sábado, 30 de outubro de 2021

Economia circular

Plataformas que produzem dinheiro e preservam o ambiente se inserem na economia circular como o brechó online TROC, refletindo sobre a vida útil das peças que não precisam necessariamente serem descartadas depois de usadas. Neste contexto emerge em 2012 o Enjoei, marketplace buscando unir vendedores e compradores de peças usadas quebrando conceito daquilo que é novo, alavancando moda sustentável e economia circular. Dados do thredUP’s Annual Resale Report, avisam que em 2012 ativos ESG, meio ambiente, social e governança, representavam 11% do mercado financeiro mundial e para 2025, a meta é alcançar 50% com consumidores comprando mais no pós pandemia com aquisição online de produtos de segunda mão crescendo 69% entre 2019 e 2021, enquanto o varejo encolhe 15%. O Roupartilhar popularizou no consumo consciente arrecadando R$ 215 mil em leilões de grupos WhatsApp para doar roupas e leiloar com a participação de 50 mulheres com contato no mundo da moda, sendo que o primeiro evento online durou três dias arrecadando R$ 30 mil, dinheiro doado ao Hospital São Paulo e regiões de Paraisópolis e Maré.

A Repassa, startup inserida na economia circular, explica que “indústria têxtil responde por 20% da poluição da água, 5,2% dos resíduos em aterros sanitários e 10% da emissão global de CO2 e, para que usemos, em média, sete vezes cada peça que compramos”, daí, "temos que multiplicar o uso médio das roupas.” Em 2016, um ano pós lançamento, a empresa focou na moda padronizando o sistema com curadoria dos itens doados, higienização, fotos e cadastro no site com “60% do valor da venda ao dono da peça e, divididos com 25 ONGs, sendo que “cresceu 130% de 2019 para 2020. A Roupartilhar utiliza o leilão como meio de gamificar a experiência de compra, influenciando pessoas de modo positivo e com a empresa "prezando por curadoria especial à peças de procedência, bom estado e autenticidade, com fotos, contato com clientes, entregas e ambiente de desejo ao redor da moda de segunda mão”. A plataforma só aceita doações de peças de pessoas conhecidas, no entanto, busca abrir ao público em geral auxiliando “mais de 21 instituições que utilizam moda como instrumento de transformação social a partir de uma roupa”. A TROC se insere na “indústria da moda, segunda mais poluente, com "pessoas dispostas a vender peças usadas no modelo ‘sell for you’ com fotos e modelo prático para vendedores e compradores, além do selo TROC que quebra o estigma de que roupa de brechó é ruim”. A Enjoei, pioneira, funciona como marketplace em que pessoas podem se cadastrar na plataforma e vender suas peças e, de 2019 a 2020, os compradores ativos foram de 394 para 790. O Cansei, Vendi é brechó de luxo apostando na economia circular como modelo de negócio, fundada em 2013, com peças da Louis Vuitton ou Missoni, marcas que não tinham aderência nas opções e-commerce e no Instagram, encontrando donos aos itens sem uso e, com isto, se transformou em negócio próprio de revenda de roupas de outras pessoas.

Moral da Nota: a economia circular tem potenciais, ou, oportunidades de mercado, impacto social e ambiental e, de acordo com os dados, é o futuro da moda ou “a melhor roupa é aquela que já existe”. A conexão entre impacto ambiental e social é comum na economia circular, caso do brechó online TROC cujo sucesso não se avalia pelo faturamento mas pelo impacto na economia de água, supondo que “uma peça de roupa gasta 2.700 litros de água na produção. Quando compramos usada, economizamos esse recurso” e, segundo a fundadora, “foram 500 milhões de litros de água economizados no projeto. O objetivo é chegar ao primeiro bilhão.” Investindo na moda consciente em 2015, “até 2029, as roupas de segunda mão devem ultrapassar o potencial das fast fashions. É movimento que nos EUA desde 2009 movimentando US$ 30 bilhões no país. No Brasil, esse mercado vale US$ 7 bilhões” possuindo “peças para os próximos 200 anos".