quinta-feira, 14 de julho de 2022

Agtech

O agronegócio ultrapassou no mundo US$ 3 trilhões empregando 1 bilhão de pessoas, neste contexto, emerge o conceito de agtech sigla para agricultura e tecnologia como "melhores amigos" do campo argentino,  incorporando Big Data, Inteligência Artificial, IoT e blockchain que permite melhoria da produção, reduzindo custos e prevendo eventos climáticos. O agronegócio é o complexo exportador mais importante do país com  US$ 32,8 bilhões em 2021, recorde desde o início do século, conforme a Câmara da Indústria do Petróleo, CIARA, e o Centro Exportadores de Cereais, CEC. Pesquisa da Startup Genome sobre diferentes ecossistemas empresariais no mundo,  mostra aumento médio de 14,6% ao ano na última década ao agronegócio argentino, enquanto a média mundial foi de 4,5%.

A Universidad Austral com apoio da Endeavor, Glocal e The Yield Lab Institute, investigou o ecossistema agrotecnológico nacional com atores como Agrofy, Agidea, Maqtec, Bioceres, Caiman, De campo a campo , Pagamento Rural, Kilimo, Acronex, Beeflow, Auravant e ZoomAgri. A pesquisa mostra que o Ecossistema AgTech argentino é incipiente, com quase uma centena de startups em que apenas 7 têm mais de 5 anos e 70% das empresas que participaram da pesquisa faturaram menos de US$ 1,5 milhão em 2018, enquanto 57% vendem as soluções no país,  ideal para testar a viabilidade do produto ou serviço antes de ser exportado. A agtech, segundo a ARCAP,  é destinatária mais atrasada ​​de capital no ecossistema de investimento em startups, recebendo 8% do volume de mercado, no entanto,  91% das empresas que receberam recursos o fizeram por menos de US$ 1 milhão. A investigação revelou que se trata de setor altamente profissionalizado com 80% dos empreendedores com formação universitária ou pós-graduada. Já, pesquisa da Fundação Agrícola ao Desenvolvimento da Argentina, FADA, destaca que o campo argentino contribui com 7 em cada 10 dólares que entram no país, com 1 em cada 5 pesos de arrecadação de impostos, com 1 em cada 4 pesos do PIB e 3,7 milhões de empregos ou 22% do emprego privado.

Moral da Nota:  maximizar a produtividade do campo argentino passa por agtech como a Kilimo, startup que desenvolveu software de gerenciamento de irrigação informando ao produtor quando e quanto irrigar com base em dados.  A Nanotica Agro que desenvolve tecnologia de nanoencapsulação que reduz a quantidade necessária de fertilizantes químicos,  poluição e promovendo segurança alimentar. A ZoomAgri que desenvolve produto à indústria cervejeira permitindo ao produtor poupar em fatores fundamentais, ou, tempo e dinheiro. A Agrobit, startup criadora do Acá mi campo, plataforma para agricultura, rastreabilidade e gestão analítica utilizada por 15 mil produtores e 200 agrônomos, incorporando IA e análise avançada para recomendar a melhor semente ao cultivo de soja. O ucrop.it propõe plataforma gratuita à produtores e empresas da cadeia agrícola permitindo que concordem, rastreiem e compartilhem informações verificadas sobre  o uso da terra e a produção sustentável, na forma cripto "Crop Stories" ou Confidencial,  informações que tenham valor lucrativo às partes, nela, o produtor se cadastra gratuitamente no ucrop.it e um consultor da empresa o auxilia no cadastro como usuário, passando pela digitalização de "histórico de colheita", selecionando e aderindo acordos de rastreabilidade de empresas para compartilhar informações confidenciais, criptográficas e seguras com prêmios e melhores condições de negócios. A Microsoft oferece serviços de infraestrutura, armazenamento e processamento de dados, além de soluçõesde IA e IoT que permitem obter mapas de umidade do solo a partir de dados de satélite e sensores, monitorando o estado do campo com base na análise de variáveis ​​como condições do ar, solo, clima, fertilizantes, etc. Por fim, o diretor de Cloud Business da Microsoft Argentina, confidencia que "o campo argentino é um dos mais tecnológicos da região".