sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Descarbonização

Estudo publicado na Energy Police de Mark Golden, Universidade Stanford, descreve etapas à Califórnia atingir emissões líquidas zero com roteiro de mandato,inserido na lei de 2022 que determina emissões líquidas zero de gases efeito estufa até 2045 e emissões negativas nos anos subsequentes. Para isso o estado deverá agir de forma rápida e completa, segundo o estudo, e o sucesso exigirá tecnologias à setores difíceis de descarbonizar, precisará descarbonizar não apenas carros e eletricidade, mas caminhões, trens, aviões, agricultura e fábricas, ao mesmo tempo que reduz poluição das refinarias de petróleo. A pesquisa desenvolveu modelo que projeta emissões, custos econômicos à sociedade e consumo de recursos energéticos em cenários que permita o estado alcançar emissões líquidas zero até 2045, utiliza dados de agências federais, laboratórios nacionais, agências estaduais, estudos anteriores e fontes públicas online, prevê que 170 gigawatts de geração e 54 gigawatts de armazenamento serão necessários até 2045, em comparação a capacidade atual de geração estadual de 80 GW, à medida que transporte, construção civil e indústria transitam de combustíveis fósseis à fontes de eletricidade de baixo carbono, sendo que a expansão da eletricidade será necessária apesar dos ganhos esperados em eficiência energética em tecnologias. Daí, tecnologias comercialmente disponíveis podem reduzir emissões do estado pela metade e as comprovadas em escala piloto que precisam de desenvolvimento comercial e custos mais baixos podem cobrir outros 25%,sendo que o último trimestre dependerá de invenções em desenvolvimento em laboratórios, com a autora sênior do estudo, Sally Benson, professora de ciência e engenharia da energia na Faculdade de Sustentabilidade Stanford Doerr,estrategista-chefe à transição energética no Escritório de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca de 2021 a 2023, nos avisando que, "a chave do sucesso será construir rede elétrica livre de emissões usando combinação de energia solar, eólica, baterias e fontes de energia limpa e estável, como gás natural, captura e armazenamento de carbono ou energia nuclear". Financiada por associações industriais e sindicatos impactados pela mudança do estado à emissões líquidas zero, a pesquisa examina implicações políticas e econômicas ao estado com Benson acrescentando que, "precisaremos construir a infraestrutura em ritmo sem precedentes para colocar tecnologias comprovadas em funcionamento na escala que precisamos", considerando que tecnologias já em uso comercial poderiam reduzir emissões da Califórnia pela metade incluindo geração de eletricidade renovável, baterias para armazenar energia, veículos elétricos de passageiros, bombas de calor e máquinas que produzem metano a partir de águas residuais, esterco e resíduos de alimentos e plantas, no entanto, barreiras administrativas e logísticas podem impedir implantação das tecnologias na velocidade e escala necessárias. O estado enfrenta filas longas para conectar fontes de geração de energia renovável e armazenamento de energia em escala de rede à rede, com Portarias locais frequentemente bloqueiando licenças à novas usinas de energia, além de término antecipado dos créditos fiscais federais à veículos elétricos e energia solar residencial, contestações federais à proibição da venda de carros movidos a gasolina pela Califórnia em 10 anos, altos custos de financiamento e interrupções na cadeia de suprimentos. Joshua Neutel, doutorando em engenharia civil e ambiental, um departamento conjunto da Escola de Engenharia de Stanford e Escola de Sustentabilidade Doerr, autor do estudo, informa que, "a Califórnia pode construir infraestrutura necessária para cumprir o mandato de 2045, mas precisa implementar políticas para superar barreiras regulatórias e logísticas" em que medidas prontamente disponíveis economizam dinheiro para serem implementadas, após considerar incentivos estaduais e federais, muitos dos quais previstos para terminar nos próximos meses. Os autores estimam que veículos elétricos de passageiros, energia solar e eólica, redução da produção de petróleo e substituição de gás fóssil por metano produzido por digestão anaeróbica, eliminariam 44% das emissões de gases efeito estufa do estado com base nas emissões estimadas para 2045 se o estado continuasse operando normalmente.

