quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A lista

Enquanto negociadores da COP 27 discutem se poluidores ricos devem convergir às nações vulneráveis ​​e pagar por eventos climáticos extremos, governos europeus oferecem fundos para "perdas e danos". Um começo ainda modesto nem perto dos bilhões de dólares que especialistas preveem necessários a cada ano até 2030 para mitigarem comunidades, reparação e reconstrução, quando ocorrerem desastres, no entanto, as medidas quebram décadas de recusa das nações ricas oferecerem tais reparações ou discutir responsabilidade histórica nas mudanças climáticas através de passivos.

A lista tem a Escócia, nação do Reino Unido,  primeira oferecer reparação  à perdas e danos na cúpula climática 2021, com promessa simbólica de 2 milhões de libras como meio de incentivar outros seguirem o exemplo, no entanto, países vulneráveis ​​dizem que compromissos pontuais não substituem fundo para fornecer apoio contínuo, agora, a primeiro-ministro Nicola Sturgeon prometeu mais 5 milhões de libras, elevando o total para £ 7 milhões. A Dinamarca comparece com 100 milhões de coroas focada em áreas frágeis, incluindo a região do Sahel, no noroeste da África. O chanceler alemão informa que a Alemanha forneceria 170 milhões de euros na iniciativa de "Escudo Global" lançada pelo Grupo dos Sete países ricos e ministros das Finanças do Fórum Vulnerável Climático de 58 países em desenvolvimento, linha de frente dos impactos climáticos em iniciativa de  fortalecimento à financiamento de seguros e proteção contra desastres. Não ficou especificado o que o financiamento alemão cobriria ou em que período seria fornecido, esperando-se que os países lancem formalmente o "Escudo Global" na cúpula atual. A Áustria fornecerá 50 milhões de euros para perdas e danos nos próximos quatro anos, fundos, que apoiariam a "Rede de Santiago",  esquema da ONU que fornece suporte técnico a países que enfrentam danos causados ​​por desastres naturais decorrente o clima, além de programa que fornece sistemas de alerta antecipado à países propensos a climas extremos. O primeiro-ministro irlandês compromete 10 milhões de euros à iniciativa "Global Shield" para 2023 e a Bélgica prometeu 2,5 milhões de euros como parte de um pacote de 25 milhões de apoio relacionado ao clima de Moçambique de 2023 a 2028, explicando que o financiamento se concentra na prevenção e limitação de perdas e danos, por exemplo, mapeando áreas vulneráveis ​​a tempestades e implementando sistemas de alerta precoce. Países vulneráveis ​​dizem que o financiamento não conta como dinheiro de "perdas e danos", dizendo que deve compensar países pelos custos inevitáveis ​​de desastres ao passo que países ricos já fornecem fundos para ajudar na adaptação das mudanças climáticas, preparando-se à impactos climáticos piores, embora esse financiamento tenha ficado aquém  do prometido. Em 2020, os países ricos forneceram US$ 83,3 bilhões em financiamento climático, um terço dos quais para adaptação.

Moral da Nota: o secretário-geral da ONU, pediu um "pacto de solidariedade climática" entre ricos e pobres para limitar gravidade do aquecimento global. A COP 27 visa construir o acordo climático de Glasgow criado na cúpula de 2021 e Acordo de Paris de 2015,  enfrentando séria realidade. COP significa "Conferência das Partes" ou países que assinaram acordos climáticos anteriores da ONU, neste ano, as negociações giram em torno de  mitigação, adaptação, finanças e colaboração. Estudos mostram que o aquecimento acima de 1,5°C teria consequências devastadoras, com o potencial do desaparecimento de recifes de corais de água quente no mundo. Relatórios publicados que antecederam a COP 27 mostram que o mundo está a caminho de aquecer entre 2,6 e 2,8°C, 5,04°F, até o final do século, na ausência de novos cortes de emissões. Países em desenvolvimento pedem mais atenção e financiamento à medidas que possam ajudar a lidar com efeitos das mudanças climáticas, já presentes, como a criação de sistemas de alerta ao agravamento de eventos extremos. A cúpula discute sobre financiamento para cobrir custos dos danos causados ​​pelas mudanças climáticas que ocorrem em países em desenvolvimento, como inundações no Paquistão, por exemplo. O mecanismo de "perdas e danos" compensa  nações vulneráveis, mais atingidas pelas mudanças climáticas, que menos contribuíram para causar o desastre. Nações do G20 respondem ​​por maioria de impactos ao aquecimento enquanto países em desenvolvimento sinalizam pressionar por "mecanismo" de financiamento para perdas e danos, por vezes chamado de "reparações climáticas",  em debate nas negociações desde os anos 1990. Muitas nações industrializadas planejam apoiar a discussão de perdas e danos, no entanto,  receiam se comprometer com mecanismo específico para pagar o desastre com a promessa de 2009 de US$ 100 bilhões/ano à auxilio climático dos países em desenvolvimento que não se concretizou totalmente. John Kerry,  enviado climático dos EUA,  não se compromete com mecanismo de financiamento específico na COP 27, mas, com diálogo contínuo até 2023 e possivelmente 2024. Dois relatórios da ONU estabelecem cenário preocupante à cúpula, com o  primeiro alertando que o mundo se aproxima até 2,8°C, 5,04°F, de aquecimento acima dos níveis pré-industriais até 2100, salvo novas medidas importantes e o segundo relatório descobriu que, apesar dos apelos na COP 26 aos países adotarem planos de emissões mais rigorosos, apenas 24 o fizeram, por fim, novo relatório descobriu que os últimos 8 anos foram os mais quentes já registrados.