O rápido avanço da tecnologia, permitiu que os Drones ganhassem capacidade de armazenar munições, realizar ataques precisos e mortais, e alguns modelos adquirirem características autônomas, além de preservar a vida do combatente humano, gerando mais economia e atuando de modo ágil e eficaz, mudando o cenário dos conflitos e, conforme a doutoranda e mestre em Ciências Aeroespaciais pela Universidade da Força Aérea de Brasil, UNIFA, “mudou o planejamento da guerra e a organização das ações de defesa em conflitos reais”. Destacou que o conflito Rússia/Ucrânia pode ser considerado marco no uso de drones, com “mudanças de paradigma, elementos avançados, pontos de atenção em relação ao uso dessas aeronaves”, por sua vez, o professor de Ciências Aeroespaciais da UNIFA e coronel reserva da FAB, destaca que existem tipos de drones e aplicações, diferentes custos e efeitos e, “na categoria drones militares, existem tipos de funcionalidades e até tipos de drones muito grandes semelhantes às aeronaves convencionais". Por se tratar de setor com poder multifacetado, eficaz e mortal, alertou que é vital ter legislação internacional segura para este tipo de armas, tendo os direitos humanos como um das instalações, esclarecendo que “em conflito armado devemos guiar-nos pelas regras do Direito Internacional Humanitário, que são regras mais orientadas à guerra em si e pelos direitos humanos, normas básicas, além de verificar necessidade de normalização em torno desse vetor, que dá suporte à ação e preservação de vidas”. Alguns drones que utilizam IA possuem dispositivo que compara informações obtidas de um sensor ótico com os da memória integrada no míssil ou no próprio drone, “navegando ao longo da trajetória, reconhecendo terreno, e à medida que se aproxima do que entende ser alvo, compara, por exemplo, o formato arquitetônico de engenharia do alvo, a estrutura com os dados de bordo que tem, e decide a direção do míssil ao objetivo militar".
Destacou que um dos principais debates em torno dos drones atualmente, inclusive dentro da ONU, “quando é lançado e, deliberadamente ou não, perde a comunicação com o ser humano por trás da operação, passa a se comportar de modo autônomo, é aí que surgem debates em torno da responsabilização, da ética, da transparência no uso da tecnologia, que genericamente são caracterizadas como drones". Chamados danos colaterais quando ataques provocam morte de civis geralmente causados por erros de inteligência em que a informação sobre o alvo foi mal interpretada, mal obtida e/ou negligenciada pelo operador do drone, “se não tiver boa inteligência, boa capacidade de informação sobre onde estão os objetivos de natureza militar, obviamente, não objetivos aleatórios, corre-se o risco de transgredir preceitos, algum princípio, alguma regra do direito da guerra", por sua vez, defende que a tecnologia oferece possibilidades com ressalvas e deve ser usada com cautela. Uma das definições legais prementes, refere-se aos limites da autonomia IA no combate e garantia que as decisões críticas permaneçam sob controle humano, organizando responsabilidades, ações, com o objetivo de preservar vidas e segundo especialistas, o Brasil avança na área com empresas privadas nacionais desenvolvendo projetos e produções, além de projetos de pesquisa acadêmica, não só militar mas em atividades como como agricultura, vigilância e entregas urbanas. Acrescentou que a FAB utiliza drones israelenses para vigilância, reconhecimento de imagens para fornecer dados sobre crimes e incêndios transfronteiriços, entre outros, no entanto, existem alternativas com a China testando com sucesso drone capaz de carregar até 2 toneladas de peso, enquanto entre nós, a XMobots, fábrica brasileira em São Paulo e a Stela, que produz drones no Brasil, com a XMobots fornecendo ao Exército Brasileiro e a Stela com pré-contrato ou pré-negociação com a Marinha à fornecimento de drones”.
Moral da Nota: apresentado o Plano Brasileiro de IA cuja estratégia visa transformar o Brasil em referência mundial na tecnologia, com investimento previsto de 23 bilhões de reais nos próximos 4 anos, com o PBIA, Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024-2028 otimizando prestação de serviços públicos e promovendo inclusão social via soluções avançadas IA e, dentre os objetivos traçados está a criação de um supercomputador de alto desempenho para processar grandes volumes de dados e desenvolver algoritmos sofisticados. O economista Mark Esposito comentou que a ascensão da tecnologia nas periferias gera volume de dados sem precedentes expandindo que mais pessoas utilizem de forma competitiva “que pode acelerar o desenvolvimento em áreas como saúde, educação e infraestruturas” destacando a importância do fenômeno para promover a inclusão digital em geral. A Eve Air Mobility, subsidiária da multinacional aeroespacial brasileira Embraer, revelou informações sobre o primeiro protótipo da aeronave elétrica de descolagem e aterragem vertical, eVTOL, carro voador, que será utilizado em voos urbanos de curta duração e, em serviço comercial em 2026, construído na unidade da Embraer em Gavião Peixoto, em São Paulo, ainda passará por testes e certificação, com o modelo inicial movido por motores elétricos e projetado para transportar até 4 passageiros, com possibilidade de futuras versões autônomas à 6 pessoas. A Emabrapii, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, destacou o projeto SUBOT na conferência, cujo mecanismo de inspeção autônomo e robótico de sistemas elétricos de potência altera manutenção e segurança das operações industriais no setor petrolífero, desenvolvido em colaboração com instituições de pesquisa e empresas do setor, o SUBOT utiliza tecnologia avançada para realizar inspeções detalhadas em ambientes de difícil acesso ou alto risco, como linhas de transmissão e subestações e, ao operar de modo autônomo, o robô identifica falhas e anomalias em tempo real, que reduz custos.