Considerando tal ecossistema,o chefe de meio ambiente do bloco europeu, informa a UE propõe novo atraso de um ano nas regras antidesmatamento, contestada por empresas e parceiros comerciais, já que o projeto de lei, que proíbe importação de produtos que impulsionam  desmatamento deve entrar em vigor no final de 2025, após sua entrada em vigor ter sido adiada em 12 meses pela primeira vez em 2024 mas a comissária do Meio Ambiente da UE, Jessika Roswall, avalia que o sistema de apoio não estava pronto e que era necessário mais tempo à colocá-lo em funcionamento sem problemas, concluindo que há "preocupações com o sistema de TI". A Comissão Europeia busca outro adiamento de um ano, segundo ela, com temores de interrupções às empresas europeias, sendo que o anúncio ocorre depois da comissão fechar  acordo de livre comércio com a Indonésia, crítica proeminente da lei, embora tenha dito a repórteres que os desenvolvimentos "não estavam relacionados", no entanto, a lei de desmatamento foi saudada por grupos ambientalistas como avanço na luta para proteger a natureza e combater mudanças climáticas. Proíbe produtos, desde café a cacau, soja, madeira, óleo de palma, gado, papel para impressão e borracha se produzidos em terras desmatadas pós dezembro de 2020, sendo que as empresas que importam tais mercadorias aos 27 países da UE serão responsáveis ​​por rastrear as cadeias de suprimentos para provar que os produtos não são originários de zonas desmatadas com base em dados de geolocalização e satélite, no entanto, a proibição enfrenta oposição de parceiros comerciais e capitais da UE, em meio a preocupações com burocracia, custos e falta de clareza sobre a lei, em suma,a pressão por adiamento ocorre em momento que Bruxelas tem cada vez mais mudado o foco do clima à impulsionar  defesa, comércio e indústria.

Moral da Nota: lançada na Suécia em 2010, agora, iniciativa abrangendo quase 40 países, incluindo a Índia, a Semana de Ação Verde é campanha popular para promover consumo sustentável e economia circular, este ano sob o tema "Comunidade de Compartilhamento", incentiva culturas de compartilhamento e colaboração garantindo acesso justo a bens e serviços e reduzindo impacto ecológico, particularmente este ano relevante no contexto do tratado global sobre plásticos onde o consenso sobre a redução da produção e do desperdício estagnou. A Índia lançou formalmente em 2021 sua Missão Economia Circular, embora esteja incorporada em práticas culturais, com o fórum de Jaipur de março de 2025 sobre Reduzir, Reutilizar, Reciclar, 3R, reforçou a agenda enquanto Primeiro-Ministro apelou por abordagem Pró-Planeta, P-3, buscando equilibrar metas ambientais com bem-estar, no entanto,ambições políticas enfrentam aritmética assustadora em que o consumo de materiais está projetado em 14,2 bilhões de toneladas até 2030 inserindo extração de recursos atingindo 251% acima da média global e, apenas 20% dos resíduos reciclados, comparados aos 70% da Europa. A Índia foca tornar-se a 3ª maior economia do mundo até 2028 aspirando ser economia de US$ 10 trilhões até 2030 sob o programa Make in India ou o 2º maior polo de manufatura móvel do mundo aumentando o lixo eletrônico 73% entre 2019-20 e 2023-24, atingindo 1,75 milhão de toneladas métricas, tornando-se o 3º maior produtor de lixo eletrônico global em que os ciclos curtos de produtos e moda rápida intensificam o desafio. O modelo circular oferece recompensas ecológicas e econômicas reduzindo desperdício e emissões, conservando biodiversidade, cortando pegadas de carbono, com o país gerando valor anual estimado de US$ 218 bilhões até 2030, aumentando à US$ 624 bilhões até 2050 enquanto cria 18 milhões de empregos, sendo que iniciativas como a estrutura Right to Repair, padronização de portas de carregamento e programas em nível de cidade como C-3 e CITIIS 2.0 ilustram passos em direção à mudança sistêmica. Por fim, a economia circular é mais que reciclagem, é redesenho da produção e consumo através da estrutura R, Recusar, Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reparar, Reformar, Remanufaturar, Reutilizar, Reciclar, Recuperar, sendo que a iniciativa Right to Repair indiana desafia fabricantes que restringem opções de reparo enquanto players globais como IKEA, Adidas e Philips adotam programas de devolução e reforma, enquanto a UE foi além com Plano de Ação à Economia Circular em que a Índia deve se proteger contra o greenwashing e impor responsabilização para garantir que tais medidas gerem mudanças reais.