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sábado, 30 de setembro de 2023

Cbdc e blockchain

O diretor de criptografia da Visa avalia que enxerga à futuro que haverá diversificadas tecnologias blockchain a seu alcance, referindo-se aos primórdios da Internet, traça paralelos com blockchain, que, segundo ele, passa em sua história pelo “momento da banda larga”, onde avança como tecnologia. A Visa, de acordo com a postagem, tornou-se uma das primeiras redes de pagamento testar liquidações de stablecoins USDC na rede Ethereum, com a Cryptocom atuando como órgão emissor e, em 2023, o programa de liquidação foi ampliado via rede Solana, auxiliando no envio e recebimento de pagamentos das contas do tesouro Visa além da vantagem dos usuários levarem recursos rapidamente à seus comerciantes. Afirma que, no futuro, a rede Visa envolverá mais do que múltiplas moedas e vias de liquidação bancária, introduzindo várias redes blockchain, stablecoins e CBDCs e/ou depósitos tokenizados desde que os atuais sistemas legados de liquidação fiduciária coexistam com as novas tecnologias que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, com a Visa buscando ser ponte para seus clientes, independente da localização geográfica, das moedas que utilizam ou das redes de liquidação. A movimentação transfronteiriça de dinheiro está no radar da Visa e a utilização blockchain para esse fim, com a empresa afirmando que avançou  na simplificação dos processos com sua plataforma Visa Direct  atingindo 7 bilhões de endpoints, incluindo 3 bilhões de cartões, 2 bilhões de contas e 1,5 bilhão de carteiras digitais e, em breve, as redes blockchain farão parte deste setor. Usuários nas economias emergentes, enxergam as carteiras como 1º ponto de entrada na economia digital e o Visa Direct seria solução para permitir clientes opção de enviar fundos através de redes blockchain em stablecoins para carteiras de próxima geração. Afirma ainda que, a cada caso de uso, a complexidade blockchain aumenta, com bancos buscando o melhor modo de atender clientes nesse sentido, sob pena de ficarem para trás, enquanto usuários exploram NFTs, bancos centrais fazem experiências com CBDCs e, visando auxiliar clientes, a Visa realiza pesquisas sobre isso, explorando quais blockchains têm potencial de melhorar métodos de pagamento em tempo real para minimizar atrito ao usuário final, sendo que compartilha o aprendizado com outras instituições que trabalham usando a ferramenta Visa Consulting and Analytics. Na conclusão a Visa diz que só o tempo dirá qual papel que a blockchain desempenhará nos próximos 10 anos, no entanto, embora em fases iniciais de desenvolvimento, as instituições financeiras devem ter estratégia em vigor para acompanhar.

Notícia na BlockchainNews informa que a Visa anunciou expansão de capacidade de liquidação de stablecoin incorporando blockchain Solana com programas piloto ao lado dos adquirentes comerciais Worldpay e Nuvei. Buscando modernizar a movimentação monetária transfronteiriça, alavanca stablecoins como o USDC da Circle já conduzindo pilotos ao vivo, transferindo milhões de USDC entre parceiros via redes blockchain Solana e Ethereum para liquidar pagamentos denominados em moeda fiduciária autorizados pela VisaNet, melhorando velocidade da liquidação transfronteiriça e fornecendo opção moderna à clientes enviarem ou receberem fundos do tesouro da Visa. Em 2021, iniciou programa piloto com a Cryptocom, tornando-a uma das primeiras testar liquidação de stablecoins no lado da emissão aproveitando USDC e blockchain Ethereum para receber pagamentos da Cryptocom por volume internacional no programa de cartão ativo na Austrália, antes,  titulares do cartão Visa da Cryptocom enfrentavam processo de conversão de moeda que demorava dias além de dispendiosas transferências bancárias para compras transfronteiriças, agora, a Cryptocom envia USDC diretamente à conta Circle gerenciada pelo tesouro da Visa, reduzindo tempo e  complexidade. A operação de tesouraria da Visa continua testando recebimento de fundos on-chain de parceiros emissores, sendo que as opções de liquidação permitem que envie fundos on-chain à adquirentes como Worldpay e Nuvei, que atendem ampla gama de setores, incluindo blockchain e criptoeconomia, como provedores de acesso, jogos e mercados NFT. A Visa adicionou suporte à Solana pelo desempenho da blockchain, com tempos de bloqueio de 400 milissegundos e média de 400 transações por segundo, TPS, com picos à mais de 2 mil TPS tornando a Visa uma das primeiras empresas utilizar Solana à pagamentos em tempo real entre clientes. O trabalho da Visa com a Worldpay e a Nuvei representa avanço no potencial inovador das moedas digitais focada em cenário mais digital, avançando com novas parcerias, inserida na vanguarda da moeda digital e inovação blockchain. A mudança da Visa é sinal crescente que instituições financeiras tradicionais estão adotando stablecoins, com o PayPal anunciando lançamento de stablecoin denominada em dólares americanos, conforme relatado pela BlockchainNews, com objetivo de transformar pagamentos em ambientes web3 e digitalmente nativos, além da Tether, emissora da maior stablecoin, USDT, na 22ª posição em participações do Tesouro dos EUA, ultrapassando países como México, Austrália e Espanha, com a Tether Holdings Limited divulgando parecer de garantia do 2º trimestre de 2023, revelando que suas reservas excedentes aumentaram em US$ 850 milhões, atingindo US$ 3,3 bilhões, além de lucros operacionais de abril a junho de 2023 ultrapassarem US$ 1 bilhão, aumento de 30% trimestre após trimestre.

