A startup brasileira que transforma lixo em energia, Zeg Ambiental, mitigará o problema sanitário e de energia na Somália, terceiro país mais pobre do mundo, segundo dados do FMI de 2021. A USAID, U.S Agency for International Development, organização que busca soluções aos problemas da África, atualmente, empreitando a crise sanitária e energética da Somália através de projeto que cumpre com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. A USAID tem mandato técnico para selecionar e implementar tecnologias em lixões na África, cujo projeto-piloto será replicado em nações africanas por duas parcerias, a primeira, com o GEEL, Growth, Enterprise, Employment and Livelihoods, projeto na Somália desde 2015 com US$ 74 milhões na promoção do crescimento inclusivo e a outra com a Zeg Ambiental, que enfrenta a questão do lixo via reciclagem utilizando resíduos para produzir energia, resultado de carta convite de 2020 pela USAID, à estudo de viabilidade técnica e econômica criando estratégia com soluções para eliminar os lixões na região.
Um ex-engenheiro da Agência Espacial Francesa e o CEO da Zeg Ambiental, desenvolveram o reator tropicalizado, FlashBox, já que países africanos tem comunidades com população abaixo de 100 mil habitantes, isoladas, e de infraestrutura precária. O FlashBox, visa atender demandas do Brasil, compatível com necessidades das comunidades africanas, tratando-se de reator de piro-gaseificação com núcleo aquecido à temperatura ultrapassando 1000 ºC, de lava vulcânica, transformando o conteúdo de carbono do resíduo nele inserido, em gás,rapidamente transferido à matriz de energia e transformado em gás combustível, o syngas. Todo resíduo com carbono volátil será convertido em energia em process imitando a natureza, transformando matéria orgânica em óleo e gás ao longo do tempo via temperatura e pressão. Reator 100% integrado no Brasil, de fácil transporte e manuseio, disposto em containers com medida padrão de 40 pés,“plug and play”, flexíveis, automatizados e cuja instalação não demanda mais que dez dias. A planta será operada do Brasil, mecanismo parte da revolução 4.0 decorrente automação, com 100% da mão de obra feminina conforme acordos com a NAGAAD, associação que cuida de mulheres vulneráveis, e a Women in Energy Association, formada por 20 mulheres engenheiras que não conseguem trabalho pela rejeição na sociedade em ocupar cargos na engenharia. O trabalho será em cooperativas de reciclagem, na área administrativa do projeto e na parte técnica da implementação dos FlashBox e da planta de energia.
Moral da Nota: lixões à céu aberto contaminam solo, ar, lençóis freáticos se tornando locais onde humanos buscam alimento e problema quando incendiados. Tais “montanhas de lixo” se auto incendeiam por reações químicas aliadas ao clima seco, emitindo gases tóxicos, poluindo o ar mundo afora. O lixão de Burão, cidade ao norte da Somália, “no meio de uma fumaça de gases tóxicos e metais pesados", é projeto-piloto de R$ 130 milhões financiados pela Omnea Inc. em parceria com o Hands of Africa, que será replicado em mais de 100 lixões em outros países da África, com investimento de R$ 12 bilhões. O lixão de Burao reciclará plástico, utilizando matéria orgânica para gerar energia mais barata, sustentável e limpa, substituindo combustível fóssil por renovável. O estudo técnico será patrocinado pela USAID e o financiamento em fase final de capitação contará com fundos de investimento de caráter humanitário e de capital prospetado com o IFC, International Finance Corporation, e pelo Banco de Desenvolvimento da África.