Dados da FAO, Organização da ONU à Agricultura e Alimentação e do Programa da ONU ao Meio Ambiente, indicam que 30% dos alimentos produzidos no mundo nunca são consumidos ao passo que 13% são descartados ou perecem antes de chegar ao supermercado ou restaurante, consumidores, empresas de varejo e serviços de alimentação com 17% no desperdício de alimentos. Quer dizer, um bilhão de refeições são desperdiçadas diariamente em nível doméstico sendo que perda e desperdício respondem por 8 a 10% das emissões globais de gases efeito estufa, enquanto a ONU e a FAO monitoram perdas de alimentos desde 2015 descobrindo que os níveis não mudaram muito, no entanto, dados sobre desperdício de alimentos não foram coletados de modo consistente o suficiente para julgamento sobre mudanças nos últimos anos mesmo com alguns países relatando melhorias. As perdas de frutas e vegetais são 25,4% seguidos por carnes e produtos de origem animal,14%, ocorrendo devido condições climáticas, técnicas e épocas incorretas de colheita, armazenamento e transporte inadequados e, na África Subsaariana, as perdas atingem um quarto dos alimentos disponíveis comparados a 14% na Ásia, 10% na América do Norte e 6% na Europa. Por outro lado, o desperdício de alimentos era associado a países de alta renda, lacuna que vem diminuindo, em 2022, o desperdício per capita variou discretamente entre nações de alta renda, média-alta e média-baixa e,conforme a ONU, se deve ao rápido desenvolvimento e urbanização do Sul Global, incluídos Índia e China, mesmo com escassez de dados sobre nações de baixa renda as quantidades de desperdício de alimentos variam, com países relatando menor desperdício no território da antiga União Soviética ou na Europa Oriental. Por fim, as famílias respondem por 60% do desperdício de alementos ocorrendo em todas as faixas de renda, especialmente nas cidades, carecendo habilidades de gestão de alimentos e dependentes de hábitos e crenças em vez de conhecimento sobre nutrição e saciedade.
Fatos próximos, aquecimento global e desperdício, nos levam a controvérsias relacionadas aos métodos de captura e armazenamento de carbono, com afirmações que são tábua de salvação à indústria de combustíveis fósseis continuar aquecer o ambiente, no entanto, existe a visão de estratégia viável no combate a crise do clima e avanços em tecnologias de captura de carbono que prometem solução abrangente fundamental equilibrar potencial com as inúmeras limitações e obstáculos. Atividades humanas e emissões de gases efeito estufa são fatores que impulsionam as mudanças climáticas globais e, segundo o Climate Watch, 10 países respondem por 60% dessas emissões com o setor energético respondendo por três quartos, neste contexto as tecnologias de captura e armazenamento de carbono buscam lidar com as emissões extraindo diretamente o CO2 da atmosfera ou de outra fonte e armazenando no subsolo ou desviando à uso futuro como produção de concreto ou combustível. Os métodos em questão de captura de CO2 incluem a pré-combustão, ou, processo de reforma ou gaseificação convertendo em mistura de carbono e água, a pós-combustão remove o CO2 dos gases de combustão pós limpeza para eliminar poluentes e a oxicombustão técnica mais simples e econômica envolvendo queima de combustível em 95% de oxigênio puro para criar fluxo concentrado de CO2, daí, a escolha da estratégia de captura de carbono depende do tipo de combustível, pureza de CO2 desejada e infraestrutura disponível, sendo que as indústrias devem considerar viabilidade tecnológica e econômica bem como restrições do projeto para selecionar abordagem. A captura de carbono inclui uso e armazenamento, por exemplo, sequestrar CO2 de industrias, usinas termelétricas a carvão, refinarias e fábricas, ou, extrair emissões do ar armazenando o CO2 no subsolo em reservatórios vazios de petróleo e gás, formações salinas profundas, de basalto e jazidas de carvão inadequadas à mineração, com o Departamento de Energia dos EUA, o Escritório de Energia Fóssil e Gestão de Carbono e o Laboratório Nacional de Tecnologia Energética apoiando iniciativas de pesquisa que viabilizam o armazenamento de CO2 considerando que projetos semelhantes existem no Canadá, Noruega, China e Austrália. A Agência Internacional de Energia, AIE, informa que 45 países têm projetos de captação de CO2 em desenvolvimento e sua conclusão levará à tecnologias capazes de capturar 400 toneladas métricas de CO2 anualmente até 2030 mais de 8 vezes a captura atual, no entanto, em junho de 2023, 20 projetos de captura de carbono estavam em construção, longe de atingir emissões líquidas zero. Aplicações secundárias de CO2 como aumentar a produção de petróleo injetando-o em poços ou carbonatando alimentos e bebidas ou utilizá-lo à produção de combustíveis, produtos químicos e materiais de construção e, conforme Mengwei Zhao, as injeções de CO2 em poços podem estender a vida útil em até 84 anos na recuperação de petróleo. Por fim, o setor de energia renovável estimado à US$ 259 bilhões em 2025 e US$ 1,8 trilhão até 2027 com o fornecimento de eletricidade renovável aumentando 20% em 2011 à 29% em 2021 e o consumo de combustíveis fósseis caindo de 68% à 62%, valida a tendência com indústrias aplicando energia limpa nas tecnologias de captura e armazenamento de carbono para reduzir sua pegada de carbono, apesar da intermitência na produção renovável, desenvolvimentos em armazenamento de energia podem fornecer energia estável à sequestro com estudo demonstrando que a utilização de energia renovável na captura de CO2 possui eficiência energética 60% e quase zero emissões de CO2 na usina resultando em gases efeito estufa negativos.
Moral da Nota: biomimética é disciplina científica e técnica que estuda a natureza buscando imitar suas soluções para resolver questões humanas, observa como organismos, ecossistemas e processos naturais evoluíram ao longo dos anos e os aplica à engenharia, design, arquitetura, medicina e etc, exemplos comuns incluem o velcro inspirado nos ganchos das sementes de bardana, ou, os trens-bala japoneses cujo design aerodinâmico foi baseado no bico do martim-pescador. Busca criar tecnologias mais sustentáveis, eficientes e ecologicamente corretas, reduzindo impacto ambiental e melhorando funcionalidade, estratégia que não copia literalmente a natureza, mas, se inspira em seus mecanismos para desenvolver inovações que podem ser integradas à vida de modo mais ecologico e eficaz. As folhas perdidas por árvores contêm 40% do carbono sequestrado anualmente incluindo nutrientes à expansão e saúde dos ecossistemas florestais, para isso, devem cair e pousar perto da árvore-mãe, caso contrário, são perdidas como pólen ou sementes ao vento, no entanto, a ligação entre formato da folha e velocidade de sedimentação permanece obscura. Para avaliar desempenho das folhas existentes foi desenvolvido aparelho de sedimentação automatizado capaz de realizar 100 experimentos de queda livre por dia em folhas de papel biomiméticas em que a maioria das 25 folhas representativas se assentam em taxas semelhantes ao controle e, surpreendentemente, folhas assimétricas mutantes de Arabidopsis caíram 15% mais devagar que o tipo selvagem, quer dizer,a mutação digital em folhas de árvores decíduas revelou redução de velocidade semelhante. A pesquisa dinamarquesa descobriu como a geometria das folhas das árvores influencia a recuperação de nutrientes quando caem sugerindo que podem ter evoluído para otimizar seu formato e manter nutrientes por perto.