Moral da Nota: a Circle lança a stablecoin USDC no Mercado Pago Chile planejando levar a 2 milhões de usuários no país e, como maior FinTech da América Latina, o Mercado Pago, segmento do Mercado Livre, lança suporte para USDC nos principais mercados começando pelo Chile. USDC é stablecoin, o que significa que seu valor está atrelado ao dólar americano, uma das stablecoins mais adotadas, cujo lançamento na plataforma no Chile representa maior utilidade tanto às criptomoedas quanto ao dólar americano no Chile, com sites de viagens e conscientização do consumidor explicando que o dólar americano não é aceito como forma de pagamento com tanta frequência no Chile como em outros países latino-americanos. O Mercado Livre anunciou intenção de aceitar criptomoedas como meio de pagamento em 2021, desde então, avançou na direção da integração do USDC à usuários no Chile e, no início de 2023, fez parceria com a Paxos para integrar o stablecoin USDP à usuários no México. Recentemente a Circle anúnciou que a Coinbase assumiria participação acionária na fintech após dissolução do órgão de governo do Centro, dando à Circle responsabilidades adicionais à medida que o USDC for lançado em plataformas blockchain no futuro. Por fim, nova parceria entre Bitso e Despegar permite que membros do programa de recompensas da agência de viagens na Argentina convertam pontos em ativos digitais, parte de campanha visando aproximar usuários do ecossistema de criptomoedas. O “Passaporte Despegar” permitirá que integrantes do programa troquem pontos por criptomoedas, creditados automaticamente nas carteiras digitais da  Bitso, conforme destaque da Forbes, sendo  que na etapa inicial, usuários escolherão entre Bitcoin e Ethereum e resgatar entre 100 e 5 mil pontos por dia ressaltando que o valor dos pontos é na cotação oficial do dólar, enquanto criptomoedas como Bitcoin e Ethereum sofrem oscilações mais pronunciadas, com a Argentina tornando-se o 2º país a permitir estas trocas, depois de colaboração implementada no México.


domingo, 5 de fevereiro de 2023

Moedas digitais

Relatório do China Securities Journal observa que o e-CNY foi usado pela primeira vez para comprar títulos, com investidores usando a CBDC via aplicativo móvel da Soochow Securities, corretora local. A Yicai Global, em relatório, avisa que o aplicativo de carteira digital yuan recebeu atualização que permite usuários fazer pagamentos sem contato com telefones Android, mesmo que o dispositivo fique sem internet ou energia. No entanto,  um ex-funcionário do PBOC,  Banco Popular da China,  fez em dezembro admissão pública dizendo que "o uso do yuan digital tem sido baixo" e "altamente inativo", acrescentando que "os resultados não são ideais" e, em janeiro de 2023, o PBOC incluiu pela primeira vez o e-CNY nos relatórios de circulação de moeda revelando que representava  0,13% dos 10,47 trilhões de yuans, US$ 1,54 trilhão em circulação. A CBDC chinesa foi incorporada a setores e iniciativas na fase piloto, incluindo 23 cidades e regiões, incorporando produtos bancários e oferecendo carteiras de moeda digital à usuários. Outras áreas de teste à moeda digital chinesa incluem pagamento de serviços públicos, salários, transporte público, fundos de investimento, seguros, etc.

O desenvolvimento do yuan digital apresenta lista cada vez mais extensa de funções e características, parte dos testes relacionados à moeda digital do banco central chinês ou CBDC.  Entre os mais recentes, foi adicionada a função que usa contratos inteligentes para alocação de recursos na CBDC durante uma loteria, já que desde 2020, a China desenvolve a versão digital do yuan buscando liderar a corrida pelas CBDCs, versões digitalizadas do dinheiro nacional emitidas e controladas pelos bancos centrais de cada país. Entre os testes mais recentes com o yuan digital, conhecido como eCNY ou RMB digital, destaca-se a funcionalidade integrada via aplicativo Meituan, focado na venda de produtos e alimentos, onde foi implementado o uso de contratos inteligentes para dividir e agendar a distribuição de fundos em rifa de yuan digital entre usuários. A explicação do 8btc é que são ativados contratos inteligentes assim que o usuário realiza compra através do aplicativo Meituan e pagam com a moeda digital chinesa, identificando “palavras-chave” atualizadas diariamente nas informações do pedido e no nome do lojista que atribui automaticamente parte dos 8.888 yuans digitais a serem distribuídos no valor de US$ 1.300. O Instituto de Moeda Digital do Banco Central da China faz uso de contratos inteligentes através de sistema de pagamentos antecipados, no intuito de evitar cobranças indevidas na moeda digital, tudo isso, seguindo promessa de expandir casos de uso de contratos inteligentes à medida que os testes do yuan digital aumentam. O aplicativo de carteira eletrônica introduziu recurso aos usuários enviarem envelopes vermelhos digitais na tentativa de aumentar a adoção antes do Ano Novo Chinês. O principal caso de uso do yuan digital aponta ao comércio varejista no pagamento de produtos e serviços, impulsionado por “brindes de envelopes” que distribuem pequena quantia da CBDC aos cidadãos para consumo.

