sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Energia

A energia do hidrogênio é alternativa aos combustíveis fósseis que pode representar forma mais limpa de abastecimento energético, conhecendo que o combustível sempre impulsionou tecnologias humanas, desde fogões de lenha que nos permitem cozinhar aos combustíveis fósseis que alimentaram a revolução industrial e possibilitam a vida moderna, no entanto, a queima de combustíveis fósseis estão à luz de alterações climáticas. Cientistas creem que a energia do hidrogênio deverá ser o modo mais limpo e eficiente de abastecimento sendo o hidrogênio um gás natural abundante, em grego significa "formador de água" porque cria água quando queimado, limpo, é  produzido com baixas ou nulas emissões de carbono, o termo também se refere a produtos derivados incluindo combustíveis limpos. Ao lado de outras tecnologias como a energia renovável e biocombustíveis, tem potencial de descarbonizar indústrias incluindo os piores emissores de gases efeito estufa, conforme análise da McKinsey, poderá contribuir à mais de 20% das reduções anuais das emissões globais até 2050, contribuição potencial à alcançar zero líquido e, em maio de 2023, mais de mil projetos de hidrogênio em grande escala foram anunciados a nível mundial totalizando US$ 320 bilhões em investimentos diretos, na Europa, foram investidos US$ 117 bilhões em projetos de hidrogênio com a McKinsey esperando que desempenhe papel significativo no cumprimento da descarbonização. O hidrogênio desencadeia em paralelo, conceitos de Net zero referindo-se ao estado ideal onde a quantidade de emissões de gases efeito estufa liberadas na atmosfera é igual à quantidade removida e, para evitar aquecimento do planeta, as indústrias devem atingir emissões líquidas zero, sendo que a descarbonização, redução do carbono na atmosfera, pode ser alcançada através da mudança à fontes de energia que emitem menos carbono e da neutralização do carbono emitido com organizações e governos comprometendo-se descarbonizar, ou, fazer nos próximos anos, transição à emissões líquidas zero. A maior parte do hidrogênio colhido globalmente é derivado de combustíveis fósseis como carvão ou gás natural e, dentre os métodos tradicionais de colheita,  o vapor em que o gás natural é tratado na presença de catalisador como o níquel, produzindo gases efeito de estufa que, no futuro, terão que ser capturados ou compensados, conhecido como hidrogênio cinza, caso o carbono produzido pelo hidrogênio cinza seja capturado e armazenado, o resultado é denominado hidrogênio azul, no entanto, caso a produção de hidrogênio utilize energia totalmente limpa como solar ou eólica, denominamos hidrogênio verde, prevendo-se que os custos de produção verde diminuam 50% até 2030. Em 2050 o hidrogênio cinza, incluindo custos do carbono, será significativamente mais caro que o azul ou o verde. A indústria siderúrgica, responde por 8% das emissões anuais globais, representando oportunidade particular, com a McKinsey avaliando como participantes do setor siderúrgico europeu que poderia descarbonizar convertendo fábricas para funcionar com hidrogênio verde quando disponível em volumes e custos competitivos e, até 2030, a produção de aço à base de hidrogênio responderá por quase 20% das emissões evitadas através do hidrogênio, considerando que o transporte de longo curso enfrentará mudanças nos próximos anos, com reguladores a nível mundial reforçando padrões de emissões como na Europa por exemplo, a partir de 2030, exigindo redução das emissões de CO2 dos novos caminhões em 30% comparados aos níveis de 2019, nos EUA a meta de redução de emissões até 2027 é quase 50% inferior aos níveis de 2010, com 15 estados americanos com mandatos adicionais em vigor que exigem que 30% dos caminhões vendidos até 2030 tenham emissões zero. A questão, segundo a McKinsey, para compromisso neutralidade carbônica exige investimentos diretos adicionais em hidrogênio de US$ 460 bilhões até 2030, na produção de hidrogênio limpo com US$ 150 bilhões em investimentos até 2030, transmissão, distribuição e armazenamento, com desenvolvimento de infra-estruturas de reabastecimento à veículos ou construção de condutas para abastecer instalações industriais sendo a lacuna de investimento atualmente superior a US$ 165 bilhões e, por fim, aplicações de uso final atendendo procura projetada nas aplicações de utilização final do hidrogênio incluindo produção de aço e transporte com investimentos de US$ 145 bilhões.

