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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Imposto de Carbono

Análise de impacto do Gabinete Federal de Planejamento da Bélgica, indica que a UE deverá introduzir em 2027 o imposto de carbono ETS2 que deverá custar às famílias belgas entre 250 e 400 euros/ano se não mudarem o rumo das coisas, quer dizer, 2ª fase do sistema europeu de comércio de emissões resultando em preços mais elevados aos combustíveis fósseis, com o Gabinete de Planejamento, ao estimar pós implementação custo das licenças de emissão em 60 euros/tonelada de CO₂ , caso sejam integralmente repassados, as famílias belgas por exemplo, enfrentarão custo anual adicional. O imposto será aplicado às emissões de edifícios, transporte rodoviário e outros setores e, conforme o Gabinete de Planejamento, o aquecimento das casas encarecerá com o preço do óleo de aquecimento aumentando em 21 % e o gás natural em 16 %, daí, preços da gasolina e diesel na bomba aumentariam em 10 e 11 %, respectivamente, surgindo a questão das famílias de baixa renda que usam óleo de aquecimento para aquecer suas casas, pessoas solteiras e famílias monoparentais as que correm maior risco de aumento mais acentuado nas despesas como porcentagem da renda, quer dizer, ao grupo de menor renda o orçamento de energia aumentaria em 1,3 % enquanto ao grupo de maior renda aumentaria  0,5 %, considerando que  os valores absolutos ao último grupo são maiores. O estudo decorre do Plano Climático Social à Flandres que inclui transferência de impostos de 362 milhões de euros da eletricidade à gás natural e óleo de aquecimento a partir de 2028 em esforço para reduzir custos de eletricidade e acelerar a transição verde da região sendo que impacto dessa mudança ainda não foi levado em consideração, nem quaisquer investimentos sustentáveis ​​ou mudanças no comportamento das famílias. A medida, parte do Plano de Energia e Clima atualizado da Bélgica, incentiva moradores adotar carros elétricos e bombas de calor reduzindo emissões de gases de efeito estufa, já que  o plano inclui apoio mais amplo às famílias, empresas e setores como agricultura, mobilidade e indústria buscando permitir que a Bélgica cumpra metas climáticas para 2030, parte do Plano Flamengo de Energia e Clima, VEKP de reduzir emissões em 40% até 2030 comparado a 2005, atualmente, as emissões caíram 33% e, para se alinhar às metas da UE, esse valor deveria ser idealmente de -47%. Chamando atenção o fato que na agricultura, segundo o ministro da pasta, 500 mil toneladas de CO₂ serão absorvidas por outros setores em pacote de medidas obrigatórias desenvolvido em cooperação com a indústria e, quanto a mobilidade, a ministra da pasta disse que o plano se concentra em "opções inteligentes, realistas e acessíveis" para tornar o transporte mais sustentável, preservando o papel da Bélgica como polo logístico incluindo novo Plano Diretor à Bicicletas, verificação uniforme da bateria à carros elétricos usados sendo que a taxa por km à caminhões será ajustada às regras da UE e o apoio às microempresas permitirá entrada de 500 caminhões com emissão zero adicionais até 2030. Por fim, a indústria terá acesso expandido a varreduras ecológicas e medidas de apoio ecológico revisadas com destaque ao empréstimo ecoboost de até 150 mil euros para trabalhadores autônomos e PMEs inseridos no "Climate Leap", projeto piloto que financia investimentos verdes mais eficazes por meio de licitações competitivas.

