A monetização no combate às mudanças climáticas tornou-se indústria bilionária, a medida que governos pressionam o setor privado para limitar suas emissões de gases efeito estufa, com as maiores empresas do mundo recorrendo a produto financeiro para compensar suas pegadas ambientais, o crédito de carbono. Trata-se de mercado aquecido, com máximos históricos em volume à caminho de US$ 1 bilhão em 2021 conforme o Ecosystem Marketplace, publicação de mercado administrada pela Forest Trends, sem fins lucrativos, de pesquisa de finanças ambientais. A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, através do Programa Ambiental, emitiu relatório dizendo que os mercados de carbono poderiam “ajudar reduzir as emissões” com regras e transparência claramente definidas.
Um crédito de carbono é uma espécie de licença representando 1 tonelada de CO2 retirada da atmosfera, podendo ser adquirido por indivíduo ou, mais comumente, empresa para compensar emissões de CO2 provenientes da produção industrial, veículos de entrega ou viagens. Os créditos de carbono são frequentemente criados através de práticas agrícolas ou florestais, embora um crédito possa ser feito por qualquer projeto que reduza, evite, destrua ou capture emissões. Indivíduos ou empresas que compensem suas emissões de gases efeito estufa pode comprar esses créditos através de intermediário ou daqueles que capturam diretamente o carbono, por exemplo, um agricultor que planta árvores, o proprietário recebe dinheiro; a corporação paga para compensar suas emissões e o intermediário, se houver, lucra ao longo do caminho, isto, vale para chamado “mercado voluntário”, no entanto, há o mercado involuntário ou “compliance”. No mercado de conformidade ou involuntário, governos estabelecem limites à quantas toneladas de emissões determinados setores, petróleo, transporte, energia ou gestão de resíduos, podem liberar. Ao ultrapassar o limite de emissões prescrito, a empresa deve comprar ou usar créditos economizados para permanecer abaixo do limite de emissões, economizando ou vendendo créditos, isso é conhecido como mercado de limite e negociação. O limite é a quantidade de gases efeito estufa que determinado governo permitirá que seja liberado na atmosfera e os emissores devem negociar para permanecer dentro desse limite. O Acordo de Paris de 2015 no Artigo 6 encarrega líderes nacionais de deslanchar em escala globa el, até agora, 64 mercados de conformidade de carbono estão em operação no mundo, segundo o Banco Mundial, os maiores mercados de conformidade de carbono estão na União Europeia, China, Austrália e Canadá.
Moral da Nota: o mercado voluntário atualmente trilha em torno de US$ 6,7 bilhões, conforme relatório do Ecosystem Marketplace, comerciantes do mercado europeu de conformidade projetam que os preços do carbono aumentarão 88% para US$ 67 por tonelada métrica até 2030, conforme pesquisa divulgada pela Associação Internacional de Comércio de Emissões. Críticos do mercado voluntário, onde a empresa compra créditos de carbono de um negócio fora de bolsa regulamentada, aponta que não diminui a quantidade gases efeito estufa liberados pelos compradores, são simplesmente compensados, dando às empresas modo de afirmar que são ecologicamente corretas sem reduzir suas emissões gerais, a isto, chama-se “lavagem verde”. Os créditos de carbono podem ser comprados de projetos que aconteceriam, por exemplo, uma empresa de investimento diz que paga aos agricultores para converter campos em florestas e vender tais créditos à corporações e, de acordo com a Bloomberg, vários agricultores afirmam que já plantaram árvores através de programa de conservação do governo. A FIFA comprou créditos para ajudar compensar emissões da Copa do Mundo, logo depois, as árvores foram cortadas e o projeto foi suspenso em 2018 depois que mais árvores foram derrubadas que todos os créditos vendidos.