Alex Ellis, alto comissário britânico, avalia que a Índia passará por transição energética nos próximos 25 anos e necessitará do financiamento climático de US$ 5 trilhões/ano.O comissário britânico defende que o país deve ser grande destinatário dos fundos climáticos, pois lidera luta contra mudanças climáticas constatando ameaça ao mundo e a Índia uma das mais afetadas. A Índia defende que as nações desenvolvidas precisam garantir que países em desenvolvimento obtenham fundos para combater a ameaça do efeito estufa. O financiamento climático precisa aumentar acentuadamente para US$ 5 trilhões/ano até 2030 e financiar medidas de combate às mudanças climáticas, do transporte à agricultura e eletricidade, o progresso está atrasado na redução das emissões de aquecimento do planeta no ritmo necessário para limitar o aquecimento global a 1,5 º C e evitar seus piores efeitos.
O Centro Geomar Helmholtz de Pesquisa Oceânica em Kiel, informa que a Europa perdeu um terço de suas áreas de ervas marinhas entre 1860 e 2016, com a região do Báltico contendo quase 300 kms² armazenando de 3 a 12 megatons de carbono. Cientistas alemães trabalham modos de restaurar os campos de ervas marinhas no Mar Báltico, sumidouros naturais, encolhendo consequente a queda na qualidade da água, aquecimento global e doenças. As ervas marinhas armazenam carbono "por séculos a milênios", “aspecto a se pensar em conservar esses sistemas, garantindo que o CO2 não seja reemitido e aumente mais as emissões”. No fiorde de Kiel, na Alemanha, cientistas plantaram um campo de teste usando sementes e transplantes de broto único de um prado natural próximo, explorando quais métodos de cultivo podem ser mais promissores para restaurar os campos de ervas marinhas, além de testar como as plantas podem lidar com o calor, expondo-as a ondas de calor ao longo de gerações para tentar torná-las mais resistentes. Mesmo que a Alemanha restaurasse as áreas que perderam ervas marinhas, só absorveriam até 100 toneladas de CO2 anualmente, uma porcentagem pequena da meta alemã em reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de 50% até 2030, comparada aos níveis de 1990, sendo que o governo pretende tornar o país neutro em carbono até 2045.
Moral da Nota: após o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC, prever que eventos climáticos extremos se tornarão frequentes e mais intensos, o mundo enfrenta as consequências.Australianos voltaram avaliar danos causados pelas inundações, mesmo com avisos de evacuação por risco de novos eventos, sendo que alertas continuam em vigor. Seca prolongada da África Central seguida por estação chuvosa pesada em mais de 30 anos, chuvas intensas, degradação do solo e planejamento urbano deficiente levam a desastres de inundação frequentes na região. A Tailândia emitiu alertas de inundação às oito províncias do sul sendo que quase 40% das províncias inundadas por chuvas fortes e tempestades tropicais causaram inundações em 59 das 77 províncias afetando 450 mil casas. Nas Filipinas a tempestade tropical se intensificou em tufão evacuando quase mil pessoas de acordo com a agência de monitoramento de desastres e, ventos de 120 kms/hora podem se intensificar enquanto se movem em direção ao Mar do Sul da China. Resquícios da tempestade tropical Karl se dissiparam ao longo da costa sul do Golfo do México, com a Comissão Nacional de Águas alertando que “a previsão de chuvas pode causar deslizamentos de terra, aumento dos níveis de rios, córregos e inundações em áreas baixas”. Por fim, relatório do Instituto de Pesquisa em Políticas de Saúde (IEPS), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e a Human Rights Watch, informa que queimadas associadas a desmatamento na Amazônia levaram a 2.195 internações para tratamento de doenças respiratórias em 2019, com 49% envolvendo pessoas com 60 anos ou mais e 21% envolvendo bebês até um ano de idade. A poluição por fumaça de incêndios florestais na Amazônia, somada à fuligem no ar das grandes cidades, responderam por transformar o dia em noite em São Paulo em 19 de agosto de 2019, apesar da distância de 2.700 km até Manaus. Pesquisadores em artigo da Global Ecology and Biogeography mostraram que o Brasil respondeu em média por 73% das detecções anuais de incêndios ativos na Amazônia entre 2003 e 2020, seguido por Bolívia com 14,5% e Peru com 5,3%.