Estudo de caso da Índia utiliza princípios da economia circular para combater insegurança hídrica, com Vishwanath Srikantaiah, especialista em conservação de água e planejador urbano, esclarecendo iniciativas implementadas para melhorar a segurança hídrica em Bangalore, 3ª cidade mais populosa da Índia, sendo que muitas dessas iniciativas podem ser mapeadas intencionalmente ou não aos princípios da economia circular, considerando como sistema econômico projetado para ser sustentável mantendo materiais e produtos em uso pelo maior tempo possível, eliminando assim, desperdício e reduzindo poluição. Ao contrário da economia linear tradicional que segue o padrão "extrair, produzir, descartar",  recursos extraídos e transformados em produtos eventualmente são descartados como resíduos na economia circular que visa criar sistema de ciclo fechado, nela, os recursos fluem continuamente através da reutilização, reparo, reforma e reciclagem, daí, fluxos de água formam um processo circular, conhecido como ciclo hidrológico e, à medida que as temperaturas aumentam, a água evapora da superfície e oceanos formando vapor d'água em processo chamado transpiração, liberado da folhagem de plantas e árvores e, à medida que sobe à temperaturas mais baixas e seu volume aumenta formam nuvens e, eventualmente, precipitação na forma de chuva, neve ou granizo que cai nos oceanos e na terra repondo níveis de água superficiais e do solo. A precipitação que não recarrega águas subterrâneas que é armazenada no solo chamada de água verde, indisponível à uso, enquanto a água azul se refere as águas superficiais e subterrâneas armazenadas em rios, lagos, aquíferos e represas que podem ser extraídas ao consumo humano, vale dizer ainda que, plantas e árvores contribuem ao ciclo absorvendo umidade do solo através das raízes liberando vapor d'água através das folhas, no entanto, as raízes e folhagens desempenham papel crucial no ciclo hidrológico retendo umidade do solo e reduzindo taxas de escoamento nas chuvas. Atividades humanas e mudanças climáticas interromperam  o ciclo da água levando à superação do limite planetário à água doce, enquanto a urbanização transformou paisagens substituindo superfícies naturais permeáveis ​​por concreto, mudança que causou declínio nos níveis das águas subterrâneas diminuindo abastecimento disponível à populações urbanas além de poluentes transportados pelo escoamento e depositados em ecossistemas aquáticos. Bangalore com  população de mais de 14 milhões de habitantes enfrenta grave crise hídrica com esforços de conservação de água nas comunidades para tornar a cidade mais resiliente, como por exemplo a obrigatoriedade de torneiras com arejamento, ou, "sistema de eficiência hídrica", já que permitem reduzir o fluxo de água de 12/18 litros/min à 3/6 litros/min, economizando mais de 50% de água em pias de cozinha e lavatórios sem comprometer funcionalidade. A água drenada pós o uso representa  desperdício de recurso escasso, daí, tratamento químico permitindo reutilização para fins não potáveis reduzindo necessidade geral, em Bengaluru, o tratamento de água por meio de Estações de Tratamento de Esgoto, ETEs, é obrigatório em apartamentos, já que nas unidades industriais necessitam de grandes quantidades de água diariamente, daí, os apartamentos estão autorizados vender o excesso de água tratada às indústrias e abastecer rios, lagos, córregos e áreas úmidas com águas residuais tratadas contribuindo ao aumento dos níveis, recarregando assim águas subterrâneas, valendo dizer que, a água tratada também é fornecida a agricultores nos arredores da cidade contribuindo à segurança hídrica e, por sua vez, segurança alimentar de Bengaluru. 

Moral da Nota:  estudo do Banco Mundial discute meios do Brasil reduzir emissões de gases efeito estufa em  59% até 2030, além de busca pela conquista de equilíbrio fiscal defendendo o fim dos subsídios à combustíveis fósseis destacando o mercado de carbono, ao dizer que, podemos ser exemplo em agenda de benefícios fiscais e ambientais na busca por reorganizar benefícios e fortalecer meios para economia verde, segundo o relatório Dois por Um: Políticas para Atingir Sustentabilidade Fiscal e Ambiental, o país tem potencial para se tornar líder no mercado de carbono contribuindo à redução das emissões de gases efeito estufa. O economista Cornelius Fleischhaker, líder do estudo, diz que “o mercado vai demorar tempo, mas no longo prazo pode ter impacto”,  sendo que o documento relata ainda que remover subsídios aos combustíveis fósseis cujo conceito  é fazer com que os preços reflitam o custo além de utilizar mecanismos compensatórios para proteger os mais vulneráveis, enquanto a economista Monica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, esclarece que devemos “reorganizar os benefícios de tal modo que sirvam as pessoas, ao país e as diferentes agendas, fiscal e ambiental, da melhor forma possível”, por fim, o relatório fala em tributação de atividades prejudiciais ao ambiente de modo incentivar mudanças comportamentais e gerar benefícios fiscais e ambientais, concluindo que, prevê análise de benefícios de aposentadorias, reforma do imposto de renda de pessoas físicas, uso mais eficiente da terra e mais equilíbrio fiscal.

domingo, 21 de novembro de 2021

Economia de transição

O Fórum Econômico Mundial informa que são reciclados 14-18% das 400 milhões de toneladas de plásticos fabricadas anualmente e que a fabricação de novos plásticos a partir de reciclados é processo que requer conhecimento da composição química específica do material reciclado, neste ambiente, emerge o consórcio blockchain entre IBM Japão, Mitsui Chemicals e Nomura Research Institute para reciclagem de plástico. A parceria entre IBM e Mitsui existe para resolver a questão da composição química, construindo plataforma blockchain para rastrear materiais, com o Nomura Research Institute se associando para acelerar e expandir a operação. O consórcio promove métodos de reciclagem com base na rastreabilidade, ao lado de sistema de incentivo ao público e empresas que contribuam nos esforços de reciclagem. A IBM Japão e a Mitsubishi através da blockchain rastrearão e capturarão CO2, cuja produção contribui no aquecimento global, sendo que a Mitsubishi se encarregará da infraestrutura física à captura enquanto a IBM cuidará da infraestrutura digital do projeto.

