Relatório do clima a cada sete anos é publicado pela ONU originário do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, IPCC, grupo de cientistas que publica relatórios sobre o estado da pesquisa nas mudanças climáticas. O IPCC funciona em ciclos de 7 anos e, a cada ciclo, examina a literatura publicada sobre mudanças climáticas produzindo relatórios de diferentes temas, até concluir como relatório global que sintetiza todos os temas, sendo o anterior de 2014 e seguinte 2030. Em 2014, a concentração de CO2 na atmosfera era ligeiramente inferior a 400 partes por milhão com os autores do relatório mostrando que a atividade humana causa a mudança climática, que a adaptação não seria suficiente e que o mundo teria que tomar medidas para limitar emissões de gases efeito estufa e, no relatório de 2023, se repetem as mesmas afirmações com diferenças marcantes.Líderes mundiais não tinham em 2014 assinado o Acordo de Paris, que estabeleceu meta de limitar o aquecimento global abaixo de 2°C e acima dos níveis pré-industriais, 1,5°C. As bases lançadas em 2014 colocou as energias renováveis na mesa como solução para substituir combustíveis fósseis e conter as mudanças climáticas, no entanto, estas energias ainda não tinham conseguido reduzir significativamente as emissões, em parte porque eram muito caras com a energia solar 5 vezes mais cara por watt que hoje.
Em 2023, as concentrações médias de CO2 foram de 419 partes por milhão até 2022 e as temperaturas globais estão 1,1°C mais altas que antes de 1900; em março de 2023 o IPCC publicou o 6º relatório de síntese. A mudança climática hoje mostra grandes catástrofes e ações climáticas de longo alcance e, e m 2022, um filme sobre mudanças climáticas foi indicado ao Oscar o 'Don't Look Up', se lembra? Quase metade dos eleitores nas últimas eleições americanas disseram que mudança climática é importante para seu voto e 93% dos europeus acreditam que mudança climática é um problema sério. Os EUA aprovaram legislação climática histórica, a maior de sua história, mesmo com as emissões continuando a subir a caminho de novo recorde, com o relatório síntese do IPCC para 2023 mais contundente que o antecessor de 2014 e com os maiores riscos da mudança climática esperados com níveis mais baixos de aquecimento global. O próximo relatório síntese será publicado em 2030 e para limitar o aquecimento global a 1,5°C resta menos que uma década de emissões antes de ultrapassarmos a meta, se quisermos atingir emissões líquidas zero até 2050. A geração de eletricidade a partir de renováveis deve ultrapassar 20 mil terawatts/hora ou 60% do total mundial, com países mais ricos parando de operar usinas a carvão sem captura de carbono. Carros elétricos deverão representar 60% das vendas de veículos, implicando em transformação, mas os analistas de energia subestimam a contribuição das energias renováveis com apostas altas e razões para se preocupar com mudanças climáticas, no entanto, ao redor, possibilidades e avanço.
Moral da Nota: a ONU pede ações para fazer parar a mudança climática com tecnologias baratas e disponíveis nos ajudando atingir metas climáticas nesta década e, apesar de décadas de alertas dos cientistas, as emissões globais de gases efeito estufa continuam aumentar. As reduções de emissões a longo prazo podem depender de tecnologias como a remoção de CO2, que não foram testadas em larga escala, além de avanços tecnológicos, a redução de emissões em indústrias difíceis de transformar exigirá tempo, financiamento e ação política. No entanto, existe caminho claro de curto prazo para alcançar cortes de emissões necessários para colocar o planeta de volta nos trilhos. Aqui algumas das tarefas de menor custo e maior potencial para combater mudança climática nesta década. De acordo com o relatório do IPCC a redução das emissões no curto prazo exige abandono de combustíveis fósseis para produzir energia e recurso a fontes renováveis, como eólica e solar e, de acordo com a AIE, Agência Internacional de Energia, de 2022 a 2027, o mundo construirá capacidade eólica e solar quanto nas últimas duas últimas décadas. Os custos em queda contribuíram ao crescimento entre 2010 e 2019, o custo da energia solar caiu 85%, além disso, os custos da energia eólica foram reduzidos pela metade no mesmo período e ambas são fontes de energia mais baratas disponíveis hoje e a instalação de novos parques solares e eólicos pode ser mais barata que a manutenção de usinas a carvão nos EUA. O relatório do IPCC aponta que a curto prazo, o metano é 80 vezes mais potente como gás de efeito estufa que o CO2 e será fundamental reduzir emissões de metano nesta década para atingir metas climáticas e limitar níveis máximos de aquecimento e, à meta de 1,5°C, exige que as emissões de metano sejam reduzidas em um terço entre 2019 e 2030, dentre as principais metas de redução de emissões incluindo a produção de petróleo e gás e o desperdício de alimentos. Investimento em infraestrutura para reduzir emissões de metano do petróleo e gás seriam necessários US$ 11 bilhões para despoluir o setor, mas o valor do metano captado poderá ser mais que suficiente para cobrir o custo. O relatório alerta à proteção dos ecossistemas naturais que sequestram carbono, pois cerca de 20% das emissões globais vêm da agricultura, silvicultura e mudanças no uso da terra, com efeitos induzidos pelo homem que podem capturar e armazenar carbono e, as florestas tropicais, são os maiores sumidouros de carbono do planeta. Políticas globais reduzem desmatamento, segundo o relatório do IPCC, em dezembro de 2022 mais de 190 nações assinaram Compromisso de Biodiversidade da ONU para proteger 30% do mundo natural até 2030. Por fim, energia eficiente em veículos, residências e indústrias, com transporte público e bicicleta para viagens curtas pode ser modo barato de limitar emissões no curto prazo e, segundo o relatório, políticas públicas já promoveram medidas de eficiência.