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domingo, 12 de fevereiro de 2023

África e Carbono

O continente africano ganhou impulso na COP27 de 2022, com o lançamento da Iniciativa dos Mercados Africanos de Carbono,  disponibilizando o financiamento climático e expandindo acesso à energia limpa alavancando  o desenvolvimento econômico sustentável. Liderada pelo comitê diretivo de 13 membros de líderes africanos, executivos-chefes e especialistas do setor, a iniciativa expandirá a participação do continente nos mercados voluntários de carbono, plataformas de negociação que permitem indivíduos, empresas e governos financiarem projetos que reduzam emissões, em vez de reduzir suas emissões, sendo que manifestaram interesse em colaborar com o mercado o Quênia, Malawi, Gabão, Nigéria e Togo. Os projetos climáticos incluem reflorestamento e conservação florestal, investimentos em energia renovável, práticas agrícolas de armazenamento de carbono e captação direta de ar, em troca do financiamento de projetos os investidores recebem créditos de carbono, certificados para "compensar" as emissões que continuam produzindo. A meta da iniciativa africana é produzir 300 milhões de créditos de carbono por ano até 2030, comparável aos créditos emitidos globalmente em mercados voluntários de compensação de carbono em 2021, no entanto, há  ceticismo sobre se os créditos de compensação de carbono mitigam a mudança climática.

A eficácia dos créditos de carbono é preocupação inserida no conceito de "adicionalidade", cujas reduções ou remoções de emissões são "adicionais" se o projeto ou atividade não acontecesse sem o incentivo adicional fornecido pelos créditos de carbono.  Por exemplo, caso determinado proprietário de terra recebesse para não cortar árvores e não tivesse planos de cortá-las em primeiro lugar, o projeto não oferece economia adicional de emissões, já que o proprietário é pago para não fazer, aí, as emissões do comprador não são compensadas. Créditos de carbono à projetos que teriam sido implementados de qualquer maneira, resulta em mitigação climática zero e resulta em emissões globais maiores que se os créditos não tivessem sido emitidos. Trata-se de desafio aos mercados de compensação de carbono porque a adicionalidade não é mensurável, apesar das alegações da indústria em que gerentes de projeto alegam que não podem prosseguir sem financiamento e não há como saber se tais alegações são verdadeiras. Outra questão é a permanência das compensações de carbono porque as emissões estacionam na atmosfera por centenas de anos, sendo quase impossível garantir que as emissões sejam compensadas por tanto tempo dependendo do tipo de projeto de compensação. Daí, emergem dois tipos de projeto de compensação de carbono, os que reduzem a quantidade de carbono emitida e os que removem o carbono da atmosfera. Nos projetos de redução de carbono as emissões globais permanecem positivas, com exemplos que incluem investimentos em energia renovável mesmo que o fornecedor do crédito de carbono não esteja gerando emissões, o comprador continua emitindo e, portanto, o nível geral de emissões é positivo, sendo que a neutralidade de carbono, emissões líquidas zero, não pode ser alcançada usando créditos de redução de carbono. As atividades de redução de carbono na África deveriam receber mais financiamento disponível, embora,  investidores não devessem receber créditos de carbono para compensar as próprias emissões ao apoiar essas atividades. Tais investimentos seriam filantrópicos, para o bem do planeta, não para equilibrar os livros contábeis de carbono. Já os projetos de remoção de carbono, têm potencial de gerar resultado permanente de emissões líquidas zero, com Projetos de captura direta de ar, que usam reações químicas para extrair CO2 da atmosfera e armazená-lo no subsolo,  sendo que o custo da captação direta de ar continua muito alto. O crescimento florestal, projeto de remoção de carbono menos dispendioso, é menos permanente, pois os proprietários de terras podem se comprometer a não cortar árvores, mas incêndios florestais, doenças e outros eventos de interrupção liberam o carbono armazenado de volta na atmosfera, ao passo que o valor do crédito de carbono florestal não pode garantir permanência.  Projetos florestais fornecem "diferimentos de carbono" já que Projetos adicionais de crescimento florestal removem carbono da atmosfera por um período fixo de tempo, havendo valor nesse atraso porque reduz o pico de aquecimento e dá a sociedade tempo para que os custos das tecnologias de descarbonização caiam. Há valor nesses projetos de diferimento de carbono que não devem ser usados para gerar créditos de carbono usados para compensar permanentemente emissões produzidas pela atividade econômica.