Moral da Nota: o Norges Bank, Banco Central da Noruega, avisou que o protótipo de infraestrutura da moeda digital do banco central se baseia em Ethereum, ao publicar o código-fonte aberto à sandbox de moeda digital do banco central do país, CBDC. Disponível no GitHub, o sandbox foi projetado para oferecer interface para interagir com o testnet, permitindo funções como cunhagem, gravação e transferência de tokens ERC-20, segundo Nahmii, parceiro oficial da CBDC do Norges.Bank. Nahmii enfatizou que a versão atual do código não é compatível com a carteira principal da Ethereum, MetaMask, por design, e só é acessível de modo privado por usuários com as credenciais apropriadas. Além de implementar contratos inteligentes adequados e controles de acesso, a sandbox do Norges Bank inclui front-end personalizado e ferramentas de monitoramento de rede, como BlockScout e Grafana, com a interface exibindo resumo filtrável das transações na rede. Relatório do FMI afirma que 97 países ou mais da metade dos bancos centrais do mundo,  exploram ou desenvolvem CBDCs, por outro lado,  dois países lançaram totalmente projetos CBDC até o momento, Nigéria e Bahamas. Em setembro de 2022, o FMI disse que estava trabalhando em projeto relacionado a plataforma CBDC interoperável conectando várias CBDCs globais e permitindo transações internacionais.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

França e CBDC

O euro digital por atacado concluiu sua primeira fase de experimentação sendo que a segunda fase deverá ser iniciada, segundo informação do presidente do Banco da França,  com  quatro ou cinco novos experimentos. Os experimentos consistirão em testar protótipo de euro digital com agentes privados e outros bancos centrais, em preparação à aplicação do regime piloto em 2023, destacando a importância da interoperabilidade entre DLT e o sistema tradicional que complementará a infraestrutura tradicional em vez de substituí-la. Discursando no Fórum Financeiro Internacional Europlace em Paris,  resumiu  conquistas da UE em relação aos ativos criptográficos sob a presidência francesa, mencionando especificamente a Regulamentação de Transferência de Fundos, Travel Rule, e o MiCA, Mercados de Criptoativos. O Eurosistema estuda 'o âmbito e o desenho' da CBDC, moeda digital do banco central, em euros, principal razão ao euro digital de varejo mantendo papel da moeda do banco central na economia, mesmo “ameaçada pela revolução digital”. Falou em corretagem máxima no design, observando que corretores têm mais experiência que bancos centrais em relações com clientes e medidas de conhecimento do cliente/anti-lavagem de dinheiro, KYC/AML. A CBDC atacado será usada para transferências interbancárias e operações similares, não menos importante que a de varejo, citando casos de uso críticos de liquidação de títulos emitidos pela tecnologia DLT de contabilidade digital além de pagamentos internacionais e entre moedas. 

O recente programa de liquidações interbancárias em moeda digital do banco central ou CBDC, criado em 2020, teve a participação de grupo de instituições privadas lideradas pelo HSBC, além da IBM, indo à fase seguinte dos pagamentos transfronteiriços. O teste de liquidações interbancárias consistiu na emissão de título digital na blockchain e sua assinatura com contrato denominado em CBDC, sendo que a emissão, subscrição por partícipes e o pagamento envolvem a conversão à outras moedas. O benefício do experimento consiste na comunicação entre ambientes diversos com base em componentes previamente desenvolvidos, permitindo transferência de dados pertencentes ao voucher digital por meio de cadeias, acionando a liquidação e contabilização de valores, garantindo o controle que o Banco da França pode exercer no uso da moeda do banco central. A interoperabilidade entre plataformas é o elemento chave para maximizar os benefícios da tecnologia de contabilidade distribuída aplicada aos mercados financeiros,  realizando transferência de dados e ativos, troca de ativos através de diferentes blockchains, sendo a interoperabilidade, essencial para a existência de múltiplos ambientes ao funcionamento dos mercados.

Moral da Nota: o Banque de France projetou sua tecnologia de contabilidade digital chamada DL3S, à possível sistema futuro, desenvolvendo plataforma de formador de mercado automatizada com base em modelo financeiro descentralizado onde ocorreram liquidações multi-CBDC. Explora ainda CBDC de varejo destinada ao uso público como dinheiro digital, parte de trabalho mais amplo do Banco Central Europeu para desenvolver o euro digital.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

E-krona

O Banco central da Suécia concluiu a segunda fase de testes do e-krona, CBDC sueca estando tecnicamente pronto à integração com bancos e provedores de serviços de pagamento, conforme relatório do Riksbank. O projeto de moeda digital do banco central sueco conhecido como e-krona, de acordo com o Riksbank, banco central do país,  já está tecnicamente pronto para se integrar às redes bancárias e facilitar as transações. Na segunda fase do projeto piloto a CBDC foi investigada sobre a capacidade técnica de funcionar na infraestrutura bancária digital existente nacional com participação dos bancos Handelsbanken e Tietoevry.

