quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Sustentabilidade e clima

O Equador, a noroeste da América do Sul, tem extenso litoral fronteiriço no Oceano Pacífico em que a pesca tradicional é atividade importante, particularmente em províncias costeiras como Esmeraldas e Manabí, as quais inúmeras comunidades dependem da atividade pesqueira como meio de sustento e desenvolvimento econômico e, conforme classificação climática de Koppen, a região costeira tem clima tropical úmido, temperaturas que variam entre 20 °C e 33 °C e temperatura média anual de 25,70 °C com estação chuvosa durando 6 meses, de dezembro a maio, além de precipitação anual podendo ser inferior a 60 mm ou superior a 2000 mm. Pesquisa coletou informações de 40 portos de pesca nas províncias de Esmeraldas e Manabí, localizadas ao longo do perfil costeiro equatoriano, sendo que na província de Manabí foram visitados 29 portos cuja temperatura média é de 25 °C, com máxima de 36 °C, geralmente influenciada pela corrente fria de Humboldt que se caracteriza por chuvas suaves e clima seco a úmido, com percentis de precipitação no norte de Manabí de 70 a 100, além de valores de até 4700 mm enquanto o percentil no resto da província é de 0 a 10, com valores entre 300 e 900 mm e, no caso de Esmeraldas, as informações foram obtidas de 11 portos com temperatura média de 25 °C e altos índices de umidade relativa durante o ano em que a precipitação pluviométrica atinge 4700 mm, com percentis de 70 a 100. Implementou questionário com escala metricamente satisfatória, fornecendo informações sobre como homens e mulheres percebem sustentabilidade e mudanças climáticas no setor pesqueiro artesanal, dados, coletados com elaboração de questionário ad hoc denominado “Percepção de gênero em relação à sustentabilidade e às mudanças climáticas”, seguindo processo no qual foram analisados o Índice de Validade do Conteúdo, maior que 6,1, descompressão, 30, e construto, 0,71. Resultados da análise de consistência interna indicaram que a escala Likert tinha alto índice de confiabilidade, com a análise fornecendo evidências da estrutura e validade da escala resultando em ferramenta confiável, integral e curta para medir percepções de sustentabilidade e mudança climática, sendo que o questionário foi administrado a 1464 pessoas empregadas na indústria pesqueira tradicional, 17,14% mulheres, em 40 portos comunitários de pesca perto do perfil costeiro do Equador, Esmeraldas e Manabí, em que a maioria dos entrevistados declarou que as atuais cotas de pesca tradicional não são muito sustentáveis ​​a longo prazo e que a mudança climática pode impactar de modo negativo nas taxas de captura sendo que o teste de Wilcoxon confirmou que as mulheres tinham atitudes significativamente mais positivas que os homens em relação à sustentabilidade e mudança climática.