Moral da Nota:  a Iniciativa dos Mercados Africanos de Carbono tem ambições ousadas de atrair investimentos das empresas, consumidores e governos em países que historicamente mais contribuíram à mudança climática e se os investimentos resultam em benefício climático significativo só o tempo dirá. Projetos existentes de compensação de carbono podem em muitos casos ser objeto de questionamento, não significando que créditos de carbono não possam ser mais úteis no futuro. Transparência sobre o que os projetos entregam é fundamental, dados recursos limitados disponíveis para mitigar as mudanças climáticas há necessidade de mais do que boas intenções.        

terça-feira, 8 de junho de 2021

África blockchain

A Input Output, empresa de engenharia, desenvolvimento e produtos de pesquisa, em parceria com o World Mobile Group levará conectividade de internet sustentável à usuários em Zanzibar e Tanzânia. O acordo de parceria inclui infraestrutura blockchain da Cardano, usada para fornecer nós de rede a preços acessíveis aos proprietários de negócios locais. O comunicado explica que os assinantes dessas redes acessarão a solução de identidade digital da Input Output, Atala PRISM, que “permitirá utilização de serviços como banco digital, saúde e educação”. O CEO da World Mobile Chain acredita que a "parceria simbiótica" da World Mobile com a Input Output "abrirá um novo mundo" do mesmo modo o CEO da Input Out diz que é "compromisso de longo prazo de sua empresa com o continente africano" e, como parte do acordo, a Input Output adquire participação acionária de 10% no World Mobile Group.

Neste tema, o desenvolvedor imobiliário sul-africano, New Age Properties, fez parceria com a Sun Exchange, plataforma de leasing online, como esforço de levar energia barata e limpa à pessoas de baixa renda. O Sun Exchange, que aceita pagamento em BTC, permitirá que compradores de células solares aluguem eletricidade à Watergate Estate, projeto de habitação de condomínio fechado de baixo custo da África do Sul. Reportagem local diz que a parceria é marco à incorporadora imobiliária sul-africana, Anver Essop, trazendo "casas verdes, seguras e baratas à África do Sul" realizando objetivo de levar as vantagens ou benefícios associados dos prósperos condomínios fechados da África do Sul à pessoas de baixa renda. O relatório avisa ainda que as células Sun Exchange podem ser compradas em dinheiro ou bitcoin por US$ 6 cada e os proprietários “alugar eletricidade gerada à Watergate a preço pré-acordado, economizando 40% em custos de eletricidade em 20 anos”, alcançado o objetivo, o projeto será desativado ou o Watergate terá a opção de comprar o sistema de energia solar. O fundador da Sun Exchange explica como a plataforma de leasing online usa bitcoin para gerar energia limpa e ao combinr criptomoeda e energia, acaba com alguém sentado em Londres obtendo renda com a venda de energia verde onde é necessária compensando pegada de carbono. Revela que “470 pessoas no mundo compraram células solares para Watergate e, dos 39 projetos do Sun Exchange lançados até agora é o primeiro a ser usado para fornecer energia para moradias populares”. Embora a energia produzida pelas células seja inicialmente ligada à rede nacional, espera adicionar uma bateria que possa armazenar energia solar protegendo residentes de apagões". O relatório afirma que a Sun Exchange tem planos de se expandir à outras partes da África do Sul através de “parceria anunciada no ano passado com um dos maiores produtores de frutas e tabaco do Zimbábue, Nhimbe Fresh”. Há planos para tornar o mercado online plataforma global na América Latina e Sudeste Asiático, onde existem desafios semelhantes de energia.

Moral da Nota: o CEO da Input Output explica que a falta de infraestrutura torna transição à blockchain processo de atrito baixo, com países em desenvolvimento podendo "ultrapassar" economias industrializadas avançadas com infraestrutura de próxima geração, completando que, a "promessa nascente" da tecnologia de blockchain é "madura o suficiente para levá-los lá." Comunicado conjunto avisa que as empresas partilham que “mais de 700 milhões de pessoas na África não estão conectadas à internet” atribuído à falha em investimento adequado na infraestrututra que levou à “exclusão dos africanos do acesso a serviços básicos como educação, bancos ou saúde”.


quarta-feira, 2 de junho de 2021

Watershed e Cardano

Iniciativas blockchain auxiliam governos africanos atingirem os objetivos da Agenda 2063 da União Africana, visto na chamada Iniciativa Etíope da Cardano, "Watershed" à África e Blockchain através da Input Output Global, por trás da plataforma blockchain da Cardano, ADA, buscando transformar a economia africana. Um "Grande Acordo Blockchain", segundo a University of East London é crucial ao continente e à tecnologia, oportunidade for Africa, caso de uso à Cardano e espaço ao Bitcoin. O Bitcoin e criptomoedas, subestimados como casos de uso sócio econômico, criticado pelo alto consumo de eletricidade e volatilidade, foca na imutabilidade e resistência a ataques a blockchain tornando a plataforma perfeita para mudanças sociais e econômicas. Nesta ideia, emerge o sistema unificado de informações projetado ao avanço da educação na Etiópia, melhorando imagem e percepção dos sistemas descentralizados em ambientes de contratos inteligentes.