O relatório afirma que a e-krona poderia ser trocada por dinheiro fiduciário e usada em transações,  online e offline, trazendo clareza jurídica ao projeto em termos de se a e-krona deve ser considerada  "forma eletrônica de dinheiro". O Riksbank especificou em janeiro de 2021 que a prova de conceito do projeto estava aproveitando o Corda, tecnologia de contabilidade distribuída do R3 através de parceria com a equipe de consultoria de blockchain da Accenture no final de 2019 para  esforços de lançar um CBDC, estando trabalhando há pouco mais de 12 meses na prova de conceito ao e-krona. A vice-presidente do banco central da Suécia, durante um painel de conferência do CfC St. Moritz, informou que "a tecnologia é Corda", no entanto, se recusou a transformar o anúncio em um anúncio completo da Corda: “a razão pela qual usamos o Corda não é que necessariamente pensamos que  é a melhor opção para uma eventual e-krona no futuro, mas quando fizemos nosso processo de aquisição, a proposta da Accenture baseada no Corda que encontramos foi a que melhor se encaixou em nossos critérios.

Moral da Nota: mais de 80% dos bancos centrais estão interessados ​​em lançar CBDC ou já o fizeram, conforme estudo da empresa de contabilidade PwC. O segundo relatório anual do Global CBDC Index que mede o nível de maturidade de um banco central para lançar sua própria moeda digital inclui uma visão geral das stablecoins pela primeira vez. O especialista em blockchain e criptomoeda da PwC U.K., afirmou no relatório que “mais de 80% dos bancos centrais consideram lançar CBDC ou já o fizeram”,  classifica CBDCs de varejo, emitidos para uso do público em geral e CBDCs de atacado para uso por instituições financeiras que mantêm laços com o banco central. O relatório informa que as CBDCs de varejo atingiram nível mais alto de maturidade em comparação com as contrapartes de atacado.O “eNaira” da Nigéria, por exemplo, recebeu uma pontuação de 95, tornando-se o mais desenvolvido nas categorias varejo e atacado, sendo que na categoria varejo, se destaca as Bahamas, primeiro país a lançar uma CBDC: o Sand Dollar, sendo que o Jam-Dex jamaicano está programado para ser lançado em 2022 e a Tailândia fez lista ao desenvolvimento e teste de uma CBDC anunciado em agosto passado. A Tailândia e Hong Kong lideram a categoria atacado por seu projeto conjunto mBridge, focado em pagamentos transfronteiriços, além de Cingapura e França ficarem em alta por sua exploração contínua de projetos CBDC.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Moeda digital

O DCASH, moeda digital do Caribe Oriental, aparece em 7 dos 8 componentes do bloco de nações, visando impulsionar crescimento e inclusão financeira na região e, com o Banco Central do Caribe Oriental ativando o Diamond Cash, DCASH, em Montserrat e Dominica, soma-se a Antígua e Barbuda, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas e Granada, totalizando 7 nações detentoras desta CBDC que significa "moeda digital do Banco Central" sendo o DCASH a primeira CBDC do mundo operar em vários países, agora, inserindo Montserrat e Dominica entre os países que possuem Banco Central único e, com a moeda digital criada aplicável a todos eles, restando, adicionar Anguila para que funcione em todas as nações que compõem a região, algo, que estimam para breve.

O DCASH foi criado pelo Banco Central do Caribe Oriental em março de 2021 como versão eletrônica do dólar e, desde então, vem sendo implementado nos países da região, sendo que a primeira nação do mundo incorporar uma moeda digital emitida por Banco Central foi Bahamas em outubro de 2020. Chamada de dólar de areia e reconhecida pela PwC como CBDC mais avançada do mundo pela acessibilidade ao público, acima do yuan digital da China, em fase de testes, apesar da China ser considerada o país que mais se desenvolveu nesta área. Com aplicações da DCASH e dólar de areia, a zona do Caribe e Atlântico Ocidental tornam-se líderes na implantação da CBDC, moedas digitais dos bancos centrais, controladas por governos e, ao contrário de criptomoedas como bitcoin avaliadas pelo anonimato e independência das autoridades monetárias, sendo que as CBDCs não apresentam  volatilidade uma vez que funcionam como moeda fiduciária eletrônica acumulada pelo valor do dólar.

Moral da Nota: o Governador do Banco Central do Caribe Oriental afirma que o objetivo do DCASH é impulsionar o crescimento econômico, dando a população  possibilidade de transacionar com dinheiro virtual, mesmo os que não possuem conta em banco e, com isto, melhorar inclusão financeira.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Moeda digital oficial

El Salvador tornou-se o primeiro do mundo adotar o bitcoin como moeda nacional, permitindo utilização de carteira digital para pagar bens de uso cotidiano, experimento arriscado em nação empobrecida. Investidores ignoram o progresso em direção ao dinheiro eletrônico emitido pelo governo, embora muitos países progridem em direção ao seu próprio dinheiro online surgindo questionameto se o Federal Reserve emitirá um dólar digital e se substituirá as notas físicas.

