sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Comércio de emissões

O primeiro esquema nacional de comércio de emissões foi lançado na China, maior emissor mundial de gases de efeito estufa, mecanismo de precificação de carbono existente em 45 países sendo o esquema chinês é o maior do mundo. Pesquisadores argumentam necessidade de ambição suficiente para permitir que a China cumpra as metas de redução de emissões, incluindo prazo de 2030 ao pico de emissões e meta de 2060 de emissões líquidas zero. A China usa intensidade das emissões, ou, quantidade de emissões por unidade de energia gerada, em vez de emissões absolutas para ajudar reduzir seu impacto no clima. O esquema chinês se baseia em modelo de limite e comércio, inicialmente com emissores compostos por usinas de energia movidas a carvão e gás recebendo certo número de permissões de emissão até determinado limite ou teto, negociando ou comprando licenças se permanecerem abaixo ou excederem esse valor. O objetivo é expandir o plano à setores como construção, petróleo e produtos químicos, tornando o esquema da China diferente dos que operam em outros países e regiões como a UE, Canadá e Argentina, cuja opção é por se concentrar na redução da intensidade da geração de emissões em vez de emissões absolutas.

As empresas de energia são incentivadas a reduzir a intensidade das emissões, o que significa produzir a mesma ou maior quantidade de energia e, ao mesmo tempo, reduzir suas emissões ou mantê-las no mesmo nível. Significa que as emissões absolutas ainda podem aumentar com o aumento da produção de energia, desde que as empresas estejam reduzindo o volume de emissões por unidade de produção de energia. O limite inicial de emissões de uma empresa é uma função tanto de sua produção de energia atual quanto da intensidade de emissões de suas operações atuais, que se baseia em fatores como o tipo de carvão e equipamentos que usa, segundo o gerente geral do Carbon Market Institute em Melbourne, Austrália. O objetivo é incentivar geração mais eficiente ou menos intensiva em carbono para empresas de energia atualizar equipamentos e instalações mais eficientes e comercializar licenças de emissão economizando ou comprando licenças para cobrir o excesso de emissões. No entanto, a economia chinesa deve crescer 4-5%/ano, significando aumento significativo no consumo de energia e emissões, daí, a meta de intensidade permitir "desenvolvimento econômico futuro" e ao mesmo tempo que significa que a China ainda pode "reduzir a emissão de carbono por unidade de produção econômica", segundo o economista do Centro de Pesquisa de Política Energética e Ambiental da Academia Chinesa de Ciências em Pequim. É preciso notar que, segundo pesquisadores, o fato das licenças iniciais serem muito generosas permitindo preços muito baixos e penalidades leves por não cumprimento o suficiente para um impedimento. Outro desafio à China é garantir a integridade dos relatórios e monitoramento das emissões, decorrente problemas observados nos esquemas-piloto o mecanismo nacional tem padrão mais rígido às empresas que relatam emissões exigindo que forneçam informações técnicas detalhadas como dados sobre o tipo e consumo de carvão. Por fim, a China depende de agências independentes para verificar os dados, de forma semelhante ao esquema da UE, com operadores enviando relatórios anuais de emissões confirmados de forma independente por verificadores credenciados. 

Moral da Nota: o economista ambiental e diretor do Centro de Política Climática e Energética da Universidade Nacional Australiana em Canberra, fala ser sinal positivo que o esquema de comércio de emissões da China tenha começado sendo improvável que tenha efeito sobre emissões em sua forma atual, textualmente explica que "estabelece infraestrutura que poderia ser usada no futuro para reduzir emissões de modo eficaz e eficiente no setor de energia da China". Em 2019, a China foi responsável por 27% das emissões globais de carbono, mais de 10 bilhões de toneladas de CO2, no entanto, as emissões per capita, cerca de 6,8 toneladas de CO2/pessoa são menos da metade de nações como EUA, Austrália e Canadá.