Eurodeputados que lideraram a delegação do Parlamento Europeu na COP30 reagiram ao seu resultado, com Lídia Pereira, presidente da delegação, dizendo textualmente, “na COP30, apesar dos esforços e do mandato do Parlamento Europeu sobre mitigação e eliminação gradual dos combustíveis fósseis, deparamos com a frente BRICS-Árabe unificada e presidência relutante em corresponder o nível de ambição, lamentamos que o resultado final não tenha ido mais longe". Quanto à adaptação, "o financiamento foi protegido no âmbito do NCQG, quadro de objetivos quantificados coletivos sobre financiamento climático, com recomendação para, pelo menos, triplicar o apoio até 2035, reforçando solidariedade com os mais vulneráveis", por fim, "embora o ímpeto à ação climática global seja mais lento que deveria, o multilateralismo manteve-se e continuamos determinados pressionar pela ambição que a ciência exige”, concluindo, “o resultado da COP30 garante base mínima à ação climática global, mas o ritmo continua insuficiente para atender à urgência da crise, cujo resultado confirma que a lacuna entre ambição climática e reduções de emissões permanece consistentemente grande. Relata que UE veio com intenção de liderar coalizão de países ambiciosos, no entanto, resistência, muito grande inclusive de produtores de petróleo e os equilíbrios geopolíticos mudaram claramente, com o Reino Unido, a UE teve que remar contra a maré para salvar qualquer ambição isolando a Europa do resto do mundo, com Mohammed Chahim, Holanda, vice-presidente da delegação, dizendo que, a UE precisa formar coalizões para evitar que nos isolemos novamente em negociações futuras”.
O Reino Unido segundo a Ministra da Natureza trabalha para mobilizar financiamento à natureza, promover agricultura sustentável à segurança alimentar e tomar medidas para proteger os oceanos, na Cop30 defendeu proteção e restauração de ecossistemas críticos e o trabalho realizado em casa para restaurar florestas, paisagens e mares como parte do Plano à Mudança. Anunciou na Cop30 o 1º pagamento ao Fundo Cali por empresa britânica, marco importante desde o lançamento que permite empresas como farmacêuticas e de biotecnologia compartilhem lucros com povos indígenas e comunidades locais que protegem a natureza e fornecem recursos genéticos à seus produtos. Trabalha em colaboração com o setor privado e governos para apoiar implementação eficaz do Fundo, inclusive através dos Amigos do Fundo Cali e, esta 1ª contribuição, é marco nesses esforços com a startup britânica Tierra Viva AI contribuindo ao Fundo Cali e abrindo caminho para que outros sigam o exemplo e contribuam em larga escala. A Ministra da Natureza, Mary Creagh, disse que "os britânicos já sentem o impacto das mudanças climáticas, de inundações a ondas de calor colocando pessoas vulneráveis em risco, no Brasil, disse, construímos a coalizão global para ações ambiciosas em prol da natureza, único modo de proteger futuras gerações, assumiu compromissos para deter e reverter a perda da natureza, incluindo o lançamento da Declaração de Fertilizantes Reino Unido-Brasil, iniciativa global para reduzir emissões da produção e uso de fertilizantes.” Se associou à iniciativa Saltmarsh Breakthrough protegendo ecossistemas costeiros que ancoram cadeias alimentares marinhas, protegem comunidades contra inundações e armazenam carbono, assumiu meta de reduzir pela metade até 2030 o desperdício de alimentos e diminuir emissões de metano, evitando que o desperdício vá para os aterros sanitários, além de partipar do lançamento do fórum de políticas de créditos de biodiversidade fundado pela Indonésia e apoiado por parceiros globais para atrair investimentos privados na natureza. Anunciou a 2ª Floresta Nacional no corredor Oxford-Cambridge, plantando árvores como parte de compromisso de alocar mais de 1 bilhão libras no plantio e recuperação da natureza, empregos verdes e metas de emissões líquidas zero.
Moral da Nota: os haitianos repercutiram que o objetivo da COP30 era incorporar ambição à proteção do clima e biodiversidade com acordo final adotado por consenso mínimo, para não dizer fiasco, embora fortaleça financiamento climático faz referência indireta ao petróleo, gás e carvão, responsáveis pelas mudanças climáticas, sendo que países industrializados e emergentes entraram em conflito sobre a questão dos combustíveis fósseis em que exportadores de petróleo e gás bloquearam qualquer menção a eliminação gradual obrigatória. Não há roteiro vinculativo à redução do uso de petróleo, gás e carvão, ao contrário da COP28 em Dubai, em 2023, onde o texto final se referia à "transição para longe dos combustíveis fósseis", quanto ao financiamento climático o compromisso de mobilizar US$ 1,3 trilhão/ano até 2035 com triplicação do financiamento à adaptação em países em desenvolvimento. No caso do Haiti, o desafio é obter parcela equitativa do financiamento anunciado e fortalecer capacidades nacionais à transformar as promessas em resiliência real, sendo que o financiamento prometido apoiaria projetos de adaptação, gestão de água, infraestrutura resiliente, reflorestamento, no entanto, o acesso aos fundos depende da capacidade institucional do país de absorvê-los e gerenciá-los. Quanto a questão do comércio introduzida nas negociações sob pressão chinesa e economias emergentes, com as medidas permanecendo não vinculativas limitando o impacto real e, com a UE desapontada pela falta de plano à eliminação gradual dos combustíveis fósseis, aceitando compromisso para preservar o multilateralismo enquanto os países emergentes ficaram satisfeitos por terem evitado obrigação vinculativa e, por fim, ONGs e povos indígenas da Amazônia denunciam um acordo "insuficiente" diante da emergência climática.