Neste cenário, dois países da América Central, Honduras e Guatemala, seguem o exemplo de adoção do Bitcoin, BTC, por seu vizinho comum, através de caminhos  diferentes, em vez de adotar uma criptomoeda existente como moeda corrente como El Salvador, os bancos centrais de Honduras e Guatemala estudam moedas digitais emitidas pelo banco central, CBDC. O presidente do Banco Central de Honduras, informa que após aprovação do conselho de administração, iniciou estudo “para determinar viabilidade de realização de teste piloto emitindo seu próprio dinheiro digital ou moeda digital do banco central”, avisando que o Conselho Monetário da América Central, maior autoridade monetária da região, deve abordar a adoção de moedas digitais. No noroeste da região, a CBDC tem até nome com o vice-presidente do Banco da Guatemala nomeando a moeda digital, iQuetzal, pássaro nacional da Guatemala, assim como sua moeda fiduciária, enfatizando que o comitê para trabalhar na moeda digital do banco central foi formado há seis meses e levará tempo para concluir a fase de pesquisa.

Moral da Nota: a CBDC da Nigéria, eNaira, foi lançada em 1 de outubro, Dia da Independência do país e o governo da Ucrânia avança com planos à CBDC, dando ao Banco Nacional nacional autoridade para emitir uma moeda digital. Já, os bancos centrais da Austrália, Cingapura, Malásia e África do Sul implementam iniciativa conjunta para testar liquidações internacionais com moedas digitais do banco central, CBDC, batizada de Projeto Dunbar, criando protótipo de plataformas compartilhadas permitindo transferências diretas entre instituições utilizando moedas digitais emitidas pelos bancos centrais, cujos resultados do projeto-piloto serão usados ​​para informar o "desenvolvimento de plataformas globais e regionais", apoiando o roteiro do G20 em melhorar pagamentos transfronteiriços. O Projeto Dunbar emerge em colaboração com o Centro de Inovação do Banco de Compensações Internacionais, BIS, de seu Centro de Cingapura, envolvendo  parceiros para desenvolver diferentes plataformas de tecnologia de razão distribuída, DLT, explorando designs diversos que permitem bancos centrais compartilharem infraestrutura da CBDC. A Vice-Governadora do Reserve Bank of Australia, RBA, destaca que "melhorar pagamentos transfronteiriços tornou-se prioridade à comunidade reguladora internacional", sendo que o RBA está "focado" nesta questão em sua política interna. O RBA minimizou necessidade de uma CBDC nacional, citando o sucesso da Nova Plataforma de Pagamento permitindo 24hs por dia transferências digitais instantâneas, sendo que o Projeto Dunbar apresentou protótipos técnicos de plataformas DLT compartilhadas no Singapore FinTech Festival, iniciativa, que espera publicar resultados completos no início de 2022.


terça-feira, 28 de setembro de 2021

CBDC e parcerias

O RBA, Reserve Bank of Austrália, é parceiro do Commonwealth Bank, do National Bank of Austrália, da Perpetual, empresa de serviços financeiros e da ConsenSys, empresa de software, em projeto buscando explorar uso potencial de atacado da moeda digital do banco central, CBDC, via "tecnologia de razão distribuída baseada em Ethereum." O RBA investiga desenvolver prova de conceito à "emissão de forma tokenizada de CBDC", especificamente, participantes do mercado de atacado que poderiam usar a moeda digital para empréstimos sindicados e tokenizados em plataforma DLT, além de estudar implicações dos acordos de garantia de entrega contra pagamentos com trocas cruzadas. Como alternativa à emissão de CBDC, o RBA ob1servou o sucesso da Nova Plataforma de Pagamentos nacional com eficiência em tempo real, afirmando disposição em fornecer acesso à nota fiduciária "enquanto os australianos desejarem continuar usá-las".

Na conferência Hong Kong Fintech Week o governador do Banco Popular da China informou a Bloomberg que os pilotos do yuan digital processaram mais de quatro milhões de transações, em total de US$ 300 milhões implantados para testes prolongados em quatro cidades. O crescimento por métodos de pagamento digital e sem contato na pandemia representou desafios aos bancos centrais que tentam reconciliar segurança do usuário com conveniência. Segundo o PBoC, empresas fintech têm vantagens importantes sobre os bancos comerciais na construção de base de clientes e do gerenciamento de risco. Entre abril e agosto de 2020, as carteiras digitais de yuans processaram US$ 162 milhões em transações, com empresas de tecnologia se preparando ao lançamento do yuan digital como a Huawei que anunciou o smartphone Mate40 com carteira de moedas permitindo usuários fazerem transações mesmo quando offline.

