domingo, 10 de novembro de 2019

Adaptação agrícola

Um dos desafios de pesquisadores e produtores em relação à mudanças climáticas é entender como lavouras se comportam, afetando produção em condições de seca e temperaturas extremas. Estudo do Centro de Estudos e Pesquisas em Gerenciamento de Riscos Agrícolas e Ambientais (CEIGRAM) da Universidade Politécnica de Madri, analisou como  mudanças climáticas podem afetar as lavouras na zona do euro. O objetivo é prever efeitos das secas, altas temperaturas e condições associadas à mudanças climáticas no cultivo de trigo de inverno e milho, analisando o período entre 1984 e 2009 e projetando a 2040-2069.
Foram feitas simulações de cinco modelos climáticos, seis de milho e oito de trigo, impactando calor e seca ao longo do tempo sobre perdas nas lavouras em larga escala, levando em conta descobertas na fisiologia vegetal com fatores associados à seca que impactam na produção. Altas temperaturas alteram processos reprodutivos das plantas reduzindo culturas de cereais. Nos anos mais quentes plantas se desenvolvem mais rápido, implicando que capturam os mesmos níveis de radiação solar em menos tempo que anos mais frios com menos tempo para crescimento da biomassa. Alta evaporação em dias quentes levam cereais a estresse hídrico semelhante a períodos de seca, não considerado na Europa até então,  com efeitos importantes nas lavouras.
Moral da Nota: os resultados publicados na Nature Communications, mostram que condições de seca com alterações climáticas, prejudicam produção de milho de sequeiro na maior parte da Europa, no entanto, favorável ao trigo de inverno aumentando o rendimento. O aumento de CO2 atmosférico associado a clima seco é mais benéfico ao trigo de inverno que ao milho, enquanto anos extremamente secos mais frequentes no futuro, não compensariam danos ao cereal conforme simulações climáticas.