Legisladores de Maryland aprovaram medida exigindo que, ano a ano, fabricantes garantam que os veículos com emissão zero representem parcela crescente dos caminhões e ônibus vendidos no estado, no entanto, defensores da saúde pública se preocupam que a redação da lei permitindo que atrase por um ano ou mais caso descobram que a infraestrutura à veículos elétricos é inadequada. O governador informa que valerá à veículos a partir do ano modelo 2027 em diante, exigindo que o Departamento do Meio Ambiente, regulador ambiental do estado, adote normas que estabeleçam metas de vendas aos fabricantes até 2035. Seguindo a regra Advanced Clean Trucks da Califórnia, que serve como modelo aos estados que fazem transição à motores livres de emissões, exige que 15% dos veículos que variam de 8.501 a 14.000 libras de tamanho precisem ser livres de emissões até o ano modelo de 2027, o mesmo se aplica a Maryland, ao adotar a regra sob a nova legislação. Defensores ambientais saúdam a legislação como vitória das comunidades de baixa renda compostas principalmente por pessoas de cor, desproporcionalmente afetadas pela poluição do ar de rodovias, centros de carga e portos próximos a seus bairros.
A Lei dos Caminhões Limpos de 2023, em vigor partir de 1º de junho, trás ressalva, pois o projeto de lei permite que o Departamento de Meio Ambiente de Maryland atrase a transição em um ou dois anos se for concluído, após avaliação obrigatória, que o estado carece de infraestrutura para fazer a transição até o ano modelo 2027, constatação, que deve ser submetida à Assembleia Geral do estado até o final de 2024. Alertam que atraso privaria comunidades dos benefícios dos veículos de emissão zero e prejudicaria metas de redução de emissões do estado que visa redução de 60% nos gases efeito estufa em relação aos níveis de 2006 até 2031 e emissões líquidas zero até 2045. A regra da Califórnia estabelece metas de vendas aos fabricantes de acordo com o tamanho do veículo e meta provisória de veículos livres de emissões de 30 % a 50 % vendidos nesta categoria até 2030 e 40% a 75% até 2035 e eliminar progressivamente veículos movidos a diesel e gasolina, um dos principais contribuintes aos problemas de saúde pública em comunidades próximas a instalações industriais. O setor de transporte é um dos principais contribuintes às emissões de gases efeito estufa, respondendo por 27% do total em 2020, conforme a Agência de Proteção Ambiental federal. aquecendo o planeta e causando ondas de calor, secas, tempestades e inundações, impacto na saúde que preocupa agências federais e estaduais. A Union of Concerned Scientists estima que exposição a partículas nocivas do escapamento de veículos, óxidos de nitrogênio PM2,5, que produzem poluição atmosférica ao nível do solo, monóxido de carbono e outros poluentes atmosféricos é 12% maior para Black Marylanders que para residentes do estado como um todo. Escapamento de caminhões a diesel são fontes particularmente potentes de PM 2,5 sendo constatado que a cidade de Baltimore tinha os piores níveis de poluição, taxa de exposição 37% maior que a média do estado, seguida pelo Condado de Prince George, taxa 23% maior. A indústria de caminhões se opôs ao cronograma de 2027 estabelecido pela legislação, dizendo “não nos opomos aos caminhões elétricos”, “estamos preocupados com alguns cronogramas impraticáveis e irrealistas que não reconhecem obstáculos que precisam ser superados antes que a adoção generalizada de caminhões elétricos possa acontecer”, disse o presidente e executivo-chefe da Maryland Motor Truck Association. Os líderes da indústria pediram aos legisladores que adotassem abordagem mais comedida, que considerasse os obstáculos à transição à veículos com emissão zero, esclarecendo que o Departamento de Meio Ambiente de Maryland tem autoridade estatutária para interromper qualquer projeto que considere inviável e a adição do requisito de “avaliação de necessidades”, argumentam, enfraquece a lei tornando-a dependente do aval do Departamento de Meio Ambiente.
Moral da Nota: estudo de 2022 avalia que 1,8 milhão de mortes em excesso no mundo apenas em 2019 poderiam estar ligadas à poluição do ar urbana, mostrou que 86% dos adultos e crianças nas cidades estão expostos a um nível de material particulado fino que excede as diretrizes da OMS. Relatório da American Lung Association informa que aproximadamente 1 em cada 5 americanos vivem em condados com níveis diários altos e insalubres de poluição causada por fuligem de fabricação, escapamento de veículos e outras partículas finas. Parte do relatório “State of the Air” da associação pulmonar, indica que mais pessoas residem em áreas de alta poluição no país do que em qualquer outro momento na última década, chamado de “cartão de relatório nacional sobre a qualidade do ar,” baseado em dados compilados de monitores eletrônicos de qualidade do ar no país. O relatório informa que de 64 milhões de negros vivem em áreas que receberam pelo menos uma nota negativa por ozônio ou poluição por partículas finas. Entre as 25 cidades americanas com o ar menos saudável, o número médio de dias que os residentes foram expostos a altos níveis de poluição por partículas aumentou para 18 dias, de 16 dias desde o relatório de 2021.Os resultados do relatório ressaltam o quão longe o país tem que ir para remediar efeitos dos piores tipos de poluição atmosférica, apesar das regulamentações ambientais de qualidade do ar, cientistas concordaram que muito precisa ser feito. Além das doenças pulmonares, pesquisadores afirmam que a má qualidade do ar causada por incêndios florestais pode aumentar casos de nascimentos prematuros, com revisão dos dados de saúde de mais de 2,5 milhões de grávidas na Califórnia descobrindo que 86% foram expostas a pelo menos um dia de fumaça durante as primeiras 20 semanas de gestação com exposição média de 7,5 dias.