Moral da Nota: a Ernst & Young expande serviços blockchain na China em parceria com grandes projetos locais, anunciando extensão da implantação da solução blockchain na Ethereum e no Financial Blockchain. Aumentará disponibilidade das soluções blockchain na plataforma do FISCO, Consórcio Financeiro Blockchain Shenzhen, e BCOS, Blockchain Open Source. Na blockchain Ethereum e Blockchain Open Source, implantará produtos em plataforma administrada pelo Financial Blockchain Shenzhen Consortium ou FISCO, apoiado pela Tencent, com duas soluções, o EY Blockchain Analyzer e o EY OpsChain através da iniciativa blockchain nacional chinesa ou rede de serviços baseada em Blockchain ou BSN. A FISCO BCOS é plataforma blockchain de código aberto e sem moedas, projetada para desenvolvedores de serviços financeiros, sendo que os membros fundadores da iniciativa incluem WeBank, Tencent Cloud, Huawei e Shenzhen Securities Communication, esta, selecionada como infraestrutura de tecnologia para BSN.


sábado, 25 de setembro de 2021

CBDC e Cripto

A queda do mercado de criptografia em 7/9/21, colocou na berlinda a estabilidade das stablecoins e decorrente a forte liquidação no mercado, tokens como Bitcoin, BTC, Ether, ETH, Cardano, ADA, e Solana, SOL, caíram dois dígitos abrindo espaço às stablecoins. Como criptomoedas de preço fixo as stablecoins ofereceram a proteção provisória aos negociantes, decorrente a volatilidade dos preços, segurando quase seu par de $ 1 e oferecendo liquidez aos comerciantes que buscaram rede de segurança na quebra do mercado. O CryptoQuant, serviço de análise blockchain, relatou picos nas transferências das stablecoins à medida que a capitalização de mercado da criptomoeda caiu de US$ 2,38 à 2,103 trilhões  no dia em questão. O Tether, por exemplo, principal stablecoin em volume, processou transações de US$ 10,51 bilhões em 7/9 ante os US $ 4,02 bilhões em 6/9, do mesmo modo que a segunda CBDC, o USDC, apoiado pela Circle, registrou transferências de $ 5,728 bilhões em 7/9 ante os $ 3,27 bilhões na sessão anterior, ou, aumento de 74%. O fornecimento líquido de stablecoins em circulação permaneceu em US$ 67 bilhões, mostrando adequação na liquidez versus demanda em face da queda do mercado de criptomoedas, resultando que muitos das principais CBDCs mantiveram a indexação 1:1 ao dólar, apesar dos desvios de preços.

Neste quadro, especilistas em criptoeconomia olham às 10 principais stablecoins que apresentaram desvio médio mínimo da paridade ao dólar, indicando seis projetos centralizados, dois mistos e dois algorítmicos. A demanda de USDC, stablecoin atrelada ao dolar, empurrou sua valorização média para $ 0,00196 acima de um dólar, seguida pela Paxos, PAX, outra stablecoin atrelada ao dolar, que negociou $ 0,00203 acima da mesma paridade. A stablecoin BUSD nativa da Binance e o DAI da MakerDAO mantiveram a estabilidade via sistema dinâmico de Posições de Dívida Garantida, CDP, mecanismos de feedback autônomo e estruturas de incentivo aos usuários, subindo 0,00244 dólares em relação à sua paridade à moeda americana. O TUSD da TrustToken, o HUSD da Stable Universal e o UST da Terra blockchain desviaram de US$ 0,00249-0,00385 de sua avaliação em dólares, enquanto a FRAX e a FEI desvincularam-se da valorização do dólar saltando US $ 0,00404 e US $ 0,00474 acima dela, respectivamente. Em julho/21 a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, "sublinhou a necessidade de agir rapidamente para garantir a existência de um quadro regulamentar adequado nos EUA", enquanto o presidente do FED de Boston, Eric Rosengren, considerou o Tether desafio potencial à estabilidade financeira. Documento divulgado pela Fitch Ratings no mesmo mês, observou que stablecoins colateralizadas podem desencadear contágio do mercado de crédito no curto prazo, explicitando que, o "resgate massivo e repentino de tether afetaria estabilidade dos mercados de crédito de curto prazo, em tese, particularmente se associado ao resgate mais amplo de moedas estáveis ​​que detêm reservas de ativos semelhantes."

Moral da Nota: a maior demanda por Tether em 7/9/21 no espectro de criptografia, elevou seu desvio médio de US $ 0,00244. O presidente do FED de Boston em apresentação chamada "Estabilidade Financeira", identifica o Tether como parte de três diferentes "Desafios de Estabilidade Financeira", incluindo riscos ao mercado imobiliário, necessidade de linhas de crédito de emergência em tempos de crise e "interrupções periódicas nos mercados de crédito de curto prazo", onde o Tether foi apontado como de potencial perturbador. Observou que stablecoins crescem rápido em termos de capital de mercado e respondem por 20% do total dos fundos mútuos do mercado financeiro de primeira linha e, falando ao Yahoo Finances, explicou que "a razão pela qual devemos nos preocupar um pouco com os stablecoins é que crescem muito rápido, se tornando exponenciais". O CEO do Avanti Financial Group, considerou que tal seria prenúncio que o FED prepara as bases à estrutura regulatória para stablecoins em que novamente todos os dólares acabam passando pelo FED, significando que tem jurisdição sobre o dólar #stablecoins. O presidente do FED de Boston disse que o aumento das stablecoins não é ameaça aos mercados de crédito per se, mas deve ser avaliado em termos de riscos se continuarem crescer como segmento de mercados de crédito e, em que medida, mercados de suporte dominados por CBDCs.


sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Moeda digital

90% do PIB global explora CBDC investindo recursos em pesquisas, casos de uso e, entre as principais economias, a China progrede implementando o yuan digital nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. Primordial entender oportunidades e desafios de moeda digital de banco central ou CBDC, em andamento em 81 países, com cinco nações implementando totalmente a versão digital de sua moeda conforme o novo rastreador do Conselho Atlântico. O Caribe abriga cinco CBDCs atualmente em uso, com Bahamas, Saint Kitts e Nevis, Antígua e Barbuda, Santa Lúcia e Granada implementando seus sistemas de caixa digital, com o Reserve Bank of India estudando os primeiros passos à eventual CBDC e em estágio piloto 14 outros países incluindo Coréia do Sul e Suécia, segundo o tracker. stabelecido em 1961, o Atlantic Council é organização apartidária promovendo a liderança da América em assuntos mundiais, sendo que o rastreador CBDC monitora 83 países e uniões monetárias.

Os quatro maiores bancos centrais, FED dos EUA, Banco Central Europeu, Banco do Japão e Banco da Inglaterra investigam CBDCs com os EUA mais atrasados ​​em termos de desenvolvimento. O FED investiga há vários anos e seu presidente Jerome Powell indicou que o desenvolvimento do dólar digital é "prioridade muito alta" no combate ao crime financeiro e o presidente do Fed Bank de Nova York, John Williams, acredita que o surgimento de criptomoedas levanta desafios aos bancos centrais. A China indicou que estrangeiros poderão usar o yuan digital nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, desde que compartilhem informações de passaporte com o banco central, enquanto senadores dos EUA incluindo a defensora do BTC, Bitcoin, Cynthia Lummis, pediu aos atletas americanos boicotarem o yuan digital. O Banco Popular da China informa que quase 21 milhões de pessoas já abriram uma carteira virtual buscando usar o yuan digital.

Moral da Nota: marcos regulatórios à stablecoin foram estabelecidos por pesquisadores do Fed e Yale, com Gary B. Gorton de Yale e Jeffery Zhang do Conselho de Governadores do Sistema da Reserva Federal como co-autores do relatório intitulado "Taming Wildcat Stablecoins". No artigo publicado na SSRN eLibrary, Gorton e Zhang, argumentam que "moedas produzidas de forma privada" como stablecoins "não são meio de troca eficaz porque nem sempre são aceitas e sujeitas a picos", no entanto, propõem soluções para abordar o que chamam "riscos sistêmicos criados por stablecoins". Após mergulho na história do dinheiro privado, desde a Era do Free Banking nos EUA, período de 1837 a 1864, concluem que formuladores de políticas têm duas opções em relação à regulamentação de stablecoins, ou, fazer stablecoins equivalente a dinheiro público ou introduzir uma CBDC envolvendo taxação de stablecoins privados até que desapareçam. Na primeira opção o governo exigiria que moedas estáveis ​​sejam emitidas via bancos segurados pelo FDIC, ou, estipular que moedas estáveis ​​sejam garantidas por títulos do Tesouro no Federal Reserve. Em paralelo surge o Grupo de Trabalho do Presidente Biden sobre Mercados Financeiros para discutir Stablecoins, com reguladores avaliando benefícios e riscos potenciais das CBDCs. Em paralelo ainda o presidente do FED, pediu regulamentação mais rígida de ativos como o Tether, USDT, (atrelado ao dollar) em depoimento na Câmara dos Representantes dizendo que criptomoedas não entrarão no universo dos pagamentos de curto prazo pela extrema volatilidade de seus preços. Por fim, pesquisadores do Fed estão mais abertos à ideia de CBDC, embora, seus pares na Ásia e Europa, não, com os EUA sem planos imediatos ao dólar digital potencial e, apesar da atitude hostil em relação ao Bitcoin, BTC, a China emerge como pioneira na emissão de moeda digital controlada centralmente.


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Moeda digital

Relatório do CPA Austrália “Moedas Digitais do Banco Central, CBDCs: Revisão Comparativa”, informa que o Banco Central da França considera utilizar Ripple e XRP como plataforma potencial à emissão do Euro digital, considerando Bitcoin meio de troca arriscado e Ethereum descentralizado não podendo ser controlado por nenhum governo. O CPA é organização australiana profissional de contabilidade, trabalhando desde 1886 com mais de 166 mil funcionários em 150 nações no mundo. Conforme o relatório, o governo australiano considera lançar programa CBDC na comunidade Ethereum, afirmando que o mundo está entrando no estágio de novo desenvolvimento tecnológico decorrente a pandemia, que estimula adoção de moedas digitais e pagamentos online em oposição ao dinheiro que contamina de um titular à outro. Quanto ao Ripple fala como "plataforma alternativa ao Ethereum" e XRP como moeda que roda neste próprio livro-razão dizendo que "o Ripple não opera em uma rede de blockchain em si" mas tem seu próprio livro-razão para realizar transações supostamente XRPL. O Ripple, segundo o relatório, é considerado por bancos múltiplos modelo à CBDC pela alta centralização, desfrutando confiança porque é centralizado se baseando em rede permitida onde apenas alguns ‘nós’ podem validar transações, ao contrário do Bitcoin e Ether descentralizados e sem permissão.