Ainda no foco da sustentabilidade, a Tesla, fabricante de carros elétricos, usa  blockchain para rastrear cobalto e níquel em projeto piloto de sua cadeia de suprimentos. A Glencore, empresa anglo-suíça de comercialização de commodities e mineração, revela que a Tesla colabora no rastreamento blockchain "da mina ao veículo elétrico", com pilotos na RDC e Europa além de planos para começar mais pilotos na Ásia e EUA. O piloto final em toda a cadeia de suprimentos da Tesla  tem previsão no quarto trimestre deste ano, com a solução final da indústria prevista para 2022 e, após a conclusão, o sistema permitirá que os usuários rastreiem cobalto da mina a bateria com garantia de compreensão do volume de material rastreável e dos esforços de sustentabilidade dos fornecedores. A Tesla colabora com a BHP em programa piloto blockchain rastreando níquel, declarando que, “durante período de três meses, rastreamos embarques de níquel das operações de Nickel West da BHP na Austrália Ocidental através das várias fases de transformação até a produção de veículos na Gigafactory Shanghai".

Moral da Nota: a blockchain permite escalabilidade da tecnologia e rastreamento de CO2 validando pegada ambiental aos veículos da Tesla, permite que a cadeia de suprimentos ajuste estratégias de longo prazo nas emissões de gases estufa. A tecnologia Blockchain encontra uso nas cadeias de abastecimento pela criação de registro imutável compartilhado instantaneamente, com dados que podem facilitar  aumento da colaboração entre entidades distintas incluindo o funcionário em campo, o de escritório ou supervisor, o regulador e outros participantes. A solução não garante precisão dos dados inseridos, necessita de supervisão manual e controle de qualidade evitando adulteração dos dados no sistema e permitindo compartilhamento com o usuário final. A blockchain, base do bitcoin, BTC, e outras criptomoedas, cada vez mais é adotada por empresas para rastreabilidade de CO2 com a Daimler AG da Mercedes Benz conduzindo piloto para rastreamento de emissões de CO2 na cadeia de fornecimento de cobalto e o National Australian Bank unindo forças com multinacionais para lançar o mercado de compensação de carbono movido pela blockchain Ethereum. Por fim, a IBM conduziu em maio de 2021 prova de conceito para sua solução de rastreamento em blockchain de CO2.


sábado, 30 de outubro de 2021

Economia circular

Plataformas que produzem dinheiro e preservam o ambiente se inserem na economia circular como o brechó online TROC, refletindo sobre a vida útil das peças que não precisam necessariamente serem descartadas depois de usadas. Neste contexto emerge em 2012 o Enjoei, marketplace buscando unir vendedores e compradores de peças usadas quebrando conceito daquilo que é novo, alavancando moda sustentável e economia circular. Dados do thredUP’s Annual Resale Report, avisam que em 2012 ativos ESG, meio ambiente, social e governança, representavam 11% do mercado financeiro mundial e para 2025, a meta é alcançar 50% com consumidores comprando mais no pós pandemia com aquisição online de produtos de segunda mão crescendo 69% entre 2019 e 2021, enquanto o varejo encolhe 15%. O Roupartilhar popularizou no consumo consciente arrecadando R$ 215 mil em leilões de grupos WhatsApp para doar roupas e leiloar com a participação de 50 mulheres com contato no mundo da moda, sendo que o primeiro evento online durou três dias arrecadando R$ 30 mil, dinheiro doado ao Hospital São Paulo e regiões de Paraisópolis e Maré.

A Repassa, startup inserida na economia circular, explica que “indústria têxtil responde por 20% da poluição da água, 5,2% dos resíduos em aterros sanitários e 10% da emissão global de CO2 e, para que usemos, em média, sete vezes cada peça que compramos”, daí, "temos que multiplicar o uso médio das roupas.” Em 2016, um ano pós lançamento, a empresa focou na moda padronizando o sistema com curadoria dos itens doados, higienização, fotos e cadastro no site com “60% do valor da venda ao dono da peça e, divididos com 25 ONGs, sendo que “cresceu 130% de 2019 para 2020. A Roupartilhar utiliza o leilão como meio de gamificar a experiência de compra, influenciando pessoas de modo positivo e com a empresa "prezando por curadoria especial à peças de procedência, bom estado e autenticidade, com fotos, contato com clientes, entregas e ambiente de desejo ao redor da moda de segunda mão”. A plataforma só aceita doações de peças de pessoas conhecidas, no entanto, busca abrir ao público em geral auxiliando “mais de 21 instituições que utilizam moda como instrumento de transformação social a partir de uma roupa”. A TROC se insere na “indústria da moda, segunda mais poluente, com "pessoas dispostas a vender peças usadas no modelo ‘sell for you’ com fotos e modelo prático para vendedores e compradores, além do selo TROC que quebra o estigma de que roupa de brechó é ruim”. A Enjoei, pioneira, funciona como marketplace em que pessoas podem se cadastrar na plataforma e vender suas peças e, de 2019 a 2020, os compradores ativos foram de 394 para 790. O Cansei, Vendi é brechó de luxo apostando na economia circular como modelo de negócio, fundada em 2013, com peças da Louis Vuitton ou Missoni, marcas que não tinham aderência nas opções e-commerce e no Instagram, encontrando donos aos itens sem uso e, com isto, se transformou em negócio próprio de revenda de roupas de outras pessoas.

