quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

IoT e ferrovia

A Indian Railways implementa IoT para resolver um de seus “maiores” problemas, ou, detectar odores desagradáveis nos banheiros dos trens, de acordo com o relatório, pretende resolver o problema dos banheiros sujos nos trens, aproveitando a tecnologia já que apesar da modernização persistem queixas sobre sanitários. De acordo com o The Economic Times o Conselho Ferroviário considera usar IoT para detectar odores desagradáveis nos banheiros, com a startup Viliso Technologies, sediada em Mumbai, escolhida para o projeto que será inicialmente testado em treinadores selecionados em que sistemas inteligentes equipados com sensores desenvolvidos para detectar maus odores nos banheiros  identificam compostos voláteis e moléculas no ar, enviando dados à hub central para análise, em consequência, podem ser acionadas respostas automatizadas, como alertar equipes de saneamento para limpeza quando detetados cheiros desagradáveis, sendo que o monitoramento em tempo real permite intervenção rápida e melhor controle de odores. A Viliso Technologies oferece produtos IoT para melhorar saneamento, incluindo Gandhvedh, dispositivo eletrônico que monitora odor, TVOC, Composto Orgânico Volátil Total, temperatura e umidade instalado em banheiros, envia dados de odor à aplicativos móveis web usados por zeladores ou autoridades de monitoramento responsáveis pelo saneamento. Práticas são recomendadas para proteger dispositivos IoT conectados à internet que se tornaram populares com o avanço da tecnologia, seja câmera de segurança ou alto-falante inteligente, dispositivos IoT tornaram a vida mais fácil e, para protegê-los com dados confidenciais deve-se implementar medidas de segurança como senha forte que não possa ser descoberta por hackers, além disso, dispositivos IoT vêm com senhas padrão fáceis de descobrir. Outra questão é a segurança do Gateway IoT como ponto de conexão à vários dispositivos IoT, ponto de segurança crítico que precisa de segurança forte para evitar riscos, daí, certificar-se de proteger o gateway IoT limitando o acesso e usando firewall que protege dispositivos de acesso não autorizado, além disso, alterar configurações padrão do gateway e redefinir senha e protocolos de segurança. Vale ainda garantir criptografia de dados para proteger dispositivos IoT protegendo dados transmitidos entre eles e a nuvem, sendo que a criptografia garante que mesmo que os dados sejam acessados ​​por alguém não possam ser lidos e, para criptografia segura, usar protocolos de comunicação seguros Wi-Fi, como HTTPS ou WPA3, além disso, métodos avançados de criptografia para garantir impossibilidade de leitura de dados confidenciais. Por fim, atualizar os dispositivos regularmente já que fornecem recursos de segurança atualizados e melhoram desempenho sendo que a proteção de endpoint IoT tem tudo a ver com proteger dispositivos conectados à rede e, para isso, instalar antivírus e monitorar o desempenho e atividade do dispositivo. 

Análise do Carbon Brief avalia que emissões históricas da China intra fronteira causaram mais aquecimento global que os 27 estados-membros da UE juntos, descobertas que surgiram na COP29 em Baku, onde negociadores invocaram o “princípio da responsabilidade histórica ” nas discussões sobre quem deve pagar para uma nova meta de financiamento climático e quanto. A análise do Carbon Brief mostra que 94% do orçamento global de carbono para 1,5 °C já foi utilizado, que as emissões cumulativas desde 1850 atingiram 2,607 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, GtCO2, embora países desenvolvidos tenham usado a maior parte do orçamento, a análise mostra que as emissões históricas da China atingiram 312 GtCO2 em 2023, ultrapassando os 303 GtCO2 da UE, no entanto, mostra que a China está muito atrás dos 532 GtCO2 emitidos pelos EUA sendo improvável que ultrapasse a contribuição dos EUA no aquecimento global, com base nas políticas atuais, planos e tendências tecnológicas nos países, o mesmo que antes de contabilizar potenciais políticas de aumento de emissões da presidência de Trump. A China com seus 1,4 bilhões de habitantes responde ​​por 227 tCO2 cada, um terço dos 682 tCO2 vinculados aos 450 milhões de cidadãos da UE, abaixo dos 1.570 tCO2 per capita dos EUA, sendo que nova análise de responsabilidade histórica do Carbon Brief de 2021, com base nas emissões que ocorrem intra fronteiras de cada país ou considerando emissões embutidas em importações, sendo que análise mais aprofundada em 2023 atribui responsabilidade aos governantes coloniais. As emissões históricas de CO2 importam nas mudanças climáticas porque existe o “orçamento de carbono” finito liberado na atmosfera antes que determinado nível de aquecimento global seja ultrapassado e, para limitar o aquecimento a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, cerca de 2.800 GtCO2 podem ser adicionados à atmosfera, contando emissões desde o período pré-industrial, ao passo que, emissões acumuladas desde 1850 chegarão a 2.607 CO2 até fins de 2024, conforme análise do Carbon Brief, que significa 94% do orçamento de 1,5 °C utilizado. Em 1992, as emissões históricas da China eram 41% das emissões da UE e, em 2015, quando o Acordo de Paris foi finalizado, eram 80% do total da UE e, até o final de 2023, a análise do Carbon Brief mostra que as emissões cumulativas da China ultrapassam as dos 27 estados-membros, sendo que as emissões históricas cumulativas de CO2 da UE27 e da China provenientes de combustíveis fósseis, cimento, uso da terra, mudança no uso da terra e silvicultura, 1850-2024, bilhões de toneladas, com a ressalva que as emissões da China continuam muito atrás das da UE em termos per capita.

Moral da Nota: pesquisadores do CSH, Complexity Science Hub, compilaram o CrisisDB, Banco de Dados de Crises que abrange mais de 150 incidentes passados, revelando que sociedades exibiram resiliência e colapso variáveis em resposta a choques ambientais, desenvolveram estrutura metodológica para analisar respostas de crises em casos variados, identificando causas subjacentes de resultados divergentes ao examinar interações entre fatores ambientais, dinâmicas culturais e estruturas sociopolíticas, buscando compreender mecanismos que impulsionam resiliência e colapso. O CrisisDB mostra que choques ecológicos nem sempre levam ao colapso e nem todas as crises envolvem stress ambiental significativo, sendo que a resposta da sociedade depende de gama complexa de fatores culturais, políticos e econômicos, além de conhecimento histórico extraído do CrisisDB e de outros métodos oferecendo vantagem ao navegar desafios sem precedentes e, ao aprender com o passado, identificamos fatores de risco, avaliamos pontos fortes e fracos e projetamos intervenções para promover resiliência e sustentabilidade face mudanças climáticas e demais crises globais. O assentamento Zapoteca de Monte Albán no México, por exemplo, abandonou local grandioso pós seca prolongada enquanto os habitantes se realocaram em comunidades menores preservando aspectos da sociedade, em contraste, a Dinastia Qing na China entrou em colapso pós séculos de resiliência devido pressões sociais crescentes, no entanto, o Império Otomano manteve estabilidade, apesar dos desafios ambientais, através de medidas como supressão de rebeliões lideradas por autoridades locais. Daí, o curso das crises não é predeterminado por eventos climáticos específicos, em vez disso, moldado por interações complexas de forças ambientais, culturais, políticas e econômicas e, compreendendo as dinâmicas desenvolveremos estratégias para enfrentar crises atuais e evitar colapso social, já que em meio à crescente convergência de crises globais, de mudanças climáticas a desigualdade e polarização política, a história oferece pistas para orientar a resposta.