sábado, 9 de novembro de 2019

Nobre Vagabundo

O Nobre Vagabundo da Daniela Mercuri na boca do povo, inspirado no bêbado de chapéu côco lado a lado com a esperança de Aldir blanc na corda bamba, remetem a Charles Chaplin que ao receber, já idoso, o Oscar pelo conjunto da obra disse que palavra dita isoladamente era irrelevante. Óbvio, pois marcou época sem dizer uma palavra tal qual Elvis Presley e Picasso, formaram um trio de ciganos talentosos que conviveram a seu tempo com a ideia de ser cigano na Europa e EUA. Chaplin, mais ainda, demonstrava empatia aos judeus, sabia o que passavam os que seriam martirizados na Shoá. 
O tempo passou, a guerra acabou, veio o machartismo nos EUA que acabou por determinar a saída definitiva de Chaplin do país, pois se identificava com judeus na diáspora e não com o sionismo americano emergente. Isto é falado, para lembrar o fato de hoje em dia confundir sionismo com causa judaica, ou, judeus na diáspora. Verdadeira a contribuição dos judeus americanos no atual estado de Israel, na libertação dos semi escravizados no Iêmen, embora outros grupos tão atuantes quanto os americanos tiveram participação em eventos envolvendo partida de judeus cativos. É importante lembrar no caso judaico que a criação de Israel não acaba o antisemitismo, muito menos judeus sionistas de direita representar pela exuberância americana no pós guerra a comunidade judaica como um todo. Um fato apenas, quando da visita do Papa Francisco à Sarajevo, onde convivem lado a lado cristãos ortodoxos, católicos, muçulmanos e judeus, o grande rabino declarou: "não tenho outro país, meu país é este, aqui viverei". 
Moral da Nota: nesta situação de esperança na corda bamba de sombrinha estão milhares de judeus, ciganos, negros, índios e etc. Isto é só para lembrar que o nazismo vive, que o marido da rainha Beatriz da Holanda era nazista e não escondia de ninguém e nem por isso deixou de fundar Bilderberg ou tornar-se um dos fundadores do WWF. O ódio é tamanho que nem a grana de George Soros o segurou na Hungria. Entre nós, a propósito, o Integralismo foi, é, e será sempre na raiz amigável ao nazifacismo e quando um judeu, negro, cigano, índio ou pardo lutando a seu lado, por ventura em algum momento resvale em opinião diversa, nunca se esqueça das origens. A vida como ela é.