A difusão dos meios eletrônicos de pagamento tem se acelerado na última década em oposição a redução do uso de dinheiro físico, neste ambiente, foram criadas moedas digitais privadas, criptomoedas, tendência que se acelera com a fragmentação econômica criada pela pandemia. Bancos centrais avaliam possibilidade de emissão de moeda digital de banco central ou moeda digital soberana, CBDC, com pesquisas do BIS, Banco de Compensações Internacionais, entre mais de 60 bancos centrais indicando que a maioria tem projetos para lançar tais moedas. O único banco central emissor de moeda digital em 2020 é o Bahamas, o SandDollar, sendo que o Equador tem experiência de três anos e o banco central do Cambodja lançou sistema oficial de pagamento que não se torna moeda digital, no entanto, entre as grandes economias a China apresenta projetos e testes avançados em moeda digital soberana. Moeda digital do banco central, CBDC, consiste na substituição da nota de papel e seu registro em contas bancárias por pulsos eletrônicos influenciando amplamente o campo econômico e relacionamentos sociais, emitida pelo banco central e distribuída pelo banco e/ou via intermediários do setor financeiro à usuários no estado ou setor privado. Ao contrário das moedas digitais privadas ou criptomoedas emitidas em diferentes formatos por agentes privados, a emissão da CBDC é centralizada no banco central, tem curso legal, aceitação forçada pelos setores público e privado sendo o valor em relação a outras moedas determinado pela moeda convencional, mercado em sistema de câmbio flutuante influenciado ou não por políticas do banco central ou pelo banco central em sistema de câmbio fixo.

Moral da Nota: o banco central pode seguir as moedas digitais emitidas, sabendo quem tem e onde gasta o dinheiro, permitindo fazer política monetária atendendo a política fiscal e saber onde ocorre a despesa orçada. A questão em discussão é o que acontece se a moeda digital render juros, caso semelhante a ativo financeiro dando juros positivos competindo com o sistema financeiro na captação de recursos. Com juros negativos auxilia a política econômica na recessão porque incitaria se desfazer da moeda para consumo ou investimento, implicando em perda de valor da moeda afetando seus detentores, considerado imposto implícito como a inflação que reduz o valor do dinheiro no chamado “imposto inflacionário”. A moeda digital reduz custos e tempos de transação em benefício da economia doméstica e operações internacionais acarretando economia com vantagem estratégica expandindo uso no comércio, nas finanças e reservas de moeda estrangeira de empresas e bancos centrais, com a condição que o emissor desperte confiança e a moeda seja estável. A moeda digital além de reduzir custos de transação e financiamento, melhora alocação de fundos sociais promovendo inclusão financeira de setores atrasados permitindo seguir a rota do dinheiro emitido no combate a lavagem, evasão de divisas, tráfico de drogas, corrupção, etc. No entanto, pode ser instrumento de controle social, preocupante em governos não democráticos.


quarta-feira, 10 de março de 2021

Bancos e CBDC

Entrou no ar, de acordo com o banco central do Cambodja, a plataforma de pagamentos blockchain com sistema semelhante a moeda digital. O lançamento do Bakong insere cambojanos na plataforma de estado em realização de pagamentos móveis instantâneos com códigos QR e números de telefone, conectando carteiras digitais blockchain. O Bakong é hospedado pelo Banco Nacional do Cambodja no topo da blockchain Hyperledger Iroha, projetado pela empresa de tecnologia japonesa Soramitsu, não envolvendo dinheiro digitalmente nativo e com usuários executando pagamentos lastreados em dólares ou riel. 

Nesse vai e vem, a ConsenSys, empresa de software Ethereum, colabora com o parceiro digital Euro Banque de France em seu sexto projeto de moeda digital do banco central, CBDC. A startup blockchain em colaboração com Société Generale Forge, plataforma digital de mercado de capitais do grupo de serviços financeiros Societé Generale Group, experimenta um euro digital. A ConsenSys fornece tecnologia à experimentos conjuntos com emissão e gerenciamento de CBDC, interoperabilidade entre livros e entrega versus pagamento. A SG Forge se enolveu em 2019 na emissão de um título de 100 milhões de euros como token de segurança na blockchain Ethereum, sendo especializada em modelos de nível institucional à operações de token de segurança regulamentado e registradas na blockchain. Associada a Accenture, Euroclear, HSBC e outros, a SG Forge é parceira do Banque de France no desenvolvimento experimental com dinheiro digital do banco central, CBDC. O Banque de France, Societe Generale SFH e SG Forge emitiram obrigação simbólica de 40 milhões de euros, liquidada através de CBDC, como projeto piloto em 2020.

Moral da Nota: o Camboja enxerga o Bakong como passo crítico na modernização do sistema de pagamentos e desdolarização da economia, esperando que o sistema ajude prevenir a disseminação do COVID-19. A ConsenSys anunciou ter recebido contrato para liderar a segunda fase de implementação do Projeto Ithanon-Lionrock, CBDC, rede de pagamento transfronteiriça entre a Tailândia e Hong Kong. Também se envolveu no desenvolvimento de CBDC do Projeto Ubin do banco central de Cingapura e do Projeto Khokha do banco central da África do Sul.