Em Dubai, as nações concordaram “fazer transição” do carvão, petróleo e gás e, após 30 anos de reuniões da COP, o mundo compromete-se afastar-se dos impulsionadores das alterações climáticas baseados no carbono, com o Ministro das Alterações Climáticas aos meios de comunicação social esclarecendo que o acordo “envia sinal aos mercados, investidores e empresas que esta é a direção da viagem aos países do mundo”. O acordo é aspiração coletiva e não juridicamente vinculativo, mesmo assim, deve pôr fim ao conceito que a queima de carbono, na Austrália como noutros lugares, pode continuar a escala significativa para além de 2050, pois o carvão como combustível está em extinção há muito tempo e a melhoria da eficiência energética doméstica australiana reduziu o consumo de energia, mesmo com crescimento da economia e a maior parte ocorreu à custa do carvão, tendência que continua à medida que a produção de eletricidade avança às renováveis. O consumo de petróleo na Austrália, sob a forma de gasolina e gás importados, manteve-se estável ao longo da última década e sucessivos governos hesitaram na transição à veículos elétricos, mas se a Austrália quiser chegar perto do objetivo de emissões líquidas zero até 2050, deve enfrentar o setor dos transportes que em 2022 produziu 19% das emissões nacionais mais da metade proveniente de veículos de passageiros e comerciais ligeiros, aqui, o poder de lobby político da indústria automotiva, apoiada por fabricantes estrangeiros interessados em manter mercado no fornecimento remanescente de veículos movidos a gasolina.

Moral da Nota: emergiu em Dubai, um “roteiro agroalimentar global” que visa erradicar fome global, transformando sistemas agroalimentares de emissor líquido em sumidouro de carbono, reconhecendo que o gado é essencial à alimentação do mundo e desempenha papel nas funções ambientais, como manutenção do teor de carbono e fertilidade do solo, necessitando reduzir  impacto climático do setor e identificando 10 “domínios de ação” onde são necessárias medidas concretas. O relatório reconhece que a pecuária desempenha papel econômico crucial, contribuindo à subsistência de 1,7 bilhão de pessoas pobres, fonte de proteínas e micronutrientes de alta qualidade essenciais ao desenvolvimento normal e boa saúde, ao mesmo tempo, afirma que o setor responde diretamente por 26 % das emissões do sistema agroalimentar, cujo objetivo é que as emissões de metano do setor pecuário em 2030 sejam 25% inferiores aos níveis de 2020 e, até 2050, que a produtividade dos fatores pecuários cresça 1,7% ao ano a nível mundial. Por fim, aconselha, melhor produtividade do gado através de melhor genética, Intensificar produção pecuária em locais relevantes e melhorar práticas alimentares, proteger a saúde animal através de melhores serviços veterinários e vigilância de doenças, mudar a indústria de rações e promover fontes de proteínas à rações, restaurar pastagens degradadas e melhorar práticas de manejo de pastoreio, alterar população pecuária para atender necessidades nutricionais, oportunidades e restrições ambientais, mudar em direção a regimes de produção integrados como um regime de produção pecuária floresta integrad, melhorar adoção de certificação e rotulagem, alterar políticas públicas da pecuária realinhadas com objetivos anteriores e, conclui esclarecendo que, há “necessidade de agir e mudar a narrativa”, “sem ações imediatas é improvável que o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC acima do nível pré-industrial possa ser alcançado”.