segunda-feira, 8 de agosto de 2022

França e CBDC

O euro digital por atacado concluiu sua primeira fase de experimentação sendo que a segunda fase deverá ser iniciada, segundo informação do presidente do Banco da França,  com  quatro ou cinco novos experimentos. Os experimentos consistirão em testar protótipo de euro digital com agentes privados e outros bancos centrais, em preparação à aplicação do regime piloto em 2023, destacando a importância da interoperabilidade entre DLT e o sistema tradicional que complementará a infraestrutura tradicional em vez de substituí-la. Discursando no Fórum Financeiro Internacional Europlace em Paris,  resumiu  conquistas da UE em relação aos ativos criptográficos sob a presidência francesa, mencionando especificamente a Regulamentação de Transferência de Fundos, Travel Rule, e o MiCA, Mercados de Criptoativos. O Eurosistema estuda 'o âmbito e o desenho' da CBDC, moeda digital do banco central, em euros, principal razão ao euro digital de varejo mantendo papel da moeda do banco central na economia, mesmo “ameaçada pela revolução digital”. Falou em corretagem máxima no design, observando que corretores têm mais experiência que bancos centrais em relações com clientes e medidas de conhecimento do cliente/anti-lavagem de dinheiro, KYC/AML. A CBDC atacado será usada para transferências interbancárias e operações similares, não menos importante que a de varejo, citando casos de uso críticos de liquidação de títulos emitidos pela tecnologia DLT de contabilidade digital além de pagamentos internacionais e entre moedas. 

O recente programa de liquidações interbancárias em moeda digital do banco central ou CBDC, criado em 2020, teve a participação de grupo de instituições privadas lideradas pelo HSBC, além da IBM, indo à fase seguinte dos pagamentos transfronteiriços. O teste de liquidações interbancárias consistiu na emissão de título digital na blockchain e sua assinatura com contrato denominado em CBDC, sendo que a emissão, subscrição por partícipes e o pagamento envolvem a conversão à outras moedas. O benefício do experimento consiste na comunicação entre ambientes diversos com base em componentes previamente desenvolvidos, permitindo transferência de dados pertencentes ao voucher digital por meio de cadeias, acionando a liquidação e contabilização de valores, garantindo o controle que o Banco da França pode exercer no uso da moeda do banco central. A interoperabilidade entre plataformas é o elemento chave para maximizar os benefícios da tecnologia de contabilidade distribuída aplicada aos mercados financeiros,  realizando transferência de dados e ativos, troca de ativos através de diferentes blockchains, sendo a interoperabilidade, essencial para a existência de múltiplos ambientes ao funcionamento dos mercados.

Moral da Nota: o Banque de France projetou sua tecnologia de contabilidade digital chamada DL3S, à possível sistema futuro, desenvolvendo plataforma de formador de mercado automatizada com base em modelo financeiro descentralizado onde ocorreram liquidações multi-CBDC. Explora ainda CBDC de varejo destinada ao uso público como dinheiro digital, parte de trabalho mais amplo do Banco Central Europeu para desenvolver o euro digital.