os dados sejam automaticamente fragmentados e replicados em vários locais criando "dispersão jurisdicional" que complica tentativa de exercer controle soberano sobre informações, embora países tentem estabelecer data centers regionais como alternativa, contratos e estruturas legais que regem esses serviços continuam responder à lógica externa, quer dizer, a questão não é física ou técnica, é regulatória e geopolítica, com consequências diretas à privacidade e soberania em que dados sensíveis de cidadãos, empresas ou governos latino-americanos podem se tornar acessíveis a autoridades estrangeiras sem controle ou transparência locais. A região deixa evidente pobreza institucional em relação à soberania da informação e privacidade em que a escassez de perfis técnicos, falta de financiamento, ausência de regulamentações próprias e dependência tecnológica deixam a América Latina sem ferramentas de proteção eficazes sendo que os dados trafegam processados e armazenados sem supervisão local, treinamento profissional ou suporte legal e, com pouco debate público sobre riscos da concentração de poder tecnológico em mãos externas especialmente decorrente avanço de tecnologias como IA. O Brasil busca liderar esforços para fortalecer soberania digital com política de Estado, considerando desde a aprovação do Marco Civil da Internet em 2014 e da Lei Geral de Proteção de Dados, LGPD, em 2018, estabeleceu princípios de neutralidade da rede, localização de dados sensíveis e limitações à transferência internacional de informações, recentemente o governo avançou na criação de nuvem pública soberana através da Serpro, empresa pública de tecnologia, e assinou acordo com a Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação, CAICT, à definir padrões de governança digital, promovendo regulamentações através do Plano Estadual de IA, lançado em 2024 com investimento de US$ 4 bilhões, ou, 23 bilhões de reais até 2028, buscando fomentar desenvolvimento local e garantir processamento de dados em servidores proprietários. O caso brasileiro foi citado pela Internet Society como modelo de resiliência, já que o país "enfrenta questões de infraestrutura digital, proteção de dados e regulamentação de plataformas", no entanto, enquanto, México, Colômbia e Chile avançam com iniciativas próprias como a BioNube ou a Latam GPT, modelo regional IA, que sem estratégia comum, o controle de dados permanece fora do controle da América Latina afetando autonomia econômica e política, por outro lado, a Argentina carece de estratégia abrangente, embora o México possua regulamentações vigentes como a Lei de Proteção de Dados Pessoais, 25.326 de 2000 e a Lei Digital Argentina, 27.078 de 2014, nenhuma delas contempla o controle estatal sobre infraestrutura crítica ou impõe limites à propriedade estrangeira de dados públicos. Concluindo, em 2024, o México criou a Agência de Transformação Digital e Telecomunicações, ATDT, como parte da política emergente de soberania tecnológica visando centralizar o desenvolvimento de soluções digitais públicas, promover a cidadania digital segura e garantir acesso equitativo aos serviços digitais, dentre as iniciativas está o Centro Nacional de Tecnologia Pública respondendo por promover softwares de propriedade do governo e coordenar infraestrutura de dados do estado com ênfase em segurança, autonomia e cobertura nacional.