Moral da Nota: a economia circular tem potenciais, ou, oportunidades de mercado, impacto social e ambiental e, de acordo com os dados, é o futuro da moda ou “a melhor roupa é aquela que já existe”. A conexão entre impacto ambiental e social é comum na economia circular, caso do brechó online TROC cujo sucesso não se avalia pelo faturamento mas pelo impacto na economia de água, supondo que “uma peça de roupa gasta 2.700 litros de água na produção. Quando compramos usada, economizamos esse recurso” e, segundo a fundadora, “foram 500 milhões de litros de água economizados no projeto. O objetivo é chegar ao primeiro bilhão.” Investindo na moda consciente em 2015, “até 2029, as roupas de segunda mão devem ultrapassar o potencial das fast fashions. É movimento que nos EUA desde 2009 movimentando US$ 30 bilhões no país. No Brasil, esse mercado vale US$ 7 bilhões” possuindo “peças para os próximos 200 anos".


sexta-feira, 16 de abril de 2021

Economia digital

Mais de 150 milhões de turistas chineses viajaram ao exterior na fase pré pandêmica em 2019 facilitando aceitação do Alipay e WeChat Pay em 56 países, significando que mais de 60% dos turistas chineses no exterior utilizaram serviços Alipay, enquanto 35,2% do total o fizeram com o WeChat Pay. Dados sobre o comércio pela Internet, “e-commerce”, da China indicam que o número de compradores “on-line” subiu para 782,4 milhões em 2020 com 854 milhões de usuários de "e-commerce" que fazem pagamentos digitalmente aumentando 12%/14%/ano. O sistema de pagamentos chinês é essencialmente digital cobrindo mais de 40% das transações, devendo alcançar mais de 60% em 2025. O sistema de pagamento digital utilizado pela população entre 18 e 29 anos atua com tendência clara em considerar o uso do dinheiro físico como fenômeno marginal, ou, mero empecilho do passado.

O Bank of Communications e o China Construction Bank, segundo o Shanghai Daily, conduziram testes digitais do yuan em lojas de departamentos em Xangai, New World City e New World Daimaru, além do fornecedor de alimentos Taikang Food Store com milhares de transações digitais. O teste é parte de campanha de vendas oferecendo descontos atualizando o módulo de pagamento digital e estimulando compradores além da campanha de vendas existente. Os participantes do teste receberam cupons virtuais recompensando o pagamento com o yuan digital. O Banco of Communications deu cupons de 100 yuans ou US$ 15 a 6.500 compradores locais e o China Construction Bank ofereceu cupons de 150 yuans ou 23 dólares a 2 mil clientes quando fizeram compras de mais de 380 yuans ou US$ 58. Os testes CBDC são em quatro regiões, Shenzhen, Suzhou, Xiong’an e Chengdu e posteriormente Xangai, Hainan, Changsha, Qingdao, Dalian e Xi’an como parte da agenda 2021.

Moral da Nota: o detalhe é a diversificação setorial de negócios com o Alibaba em acordo relacionado a blockchain com a operadora portuária China Merchants Port, dona de 50 portos em 26 países, e a Ant Financial buscando  fortalecer adoção blockchain na indústria portuária. Pelo acordo desenvolvem plataforma blockchain com alvo em casos de uso permitindo compradores, vendedores, bancos, empresas de logística, autoridades alfandegárias e fiscais conduzirem transações de exportação e importação digitais sem contato. Promoverão integração blockchain na indústria portuária cujo objetivo é tornar-se porta digital blockchain do mundo com rede de colaboração aberta. O relatório detalha o porto como nó central conectando cadeia de comércio internacional e indústria de logística, aplicando compartilhamento de dados com blockchain e remodelando o comércio internacional e a logística; o detalhe disto é a chegada firme do Alibaba na Colômbia.