No setor pesqueiro tradicional do Equador a integração de perspectiva de gênero melhora a sustentabilidade e aborda as mudanças climáticas ao reconhecer papéis vitais e conhecimento das mulheres na gestão pesqueira em que o objetivo do estudo busca validar o conteúdo, compreensão e construção do questionário elaborado, além disso, pretende identificar as percepções de sustentabilidade e mudanças climáticas entre mulheres e homens na pesca e comparar visões sobre dimensões da sustentabilidade e mudanças climáticas. Considerando que a pesca tradicional é meio de captura realizada usando técnicas manuais em pequenas embarcações, associada a pesca industrial podem prejudicar os ecossistemas marinhos devido à sobrepesca, poluição, destruição de habitat e capturas acidentais, sendo que a indústria pesqueira tradicional emprega 500 milhões de pessoas no mundo representando 40% das capturas em nível mundial, no entanto, progresso lento está sendo feito no que diz respeito à tentativa de implementar igualdade de gênero como fator-chave no planejamento, gestão e desenvolvimento da pesca tradicional. Embora o foco na igualdade de gênero esteja em crescimento no setor, políticas e programas não contêm coleta de dados discriminados por gênero decorrente preconceito nas etapas da cadeia de valor, à qual a FAO, Organização da ONU à Alimentação e a Agricultura, estima que 45 milhões de mulheres são empregadas na indústria pesqueira tradicional no mundo, supondo 1 em cada 10 trabalhadores registrados nesta área, neste contexto, é essencial incorporar práticas que garantam sustentabilidade marinha, entendida como manutenção das características do ecossistema pós intervenção humana significando que tanto homens quanto mulheres devem empreender ações visando promover desenvolvimento de atividades pesqueiras sustentáveis. Práticas conscientes de gênero incluem garantir participação igualitária das mulheres nos processos de decisão relacionados às práticas de pesca, treinamento e recursos adaptados às mulheres pescadoras e reconhecimento dos conhecimentos e papéis distintos que as mulheres trazem à gestão sustentável da pesca, em que a investigação destaca diversidade de percepções de gênero relativa aos problemas percebidos e suas possíveis soluções, em que vários estudos demonstram que as mulheres desempenham papel vital na garantia da sustentabilidade ambiental dos ecossistemas marinhos. Por outro lado, nas capturas de espécies de alto mar, a participação dos homens predomina, enquanto isso, na pesca costeira, capturas de crustáceos e moluscos em manguezais, a participação feminina se destaca e, no processamento de produtos as mulheres assumiram papel de liderança, evidente nos portos de Portoviejo e Puerto López, Equador e, em termos de marketing, os entrevistados trabalham de modo colaborativo com homens e mulheres juntos para vender produtos a comerciantes varejistas e atacadistas, no entanto, destacam que obteriam maiores lucros se os produtos fossem comercializados diretamente ao consumidor final. A pesquisa buscou determinar propriedades psicométricas do questionário utilizado como instrumento de medida para avaliar perspectivas de gênero daqueles que trabalham na indústria pesqueira tradicional sobre dimensões da sustentabilidade e mudanças climáticas, buscando entender como homens e mulheres na indústria pesqueira percebem e respondem aos desafios ambientais sendo que a resposta às questões foi orientada com objetivo de validar o conteúdo, compressão e construção do questionário elaborado, na pretensão de identificar percepções de sustentabilidade e mudanças climáticas na pesca e comparar visões sobre dimensões de sustentabilidade e mudanças climáticas.

Moral da Nota: pesquisa publicada na Arthritis & Rheumatology indica que a exposição crônica a poluentes do ar pode aumentar o risco de desenvolver lúpus, doença autoimune que afeta múltiplos órgãos, em que os pesquisadores analisaram dados de 459.815 participantes do UK Biobank, no total de 399 casos de lúpus identificados durante acompanhamento médio de 11,77 anos. A exposição a poluentes atmosféricos foi associada a maior probabilidade de desenvolver lúpus em Indivíduos com alto risco genético e alta exposição à poluição do ar que tiveram maior risco de desenvolver lúpus comparados à aqueles com baixo risco genético e baixa exposição à poluição do ar e, conforme o coautor correspondente Yaohua Tian, ​​Ph.D., da Huazhong University of Science and Technology, na China, o "estudo fornece informações sobre a poluição do ar que contribui à doenças autoimunes cujas descobertas podem informar o desenvolvimento de regulamentações mais rigorosas de qualidade do ar para mitigar exposição a poluentes nocivos, reduzindo o risco da doença." Outro estudo publicado no Annals of Internal Medicine informa que um terço das pessoas com doença cardíaca preexistente expostas a temperaturas muito altas experimentaram isquemia cardíaca assintomática induzida pelo calor, ou, fornecimento deficiente de oxigênio ao coração, sendo que as descobertas foram baseadas em dados de 61 participantes, ou, 41 adultos jovens e idosos saudáveis bem como 20 idosos com doença arterial coronária, DAC. Os partícipes experimentaram aumentos semelhantes no fluxo sanguíneo ao coração, além de aumentos na frequência cardíaca e pressão arterial, à medida que foram expostos a temperaturas de até 50 °C para aumentar a temperatura corporal central em 1,5 °C, no entanto, a tomografia por emissão de pósitrons, tomografia computadorizada, levou pesquisadores descobrirem que um subconjunto de adultos mais velhos, 35% daqueles com DAC, tinham evidência de isquemia. Os pesquisadores observaram que nenhum dos participantes com DAC usou medicamentos, 24 horas anteriores ao estudo incluindo β-bloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio, sendo que as descobertas podem não ser aplicáveis ​​a pacientes típicos que tomam medicamentos para doenças cardíacas sugerindo que adultos mais velhos com DAC “podem se beneficiar da minimização da tensão cardíaca em extremos de calor, com uso de ventiladores, molhar a pele ou hidratação adequada na ausência de ar condicionado”.