O US.today informa que três entidades por trás da criptomoeda Cardano, ADA, Cardano Foundation, IOHK e Emurgo assinaram  acordo com o governo etíope. Com a parceria, a blockchain Cardano hospedará o primeiro sistema de informações incluindo dados completos sobre identificação dos alunos na Etiópia, tornando a "Maior Implantação de Blockchain do Mundo" no país, denominado Atala Prism que processará informações sobre cinco milhões de alunos e 3.500 escolas do país. Relatórios etíopes informam que o governo contratou a empresa de software IOHK na tentativa de lançar a implantação blockchain com o protocolo Cardano, com a tarefa de criar sistema nacional de identificação de alunos e professores em blockchain.

Moral da Nota: o projeto segundo o ministro da Educação "tornaria a oferta de educação nacional mais dinâmica" dando oportunidade para acabar com exclusão digital e ampliando acesso ao ensino superior e emprego. O Diretor de Operações da IOHK à África disse que a implantação cria inovação blockchain no continente africano, sendo que "a transformação da educação em blockchain da Etiópia é marco importante na missão da IOHK de fornecer identidades econômicas e empregos, serviços sociais e financeiros aos excluídos digitalmente”. Há expectativas, segundo o relatório, que o projeto se estenda à universidades onde diplomas sejam verificados digitalmente na blockchain Cardano, permitindo empregadores validarem a autenticidade das credenciais educacionais dos candidatos. O relatório revela que a Etiópia examina adoção ampla dos produtos Atala da IOHK como a plataforma PRISM e através da IOHK, encontra-se em discussão sobre como implantar sistema de bilhetagem de transporte digital blockchain em Adis Abeba.


quinta-feira, 8 de abril de 2021

África, governos e blockchain

O governo sul-africano criou grupo de trabalho regulador de ativos criptográficos que investiga conceitos blockchain, South African National Blockchain Alliance, SANBA, parceria entre governo, empresas, academia e sociedade civil. Além disso, o Centro de Financiamento de Habitação Acessível na África, CAHF, testou caso de uso de registro de propriedade em blockchain. Na Nigéria, o sindicato do transporte rodoviário lançou sistema de manifesto de passageiros em blockchain, PAM, e o presidente da Câmara dos Representantes pediu estrutura legal à criptomoedas. O governo de Gana e a Bitland, lançou projeto piloto de registo de terras em blockchain consequente ao fato que mais de 78% das terras do país não são registradas, sendo que o projeto foi testado em 20 comunidades em Kumasi. O governo do Kenya emitiu título de varejo, M-Akiba, através de plataforma móvel, que permite usuários comprarem títulos do governo em pequenas quantias sem necessidade de conta bancária, com o Kenya Blockchain e o AI Taskforce aconselhando o governo substituir dinheiro físico por moeda digital. O governo da Tanzânia eliminou com blockchain 10 mil trabalhadores fantasmas auditando folha de pagamento pública, etapa que economizou US$ 195,4 milhões/mês. O governo de Uganda parceiro da CryptoSavannah, criou prova de conceito de registro de títulos de propriedade enquanto no Zâmbia, o Lusaka City Council, LCC, assinou MOU com plataforma blockchain para desenvolver e implantar programa de governança fundiária apoiando emissão de títulos de propriedade.

A África é o foco da Cardano na identidade digital, em conversas com vários governos na busca por criação de identidade digital vinculada a carteiras ou propriedades usando blockchain. Na Conferência anual Blockchain África, o fundador de Cardano abordou necessidade do continente por tecnologia revolucionária melhorando desenvolvimento. A Cardano e sua equipe está em negociações com várias nações africanas para integrar solução de gerenciamento de identidade digital baseada em Cardano, Atala PRISM. O empreendimento formará "nova economia de mais de US$ 5 trilhões de riqueza" com oportunidades perdidas decorrente "sistemas ruins". A Cardano pretende administrar países inteiros em seu blockchain, sendo que o fundador do projeto previu que pelo menos 100 protocolos poderiam mudar da Ethereum à Cardano. Falando a Bloomberg, observou que o produto final da startup pode satisfazer necessidades maiores que simplesmente executar stablecoins ou projetos DeFi. A Cardano lançou a atualização chamada 'Mary' e planeja atingir um estado de descentralização total igual a zero.

Moral da Nota: o Ministério das Finanças da Libéria assinou MoU com empresa blockchain para digitalizar serviços governamentais e criar plataformas de governo eletrônico. O governo de Maurício criou Licença Regulatória Sandbox, RSL, permitindo investidores externos desenvolverem soluções blockchain sob supervisão do Conselho de Investimento de Maurício. O governo de Ruanda utiliza blockchain para arquitetar sistema “sem papel, seguro e à prova de corrupção”, com o projeto piloto centrado no cadastro. O governo de Serra Leoa com a Kiva, ONG sem fins lucrativos, lançou plataforma blockchain para histórico de crédito, com agências governamentais fornecendo dados biométricos para identificando de candidatos, enquanto a plataforma oferece carteira digital e livro razão distribuído armazenando transações de empréstimo digital. Serra Leoa planeja adotar sistema de identidade nacional habilitado à blockchain e por fim, o governo etíope explora possibilidades blockchain no setor agrícola.